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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI 28/01/08


POLÍTICA & MURUPI

 

“Eu penso que a oposição precisa começar a compreender que é importante ela também começar a torcer para que as coisas boas aconteçam no Brasil”. - Lula hoje, no Café com o Presidente

Pauta Política de 01a 10

01-Embolando o meio de campo:

Delúbio Soares apareceu muito mais para confundir do para explicar alguma coisa. Em novo depoimento o ex-tesoureiro, enroladíssimo até hoje com o mensalão, disse que a cúpula do seu partido, o PT, lhe deu carta branca para resolver uma dívida de campanha do PT da ordem de R$26 milhões e jogou na fogueira três cabeças coroadas: Marta Suplicy, Aloisio Mercadante e Jorge Bittar. Sua declaração além de criar uma saia justa com o esperado e já ocorrido desmentido dos três, pode instrumentalizar uma ação do DEM para que o PT perca a grana oficial do Fundo Partidário. Quando o Delúbio abre a boca, o mundo parece que vai cair. Mas continua sendo um “companheiro”. Pior para ele e pior para o PT.

02-Fé cega, faca amolada:

Claro que havia o risco, mas como o troca-troca de partidos era comum, a sensação de risco menor somada à velha e boa impunidade brasileira fez com que um contingente aproximado de 8.000 políticos de todas as cores e matizes se bandeasse de mala e cuia para outra legenda, sem acreditar que a justiça poderia alcançá-los. Nas defesas, um ponto comum – a pressão do partido de origem – como fator determinante para a saída. Mas, como provar a pressão na justiça, se na verdade percebe-se claramente que a pressão era muito mais coisa de São Francisco – aquele do é dando que se recebe – e de São Tomé – aquele que queria primeiro ver para crer?

03-Preparando o bote:

O Comando do Exército confirma a informação que circulava na imprensa: brasileiros só podem circular entre as 6h e as 18h em um trecho de cerca de 200km, que passa pela reserva indígena Waimiri Atroari, na rodovia Boa Vista – Manaus e mesmo assim pagando pedágio patricular. Nas demais doze horas, o trecho só é permitido a estrangeiros. O bloqueio dos índios - que sequer falam o português, só a língua nativa, o inglês ou o francês – teria o apoio da Funai e de ONGs estrangeiras. E quando digo que há em Roraima um movimento para criação de uma nação independente, me chamam de alarmista e louco.Nem uma nem outra coisa. O pessoal do Exército sabe que o que transmito é a mais pura verdade.

04-Dando o bote:

O governo Lula, ao que parece, resolveu se debruçar sobre os problemas da Amazônia e a elevada taxa de desmatamento contribui para que ações possam ser implementadas. Mas não é só desmatamento o problema. Às questões indígenas e fundiárias, somam-se o abandono de fronteiras, o desaparelhamento das Forças Armadas, visão estreita do projeto Calha Norte e o crime de criação da reserva Raposa Terra do Sol. Dois pontos se apresentam aos responsáveis por “dar o bote”como cruciais: conhecer a Amazônia, algo que demanda tempo e vivência e outro tão difícil quanto o primeiro, que é o planejamento de, um  velho calo brasileiro. Aparelhar e utilizar as Forças Armadas, conhecer soluções já existentes é o primeiro passo. Mas enquanto isso, as ONGs vão deitando e rolando.

05-Campanhas – um mal necessário:

Num país de educação sofrível como o nosso, criar bons hábitos e combater mazelas exige campanhas públicas. Tome-se como exemplo positivo o combate à aftosa e a poliomielite e, como negativo, o combate à dengue ou febre amarela. Domingo é meu dia de passear pela cidade para rever problemas crônicos como o lixo jogado em lixeiras viciadas, a água servida que é jogada na frente das casas e que se juntam formando “línguas negras” de esgoto nas ruas. Campanha para educar e na seqüência, ação firme para punir. A fórmula é simples traz benefícios mensuráveis imediatos e futuros, mas é postergada sempre, sem que se conheça a razão.   

