Segunda-feira, 30 de março de 2009 - 10h38
Frase do dia:
“O Meirelles ajudou o Brasil de forma substantiva no primeiro mandato do presidente Lula. Mas o modelo está errado.” - Ciro Gomes, o professor, desdizendo o que disse. Na mesma hora
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01-Pena máxima e resultado pífio
A dona da Daslu foi condenada a 94,5 anos de reclusão. Passou um ou dois dias na cadeia e saiu. No Brasil ninguém pode ficar mais de 30 anos preso. Logo já se sabia que a pena não iria resolver o problema. Por que a pena então? Para mostrar que no Brasil bandido não é só o que assalta e mata ou para mostrar falhas no nosso aparato jurídico? Se a idéia é essa, o objetivo foi alcançado. Mas, a soltura um dia depois, nos leva a outro ponto, pois a prisão é só complemento. Recuperar o dinheiro sonegado é o que importa. Mas, pelo andar da carruagem, o dinheiro não vai aparecer na conta, nem Eliana vai aparecer na cadeia. Com isso, a percepção da impunidade continuará crescendo, assim como a Daslu. Ambas, pelos mesmos motivos e métodos. Que pena.
02-Pena máxima e resultado pífio II
Apenas para entender: Para a justiça, o volume fraudado e/ou sonegado pela Daslu gira em torno de R$ 1 bilhão. É muito estranho que a conta tenha chegado a tanto, quando as evidências de enriquecimento ilícito estavam na fachada da loja. "Não existe um segmento da economia sem sonegação fiscal. O Brasil tem essa cultura. Felizmente, acordamos para o grave problema” diz Emerson Kapaz do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Na semana em que Eliana da Daslu era presa, outro caso – o da Camargo Correia – pipocava e no rolo, empresas, políticos e partidos e não são casos isolados. Não há um segmento no país que não esteja contaminado pela corrupção e não existem mudanças visíveis num horizonte próximo. Será mesmo cultural?
03-Pau de bater em doido
“O funcionalismo público não terá aumento por conta da crise mundial”. Não me surpreendi. Se ano passado, sem crise, foi aquela merreca de aumento, esperar o que agora? Aí vem a resposta: “a greve não está descartada”. De novo sem surpresas, até porque sem crise, houve a greve das esposas dos PMs. Como a vida do cidadão comum está atrelada à prestação de serviços públicos, o ano promete ser do barulho. Para os alunos do ensino público, famílias e professores, em lugar de férias programadas, paralisações. E o “pau de bater em doido” saiu do armário para substituir as negociações salariais. O “saco de maldades” de cada lado já está aberto. Vem sujeira pela proa.
04-Tranqueira
O MPF atendendo uma denúncia mandou periciar “as peças que compõem o acervo do museu e as obras de revitalização do complexo para verificar se estaria havendo descaracterização ou violação do patrimônio histórico”. Tentei me lembrar do “museu da ferrugem” e foi um desastre. A falta de cuidado, o mau cheiro, a poeira, o desleixo, tudo voltou à minha mente. Não é preciso esforço mediúnico para saber de onde partiu a tal denúncia, como não é preciso ser vidente para saber qual será o laudo. Em release, o MPF diz ter trazido uma perita de Brasília para analisar as obras de revitalização do complexo da EFMM. Coitada da perita. Como diz o Zé Carlos, “Ô raça”.
05-A incrível história do incrível cheque
CtrlC + CtrlV do www.rondoniagora.com.br: “O governador Ivo Cassol desmistificou nesta quinta-feira a campanha publicitária da Assembléia Legislativa de Rondônia, que garante a devolução, em forma de cheque de recursos da ordem de R$ 21 milhões aos cofres públicos. De acordo com Cassol, o que aconteceu é que foram destinados recursos a menos do que o previsto inicialmente pelos próprios parlamentares na confecção do Orçamento para o ano passado. A devolução na realidade não ocorreu, uma vez que o dinheiro sequer caiu nos cofres do Legislativo rondoniense. Até a administração passada, o Judiciário rondoniense assegurava o repasse de recursos integrais, como o definido pelo Orçamento. Na atual legislatura, os chamados duodécimos são reduzidos e os parlamentares ficam calados.” Demorou mas entendi. O checão é cenográfico ou tipo viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido. Em “emiesseenês”: “mó kaô”!
