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Gente de Opinião

Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 25/10/09


 
Frase do dia: 

"Não vamos ser complacentes com qualquer ato ilegal mas, também não vamos ser conservadores a ponto de tratar os movimentos sociais como caso de polícia". – Dilma Roussef sobre o MST, pós “laranjaço”. 


01-A força da grana que faz e desfaz
Quanto é preciso de dinheiro para ganhar a eleição e se tornar o governador de Rondônia? Andei fazendo contas a partir de informações de gente do ramo e a grana pode chegar a R$ 20 milhões. Em sã consciência, ninguém vai fazer a loucura de torrar essa baba que pouca gente tem, no garimpo eleitoral. Numa campanha, as despesas e fontes de recursos são mais secretas que a fórmula da Coca-Cola e na hora de prestar contas é só fazer um trabalhin: O caboquin faz de conta que gastou só um tiquin, a justiça olha se o tiquin está escrito no papelin e faz de conta que o tal tiquin está tintin por tintin. E no fim, tudo certin. 



02-Azeitando o trator

Uma coisa é instalar uma CPI. A outra é fazê-la funcionar. Na primeira tentativa o governo matou a CPI do MST no ninho com a “desassinatura” da tropa aliada mas, depois da “tratorada” no laranjal, a laranja azedou e a CPMI “veio a furo”. Hora de refazer a estratégia e executar o plano “B” de sempre: enfiar “laranjas” na CPI. Tudo acertado, a CPMI do MST terá 36 parlamentares, sendo que 23 são da base aliada. Se o MST é bom em tratorar laranjal, o governo é bom em estacionar o trator e congestionar requerimentos. Democraticamente, como de praxe, a CPMI do MST vai acabar em pizza com suco azedo de laranja podre. 



03-Falando a minha língua

Caminha aos trancos e barrancos a CPI da Violência Urbana mas, vez ou outra pinta algo interessante como o depoimento do sociólogo e pesquisador Cláudio Chaves Beato Filho, da UFMG que detonou a falta de complementaridade de trabalho entre polícias, Ministério Público, Judiciário e sistema prisional. Beato afirmou que sempre se pedem penas mais severas, esquecendo-se de que a legislação processual penal é que permite recursos aos criminosos e enseja a impunidade. Beato fala mais bonito mas, quer é o mesmo que queremos: uma política pública de segurança mais ou tão integrada quanto o crime organizado. 



04-E quem vai pagar a conta?
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3971/08 que exige nível superior, com licenciatura, dos professores que atuarão na educação básica –infantil, fundamental e médio – e que vai ao Senado para nova votação. É para rir. Há municípios no Brasil sem dinheiro para pagar um médico e como irão pagar professores com curso universitário? A idéia é boa mas, o projeto de lei só mostra como nossos parlamentares desconhecem o Brasil do pingente, do morador de rua, do malabarista de cruzamentos, surfista de trens ou morcegos de ônibus. Triste é ver que o dinheiro público continua fazendo a festa e férias de alguns parlamentares no exterior. Esse é o “Projeto da Insensibilidade”. 



05-Tungada de 220 volts – R$ 1 bilhão
Vida dura. Se o consumidor não pagar a conta, corte. Mas a CPI das Tarifas de Energia Elétrica quer a devolução de recursos embolsados por concessionárias por conta de erro no cálculo do reajuste tarifário. De acordo com o TCU, o erro faz com que os consumidores paguem a mais R$ 1 bilhão por ano na conta de luz. A tungada começou em 2003 e só foi detectado pela Aneel em 2007. Na CPI, Marcelo Gomes, da Secretaria de Fiscalização de Desestatização do TCU, disse que o cálculo do reajuste tarifário anual não considera o aumento de demanda. "A concessionária acaba ficando com essa receita de forma indevida - do ponto de vista regulatório geral de eficiência -, em vez de passar para o consumidor." Para as concessionárias “gato é furto”. E tungada é o que? 



06-Um edifício chamado Cahulla

O homem do chapéu pensador anda fazendo das tripas coração para emplacar um poste – melhor seria dizer um edifício que é menos pesado – para dirigir os destinos de Rondônia. Puxa-sacos normalmente são péssimos interlocutores e, pelo visto, “o grupo do polegar para cima” só pode ou só deve dizer amém para o chefe. Pior para o chefe. Um dia o “boi de presépio” que só balança a cabeça na vertical pega um vento encanado e descobre que pode balançar também na horizontal e aí, o movimento indicativo do “amém” se transforma no não menos famoso “vade retro”. É nessa hora que a vaca com o boizinho vai para o brejo. 



07-Premeditando o breque I
O que se passa por dentro do “chapéu pensador”? As pesquisas para consumo interno revelam a preferência do eleitorado por Expedito, tido até pouco tempo como o grande aliado do governador Cassol. Nada mais natural portanto que fosse o ungido do governador. Mas, há algum tempo os movimentos do Cassol obedecem a uma lógica incomum, se pode ser considerada lógica. Some-se à guerra aberta ao prefeito da capital ou à usina Jirau, a aproximação com o PT de Lula e Dilma e eis um quadro difícil. Expedito pulou do barco que apesar do comando firme do Cassol, enfrenta um banzeiro, e bem longe de algum porto. 



08-Premeditando o breque II

Pessoas comuns e políticos ligados a Cassol têm o discurso pronto: “se Cahula não decolar, Cassol vai de Expedito”. Para outros só há uma jeito para os dois andarem juntos: Expedito teria que se candidatar ao Senado numa dobradinha com Cassol. Nos dois casos, o “neo-velho-tucano” amarraria sua sorte e futuro ao projeto pessoal do governador, apesar do discurso de que é um projeto de grupo. A legião de seguidores do Cassol, espera por seu comando mas, há um fato: um seguidor segue o seu líder mas, nem sempre o seu indicado. Expedito Jr, velha raposa da política em Rondônia, já viu isso de perto e premeditou o breque. Isso não altera a campanha ou a vida do Cassol agora mas, no futuro... 



09-Moreira Mendes e a chave da porta
Enquanto Cassol alardeia aos quatro cantos que João Cahula é seu candidato, o deputado Moreira Mendes se queda em silêncio. É que em suas mãos está o destino da candidatura Cahula/Cassol. Moreira é o mandachuva do PPS, onde está filiado Cahula, vice do Ivo Cassol, que já foi do também do PPS e hoje é do PP. É fácil, diria algum desavisado. Um papo com Moreira e tudo se resolve. Não é assim que funciona. Cassol pode muito mas, não pode tudo. Moreira que pode menos, pode tudo em matéria de Cahula, e por conseqüência, de Cassol. A chave do PPS está com Moreira, que tem o poder de abrir e fechar a porta... 



10-Vanguarda do atraso
Uma frase da ministra Dilma me fez voltar a uma discussão que travo há algum tempo com amigos: "A área (da reforma agrária) é significativa e coloca o Brasil na vanguarda do processo de democratização da terra", disse ela. A pesquisa do Ibope mostrou que a política de reforma agrária é, no mínimo, equivocada. De que vale a terra titulada sem incentivo à produção? O título se transforma em produto de comércio pois o que é dado de graça, não tem valor para quem recebe. Pior, a “função social da terra” cria uma política sem saída, já que cada vez mais surgirão “novos sem terras” reivindicando novas áreas. E enquanto hpuver a necessidade de votos, nos currais eleitorais, o atraso continuará com seus anacrônicos discursos. A “velha vanguarda” terceiro-mundista descobre a idade média, perde o bonde da história e embarca para a nova reforma velha. 

Léo Ladeia  -  leoladeia@hotmail.com  
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