Política & Murupi 5/04/12

Frase do Dia:

“Para o bom entendedor pingo é letra.” – Ouvido por aí sobre abordagens jornalísticas.

01-Muito pelo contrário

Fim da greve. Início da intolerância. De forma orquestrada a “tchurma do quanto pior melhor” resolveu partir para a tentativa desesperada e de novo na madrugada as labaredas em Jirau foram vistas, combatidas e principalmente sentidas. Alguém disse que saiu do presídio federal a ordem para a barbárie e que o mandante seria o autor da frase emblemática: “Porto Velho vai explodir”. A ligação do presídio federal com aumento da bandidagem é que nadando com o tubarão estão as rêmoras vivendo das migalhas. Sou mais pela teoria da guerra sindical entre as centrais. Mas em termos de Beira Mar, não creio, não duvido e até muito pelo contrário.  

02-Um pouco de usinas

Não vou buscar nada nos meus alfarrábios e se alguma coisa não estiver na ordem exata ou se faltar pedaço, datas, etc., aceito e agradeço as correções. Corriam os prazos para licenças de construções das usinas e depois de um leilão meio Mandrake pintou a segunda usina. Foi um Deus nos acuda do governador de plantão que se posicionou contrário à construção da Usina Jirau. Deglutido o engasgo, obra pra frente e pepinos para trás. Gente de fora, madeira de fora e até um homem – Sibá Machado – de fora. Começava ali uma série de nós que estão até hoje.

03-Visão embaçada

Lembrei da troca da reserva florestal carregada de má vontade oficial até que, ultrapassada a etapa começaram as greves. Toda greve é política, toda greve é tensa e toda greve encerra o embate entre capital e trabalho, mas nas greves das usinas a política é partidária. Em março do ano passado, uma das greves tomou um volume não esperado e até moradores de Porto Velho entraram na dança. Caos e de novo outra etapa ultrapassada. Sabia-se, porém que alguma coisa não seguia pelas vias normais. Greve sem pauta e simultaneamente nas duas usinas, para quem já passou por isso não é aviso. É luz vermelha acesa, mas os daltônicos não perceberam.   

04-Nariz entupido

Quando “vai dar (*)erda” o mau cheiro se antecipa ao fato e quem é do ramo e tem nariz bom já havia sentido que no Rio Madeira lá para as bandas das usinas havia bem mais que bagres, mas as autoridades com os narizes entupidos só sentem depois da caca pronta. Não só agora, não só nesse caso e não só prefeito e governador. O envolvimento de autoridades – tem dinheiro público no meio – e construtores das usinas deve existir e ser maior. Pelo “faro” o que vimos até aqui é pedaço ou prenúncio. Estamos em ano eleitoral, pinga Sorine no nariz gente!

05-Pagando o pato

E da noite para o dia literalmente a cidade encheu-se de gente vivendo em condição precária. Abrigados em instalações provisórias no SESI e numa famosa casa de shows, os trabalhadores de Jirau que vazaram do canteiro em chamas estão passando por um sufoco maior do que o de barata em galinheiro, enquanto esperam que as providências de alguém, de algum lugar e que faça alguma coisa apareçam . Água, comida e créditos para telefone celular são as prioridades. Depois é sonhar com a garantia do emprego ou que dê baixa na carteira de voltar à sua cidade com algum no bolso. Vida de peão de trecho é assim. Não para de rodar: sai daqui e ficha ali.    

06-O gás dos infernos

A até hoje desacreditada SESAU – e não é por culpa da imprensa – acaba de marcar um golaço. Um problema sério em hospitais é oxigênio e foi aí que a SESAU buscou o gás. A Oxigênio da Amazônia que participou da cotação com três empresas fornecerá o importante insumo com preço do metro cúbico – que é a medida para aquisição – mais em conta. O oxigênio medicinal custava R$ 18,08 e passou para R$ 7,50. Oxigênio líquido custava R$ 11,17 foi para R$ 5,50 e ar comprimido que era R$ 17,45 foi para R$ 6,98. A economia anual será de R$ 12 milhões o que vai ajudar na respiração dos pacientes e dar um gás na saúde. Sacanagem e roubalheira têm limites. Estavam vendendo o ar que o capeta comprimiu junto com enxofre. Ô louco meu...

07-Conta salgada

Quem ainda não passou raiva com alguém que liga no celular e avisa: “o crédito vai acabar”? O problema é que os celulares pré-pagos representam 80% do total de telefones no país e sua tarifa é duas vezes e meia mais cara do que a cobrada pelos pós pagos: a ligação do pré-pago custa R$ 1,35 e o custo médio da ligação do pós pago é R$ 0,54. A presidente Dilma Rousseff mandou um torpedo ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo dizendo que não gostaria de ver disparidade tão grande e o ministro já caiu em campo. Como o pregado é comprado com maior rapidez e sem contrato, o custo pode ser maior, mas não na proporção de hoje.

08-Dilma nas cabeças

O exemplo aí de cima mostra um pouco do estilo Dilma Roussef. É técnica, impaciente com as coisas da política, durona, turrona, mas a verdade é que sabe sorrir na hora certa, disfarça bem o mau humor e sabe dar o seu recado falando a língua do povo, não como o imbatível criador Lula – é uma fera na comunicação – mas do jeitão dela. E tanto sabe que a pesquisa conferiu. A presidente continua nadando na praia de Inema na Bahia, sem ondas. Em dezembro, depois de mandar 6 ministros para a casa do crica, Dilma tinha 72% de aprovação. Disse adeus ao toma-lá-dá-cá e foi a 77%. Sua preocupação com coisas como o pré-pago agradam e o povo adora.

09-Vai te catar veio...

O advogado do senador Demóstenes Torres, quet que o STF anule as provas apresentadas pelo Procurador-Geral da República contra seu cliente. Houve “usurpação da competência do STF” que não autorizou a PF e MP a realizar a investigação, o que em tese tornam as provas ilícitas. Há “um bando de ilegalidades”, a começar pelo fato do parlamentar ter imunidade e só poder ser investigado a partir de uma autorização do STF. Demostenes senador da República disse que tem ligações com o Cachoeira que está envolvido até o talo com crimes e contravenções. Aí eu fico pensando que justiça é essa que premia o infrator porque o policial avançou o sinal vermelho para efetuar sua prisão? Vai se catar cambada. Aí é melhor ir mudar para o Paraguai.

10-Três perguntas cretinas 

Não sei quem é o autor, mas achei um barato. Que tal mudar em Porto Velho o “ado, ado, ado, cada um no seu quadrado” para “aco, aco, aco, cada um no seu buraco”? Ontem mais uma casa de bingo foi fechada em Porto Velho. Será respingo da Cachoeira? Faltam 18 dias. O que será?

 leoladeia@hotmail.com