06-Senado Federal: a cada dia uma nova agonia
“Isso é inacreditável. Assistência de saúde vitalícia a ex-senadores já é um desvio, na minha opinião. Mas isso é demais. Graças a Deus essa crise está acontecendo. Se não, como é que eu ia saber de um ato publicado no ano 2000”,falou o irritado o senador Casagrande, sobre a mais nova maracutaia do “clubinho”. Mesmo em vigor há nove anos, o ato era desconhecido dos parlamentares na sua maioria, mas não da Mesa do Senado. Apenas para lembrar, o presidente que instituiu a norma é o mesmo que deverá tomar a providência de eliminá-la. O tal, que vítima de providencial e oportuna amnésia seletiva temporária, queixou-se de ter só 45 dias no cargo e logo, de não ter indicado nenhum “diretor de mentira”. É o fim da picada. Ou o começo, talvez.
07-Cristovam Buarque e a cruzada pela educação
O relatório da ONU aterrissou no Congresso com mais uma bomba: apenas 18% dos detentos no Brasil têm acesso à educação nos presídios. Sem acesso a outro tipo de estudo, doutorado sobre o crime. O senador Cristovam Buarque apresentou dois projetos sobre o assunto. O PL 3442/08, prevê o ensino fundamental e médio nas prisões e unidades de menores infratores. Passou pelo crivo do Senado e empacou na Câmara. O outro – nem saiu do Senado – trata da redução da pena para o preso que estudar na cela, a exemplo dos dias trabalhados. Se alguém do Ministério da Educação quiser dar ouvidos ao senador ou ler o que ele escreveu, terá material para trabalho para toda vida. Mas aí é dar o braço a torcer e admitir que o senador ainda deveria ser ministro.
08-Previsão do tempo para o Senado
Admitida em 2003 a “Diretora de Alguma Coisa” do Senado, Elga Mara Teixeira Lopes, tem outro talento e se ausenta da Casa – por conta da viúva – para aplicá-lo em campanhas eleitorais. Elga, advogada, jornalista e mestra em pesquisa eleitoral, trabalhou para Delcídio Amaral no Mato Grosso do Sul, João Paulo no Recife, Sarney no Amapá, Roseana Sarney no Maranhão e Omar Aziz em Manaus. É o abacaxi da semana na salada do Marimbondo de Fogo. Além da Elga, cai no seu colo o caso da farra com passagens aéreas, junto com a pressão do MPF. Somados aos rolos que teimam em aparecer desde o início da gestão Sarney, a previsão do tempo para o Senado é de chuva forte com trovoada. E a enxurrada vai levando a credibilidade para o esgoto. Danou-se.
09-É tudo culpa da imprensa
FHC disse estranhar o fato de o PT não aparecer entre os partidos citados na Operação Castelo de Areia. "Me parece estranho. É uma empresa grande, que certamente deve ter apoiado a campanha de todo mundo. E, pelo que vi, o apoio era legal", e ironizou: "Terá sido a única empresa grande que não deu nada ao PT. O partido deveria protestar por não ter recebido nada". Agripino Maia, cujo nome foi citado nos grampos jogou mais lama para o alto: "Imagina se o PT não tem nenhum político que tenha recebido recursos de forma ilegal?" De camarote, pelo menos por enquanto, o PT vê o circo pegar fogo, enquanto FHC pega na unha um previsível bode expiatório, a imprensa: "Tudo corre em segredo de Justiça até que uma partezinha interessa à imprensa, justamente a partezinha em que só aparece a oposição, dando a impressão de que havia alguma coisa suspeita". Demorou mas, a imprensa entrou na dança. Como sempre aliás;
10-Reformando em fatias
Seria mais fácil se os interessados se unissem para uma solução definitiva mas, aos poucos, uma reforma política aos pedaços vai caminhando. O senador Marconi Perillo apresentou projeto de lei – PLS 106/09 – visando tornar inelegível o ocupante de cargo de chefia do Poder Executivo que não se afastar até seis meses antes da data das eleições. Há mais de 20 projetos sobre o tema tramitando no Senado, alguns já aprovados na CCJ e prontos para serem votados. Perillo lembra a incoerência de se obrigar o afastamento de seus cargos por ministros de Estado, juízes ou diretores de estatais que queiram se candidatar à Presidência da República, enquanto a mesma desincompatibilização não é exigida do próprio presidente, o que é " tratamento desigual entre os cidadãos, em flagrante prejuízo do princípio constitucional da isonomia e, no caso, em evidente conflito com a própria moralidade administrativa". Pronto, fiquei fã do Perillo.
Fonte: Léo Ladeia / www.gentedeopiniao.com.br / www.opiniaotv.combr
leoladeia@hotmail.com
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