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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 24/06/10



Frase do dia:

“...cada caso concreto reúne peculiaridades que os diferenciam uns dos outros.” – Da “Nota de Esclarecimento: Ficha Limpa” do TRE-RO. Homessa! Clareou mesmo...

 

01-Tudo na paz...

Ontem paralisação sem bloqueio de rodovias e sem quebra-quebra, o que é um avanço. Hoje a paralisação é porque o sindicato de motoristas temia que houvesse novo quebra-quebra. Ontem reunião de conciliação com apresentação dos salvadores da pátria. Hoje o deputado Euclides Maciel cobrava avanços da CPI que, para ele, “já devia ter mandado parar essa obra”. Hora dessas a obra volta ao normal, mesmo que a torneira não pingue. Lembrei-me das sócias Lorena & Mariana: “o lojinha é bagunçado mas tem gerência.”

 

02-Tudo igual...

Nem decorei o nome da candidata do PSol ao governo e pintou mais gente no pedaço: o Pimenta de Rondônia e Dr. Caon vão disputar a indicação na base do voto. “Sendo o PSOL um partido socialista com liberdade que se apresenta como alternativa realista de oposição às oligarquias, aos defensores do capitalismo selvagem e aos partidos que “impõem” suas candidaturas “de cima para baixo” através de uma democracia “burguesa”... como alternativa a tudo isso que aí está, que sem dúvida nenhuma não representa a defesa dos anseios da sociedade, especialmente das classes menos favorecidas”. Isso aí é o Pimenta. Muda o nome mas, a garra e o discurso picante não.

 

03-Operação Muralha

O governador João Cahula acaba de marcar um tento na questão da segurança e, digno de aplausos. Sem alarde, como deve ser, montou a “Operação Muralha” e os resultados mostram que a ação foi um sucesso. Descobriram que as barreiras fixas funcionam. Aliás no tempo do Jerônimo Santana, a Operação Candiru foi importante. No governo Cassol, a Operação São Cristóvão repetiu a dose e funcionava bem até que um dia por questões de custos, segundo informações da própria polícia, parou. Não consigo entender porque mudam de opinião se a realidade está bem na cara. Tão na cara que voltam ao início.

 

04-Operação pedreira

E agora José? Dilma bateu a marca dos 40% e Serra recuou para 35%. “O Serra vai crescer”, diz o PSDB. Mas será que já acertaram com  Dilma, Lula e PT para ela diminuir de tamanho? Pedreira! Só para lembrar: quando os chilenos desprezaram a aprovação maciça que a Bachelet possuía junto ao eleitorado e escolheram um opositor, a tucanada fez festa. Aí a Colômbia virou o jogo, ou melhor, manteve tudo como dantes elegendo um governista. E olha que Uribe não tinha a aprovação popular de uma Bachelet ou de um Lula. Há algum tempo eu disse que Dilma era um edifício. O edifício virou um trator.

 

05-Entra e sai na ALE

Wilber Coimbra sai. Pega o carro – é tão perto que poderia ir a pé – e vai ao TCE. Entra no TCE, assina bate o ponto e volta à velha Casa para ver David Chiquilito assumir a sua vaga como deputado estadual. E creiam, David com seu jeitão que lembra o pai, não vai fazer estágio para outra legislatura. É bem mais que isso o que tem na cabeça. A idéia é marcar o seu curto período com ações e proposições. Não um pedaço de mandato mas um mandato inteiro no pedaço que resta. Os bastões começam a ser passados bem antes que os novos com ficha limpa comecem a disputar e conquistar o espaço político.

 

06-Cruzando os braços

A Polícia Civil está em estado de greve. Por deformação de caráter, apoio qualquer tipo de greve por melhoria salarial e/ou de condições de trabalho. Mas, a greve dos policiais civis preocupa. É certo que não estamos no Haiti mas, a coisa anda feia por estas plagas de Rondon. Vale lembrar que uma greve de advertência foi deflagrada há poucos dias e do lado do governo não houve manifestação pública para resolver a questão da isonomia que é pleiteada pelo sindicato, ou para justificar a negativa da concessão.  Do lado do povão, o temor de que a fina flor da baixa canalha atue sem freios e rédeas. Aí é o bicho.

 

07-Bicada amiga

A nova pesquisa do Ibope com Dilma à frente de Serra começa a fazer estragos no ninho e a primeira bicada amiga quem deu foi FHC. O ex-presidente confidenciou a um amigo que tem sérias dúvidas sobre a possibilidade de Serra ganhar as eleições e arremata em linguagem tucana: “E olha que estou tentando ajudar”. Às voltas com a escolha do vice, alianças, escolha do discurso e com o resultado do Ibope, Serra deve estar feliz e grato por FHC ter manifestado a dúvida. Com pena voando por todo lado, resta a Serra dar de ombros, fazer de conta que FHC na disse e torcer para que o caso do dossiê renda algo. O diabo é que o teflon de Lula pode migrar para Dilma como já migram os votos. Dureza!

 

08-E sobre o dossiê...

A PF vai abrir inquérito para apurar o vazamento de dados fiscais sigilosos de EJ, o vice-presidente do PSDB. O curioso é que a ordem saiu da Corregedoria e teve como start o pedido do PT e PSDB. Eduardo Jorge Caldas acredita que o vazamento saiu do banco de dados da Receita Federal para a “tchurma” da Dilma. Na sessão de interrogatório do delegado Onézimo Sousa, no Senado, o deputado José Genoino disse que, se o PSDB quisesse mesmo saber a origem do vazamento, deveria buscar o MP em Brasília. Dilma também sugeriu que os dados saíram do MP. Esse inquérito vai demorar barbaridade.

 

09-O salário é grande. Mas o serviço, ó...

O s dados são do Dieese: servidores públicos ganham 98% mais que trabalhadores da iniciativa privada e em Brasília, a Ilha da Fantasia, onde se encastelam o Congresso, os tribunais superiores, a Presidência da República e os ministérios, a diferença é absurda: quatro vezes mais que os trabalhadores da iniciativa privada. Pela pesquisa do Dieese, em março deste ano, a média de renda mensal de quem tem ocupação na “Ilha” era de R$1.857/mês. Na bica corrida, autônomos, servidores e empregados com e sem carteira. Quando a bica é refinada, surge a média salarial do setor público em Brasília: R$ 4.583, No setor privado, R$ 1.100. O salário é de primeiro mundo. O serviço público é de quinta.

 

10-Médicos sem fronteira

Há pouco tempo, deputados do Acre faziam a ambulancioterapia utilizando os serviços de saúde pública de Rondônia. A “tchurma” do Acre que não dorme de touca e – “vamo combiná” – tem uma classe política que briga pelo estado e não pelo umbigo, foi à luta e estruturou o serviço de saúde em pouco tempo. Rondônia ficou no lucro. O paciente do Acre já é tratado no estado sem precisar do nosso HB. Tudo ia bem até que o Acre ficou de cara com o problema que temos também aqui. A falta de médicos com especialidade em neurologia e anestesia. A solução? Importar de Rondônia. Alguns dos melhores de Rondônia puseram o estetoscópio na mala por uma simples razão: o salário é maior. 544 km, visão de serviço público e competência política separam Porto Velho de Rio Branco.

Fonte: Léo Ladeia - leoladeia@hotmail.com      
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