Terça-feira, 25 de novembro de 2008 - 17h50
Frase do dia:
"O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado.” – Auxílio lítero-cultural de Machado de Assis para traduzir o singular momento político de Rondônia.
01 – A licença que foi sem nunca ter sido
Realismo fantástico para uns, realidade virtual para outros. Certo é que não existe pecado no lado de baixo do Equador. Na “terra brasilis” onde em se plantando tudo dá – às vezes sem plantar mesmo –, o “non sense” e o “pó de pirlimpimpim” são coisas do dia-a-dia e a ficção se confunde com a realidade como se fora um sonho lisérgico. Um organismo federal – real – teria concedido uma licença provisória – ficcional – para uma obra – real – pública . Um fórum (s. m., foro; reunião ou local de reunião sobre tema específico ou debate público; encontro; seminário; congresso.) – ficcional – entrou com um pedido de liminar e foi atendido. Mas, a tal licença não havia sido ainda publicada, ou seja, estava no mundo da ficção. Tradução: “nada é como tudo quando se trata de matéria difusa em termos de principalmente”. Não entendeu?
02 – Como asfaltar uma cachoeira
Sem levar em consideração se é realidade ou a ficção, o Ibama promete lutar para derrubar a liminar que impede a obra ou preâmbulos das obras de Jirau. "Estamos estudando uma estratégia da defesa e deveremos apresentar o recurso entre amanhã e quarta-feira", disse a Procuradora do Ibama, Andrea Vulcanis. A liminar suspende a licença e exige que as obras só comecem quando o Ibama liberar a licença de instalação para toda a obra mas, para o Ibama a licença não é parcial. "Nós demos uma licença para o que nos foi pedido. Portanto, não é uma licença parcial. Em obras, como rodovias, as licenças também saem por trechos". Ficou mais claro não é? Usina e rodovia são mais ou menos a mesma coisa. Ou não? Para o Zé de Nana, “isso parece couro de dedo”. Cá pra nós o couro foi outro. Eu é que deixei por menos.
03 – Barbas de molho
O processo é diferente mas, o tribunal é o mesmo. O STF cassou o mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, numa clara demonstração de que a lâmina da guilhotina está afiada. Seis outros governadores – Luiz Henrique (SC), Marcelo Deda (SE), Jackson Lago (MA), Marcelo Miranda (TO), Waldez Góes (AP) e José Anchieta (RR) – já estão no “brett” esperando a vez e dentre eles, o de Rondônia, Ivo Cassol, cujo processo juntamente com o de Luiz Henrique são os mais adiantados, vez que julgados e condenados pelos TREs dos seus estados. Para quem trilha o corredor da matança, o cheiro de sangue apavora mas, para chegarem ao cadafalso e serem apresentados ao carrasco, há um longo ritual a ser cumprido.
04 – Spy vs Spy
E o ínclito delegado Protógenes foi enfim defenestrado da Diretoria de Inteligência da PF mas, será mantido nos quadros, exercendo um outro papel. Brasil estranho esse que pune o policial que corria atrás de uma encrenca. E que encrenca! Do delegado pouco se sabe como pouco se sabe também do Daniel Dantas mas, é cristalino que um acabou com a vida do outro. Com toda sua grana, todas suas encrencas e seus advogados, Daniel Dantas conseguiu reverter o quadro passando a ser a vítima de um policial “carne de pescoço”. Protógenes, com toda sua formação e experiência se viu envolvido na rede que ele mesmo tecia. Um outro relatório mais profundo – dizem – deve pedir a prisão do Daniel, mas relatórios profundos demandam tempo. Tempo é tudo o que o banqueiro precisa. O resto ele já tem. Se é que me fiz entender.
05 – Pedofilia: luta virtual e real
Enquanto o Congresso pesquisa, briga, impõe derrotas a gigantes como o Google no combate à pedofilia, cria leis modernas para inibir esse tipo de crime via internet, percebo com tristeza que mais uma vez estamos focando a árvore e não a floresta. Louvo o trabalho para limpeza da web mas, lembro que internet é por concepção espaço virtual. Em cada canto de nossas cidades encontramos crianças – meninos e meninas – vendendo o corpo e matando a alma. Nos hospitais públicos crianças parindo filhos aos dez anos de idade. Que essa guerra não ocorra apenas no mundo virtual. Que a preocupação não seja apenas com a classificação da faixa etária para shows ou conteúdo de programas mas, sim com o conteúdo da educação. Proibir apenas, não resolve. Vejam o exemplo da castanheira, cujo corte é proibido: dizima-se a mata à sua volta e ela permanece de pé até que um raio a atinja. A educação de qualidade é o remédio para uma sociedade com saúde. Para crianças e até para as castanheiras.