06-O império contra-ataca:

A Confederação Nacional da Agricultura foi à carga. Se Lula ganhou no caso hidrelétricas, um bagre no colo, da CNA veio agora a tora de madeira pois a CNA fez estudos que valem a pena ser conhecidos. Sobre o assunto, escreve Silvio Persivo: “O raciocínio desenvolvido é irretorquível. Somente 24% das terras da Amazônia são privadas, outros 29% são parques e/ou áreas sob proteção legal e os restantes 47% são terras públicas ou devolutas. O governo não cuida nem regulariza a proteção dessas terras, mas assentou 42 milhões de hectares com colonos na Amazônia que, sem apoio, sem outras formas de sobreviver, segundo a entidade, desenvolvem a “exploração insustentável” que tem na venda da madeira a forma mais fácil de sobrevivência dos assentados”. De minha parte passo batido sobre a questão relevante da autoria, por considerar que mais importante é parar o desmatamento, reflorestar o que foi destruído e criar um sistema de utilização racional e sustentável.

07-Rendendo-se à pirataria:

Após mais de uma década tentando combater a pirataria de músicas pela internet, parte da indústria fonográfica decidiu liberar, a partir de hoje, o acesso gratuito a mais de 25 milhões de músicas pela net. O serviço de música online Qtrax anunciou ontem a parceria com grandes gravadoras, incluindo EMI, Sony BMG, Universal Music e Warner Music, que vai possibilitar que usuários baixem de graça títulos dos mais variados gêneros, desde grandes hits da atualidade até clássicos e raridades. O site da Qtrax traz uma ferramenta para informar às gravadoras quantas vezes suas músicas foram baixadas e tocadas. Creio que enfim a racionalidade aparece na discussão, pois um DVD custa hoje quase que o mesmo preço do aparelho necessário para reproduzi-lo.

08-O difícil mundo sem CPMF:

Convencido de que o STF declarará inconstitucional a decisão da Receita de quebrar o sigilo bancário de grande parte dos contribuintes, o governo trabalha uma alternativa para a fiscalização de movimentação financeira. Líderes governistas propõem a reedição da antiga CPMF, que foi derrubada no Senado. Desta vez, com uma alíquota simbólica, de apenas 0,001% e não os 0,38% anteriores. A oposição diz aceitar o debate, pois também acha que o Fisco precisa combater a sonegação. Mas desde que não haja aumento da carga tributária. Senti um cheiro bem esquisito. Vai que alguém tenha a idéia de aumentar a alíquota ou troque a posição do número ou esqueça quantos são os zeros, sei lá...

09-Passando o quepe:

Com orçamento apertado e na iminência de sofrer novos cortes, as Forças Armadas estão recorrendo às placas de "aluga-se" em quartéis, terrenos urbanos e campos de treinamento rural para tentar reforçar o caixa. A renda com concessão de terrenos para empresas privadas colocarem outdoors, montarem pequenos negócios ou até criarem gado atingirá R$ 28,4 milhões em 2008, segundo previsão do Orçamento da União. Não chega a fazer grande diferença na hora de comprar caças e submarinos, mas ajuda na conservação e limpeza de instalações. A situação em algumas unidades, do Exército, Marinha e Aeronáutica, chega à penúria extrema, enquanto nossas fronteiras, por exemplo, ficam desguarnecidas.

10-Oxigênio para o gás:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, se reuniu com Cristina Kirchner e Lula para definir o volume de gás boliviano a ser fornecido para os dois países, face à impossibilidade de suprir os valores previamente estabelecidos. A Bolívia enfrenta problemas para superar em 2008 o teto de produção de 42 milhões de metros cúbicos diários de gás, destinados a atender o mercado de São Paulo e suprir o consumo interno. As quantidades são bombeadas com dificuldade para a Argentina e devido a sua limitada capacidade, a Bolívia também tem dificuldades para abastecer a usina termoelétrica de Cuiabá. Gasoduto Já!

leoladeia@hotmail.com

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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