06 – Fechando a porta
Bem que o deputado Manato tentou mas, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara rejeitou a realização de plebiscito para definir a maioridade penal. A relatora, Marina Maggessi, disse que há dúvidas sobre a legalidade da redução da maioridade, com manifestações contrárias de vários magistrados, e que o plebiscito é caro. Papo furado. "O Congresso não pode se dar ao luxo de aprovar a realização de um plebiscito sobre uma matéria de constitucionalidade duvidosa" disse, reconhecendo que há um clima favorável ao plebiscito, contrapondo-se à forte reação da comunidade jurídica, que defende a imutabilidade como cláusula pétrea da Constituição. É isso aí. Se perguntar ao povo o “sim” à redução ganha de lavada. Mas aí, adeus Conselhos, cargos, sinecuras, verbas, etc., etc., etc..
07 – Galo “corrão”
O ministro de Setores Estratégicos, Galo Borja, disse que o Equador pagará em dezembro a parcela prevista em contrato de US$ 15 milhões, como parte da dívida com o BNDES. Seu país acionou o Brasil na Câmara de Comércio Internacional, em Paris, para reclamar da taxa de juro embutida no empréstimo de US$ 243 milhões. O dinheiro foi investido na construção da hidrelétrica de San Francisco, obra tocada pela Odebrecht. A hidrelétrica teve problemas e o governo equatoriano acabou expulsando a Odebrecht do país, acusando-a também por corrupção. A empresa nega a ilegalidade. "Em nenhum momento atuamos unilateralmente. Não vamos deixar de pagar, salvo se a Comissão de Arbitragem disser que há irregularidade", disse Galo. Zé de Nana, vai na jugular: “o Brasil trucou e o Galo fugiu. Foi mijar na arvinha”.
08 – Tocando fogo na ponte
Na Paraíba os deputados adotaram a prática da “terra arrasada”. Anunciada a cassação do mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, a ALE em sessões extraordinárias aprovou a toque de caixa, oito projetos de lei, com planos de cargo, carreira e remuneração de servidores. A idéia é inviabilizar o governo e infernizar a vida de José Maranhão (PMDB), que ficou em segundo lugar na eleição de 2006 e que assume como governador. A travessura contou com os 20 dos 36 deputados que compõem a base governista e aprovaram os projetos na maioria paridos por Cássio Cunha Lima. Coisa de “menino buchudo”. Se não pode brincar, quebra o brinquedo. Os deputados da oposição deixaram o plenário em protesto. Não sei se isso lhe faz lembrar alguma coisa...Lembrou? Pois é. É assim: lé com lé, cré com cré.
09 – FeBeACon
Com tanta coisa grande por fazer e o Congresso se apequena. Não é que um deputado lá do Piauí, Osmar Jr. do PCdoB, descobriu como facilitar a vida dos carteiros? O argumento é que entre outubro e dezembro o sol é muito forte e os carteiros ficam expostos à fadiga, doenças de pele e renais, dentre outras mazelas. Brilhante e simples essa idéia do ínclito deputado: inverter o horário de entrega de cartas. Claro que isso provocará algumas alterações no resto do Brasil, na família do carteiro, no contracheque, etc. mas, será um nada se considerado o relevante fato de que durante 3 meses o carteiro vai viver no mundo da sombra. A idéia é tão boa que corre o risco de ser adotada por policiais, maratonistas, deputados, motoristas, etc. Se o sertão não pode virar mar, vamos fazer o mais fácil: fazer a noite virar dia. Espetacular!
10 – Carga pesada
Aniversário da cidade e um pastor resolveu fazer milagres a rodo no Gerivaldão em Ji-Paraná. A multidão ali esperando a hora do milagre urgente, como o “santo homem” apregoa, e tome-lhe reza, e deita-lhe falação e vai chegando a hora de surdo ouvir, cego ver e cadeirante jogar cadeiras pro alto e sair correndo pelo mundo. No meio ou melhor, no palco, políticos que não iriam perder a rara oportunidade, se espremiam entre aqueles que buscavam a graça divina e de repente o peso – de gente, consciência e pecado - foi maior que a capacidade que tinha o palco de suportar. Foi tudo parar “na chon” como diria D. Armênia. Dentre as figuras de proa, estavam o prefeito Bianco e o governador Cassol e outros. Será que buscavam alcançar um milagre? E qual seria? Almir Guineto já havia profetizado: “Deus já deve estar de saco cheio”.
leoladeia@hotmail.com
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