Sexta-feira, 20 de agosto de 2021 - 05h32
A CPI da COVID perdeu força,
foco e credibilidade talvez por querer colocar na roda apenas o Presidente
Bolsonaro e seus ministros, que aliás devem e precisam ser investigados dentro
da pauta proposta quando da criação da indigitada CPI. Ocorre que de forma
deliberada a participação de estados e municípios que receberam verbas a fundo
perdido para combater a COVID ficou oculta ou talvez a CPI não tenha se
apercebido do erro apesar dos muitos alertas. De repente o que havia sumido ou
deliberadamente oculto, principalmente para o triunvirato que comanda a CPI, Aziz,
Randolfe e Renan, surgiu com a operação Reditus da Polícia Federal.
Ontem, 18 de agosto de 2021,
400 ninjas da Polícia Federal visitaram oito estados - Amazonas, Pará, São
Paulo, Goiás, Ceará, Rio De Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso - levando uma
surpresa nem um pouco agradável para os espertinhos que supostamente meteram a
mão na grana federal destinada à compra de insumos, montagem de hospitais e
medicamentos para combater a COVID. A Reditus é uma operação de grande monta.
Nesta etapa 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária
e seis de preventiva foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal e quando a
informação oficial cita “nesta etapa da operação” é por que tem mais cordão no
novelo a ser puxado pelas mãos “duzomi da capa preta”. Só nas investigações
iniciais, os órgãos de controle viram irregularidades que passam de R$ 1,2
bilhão com a contratação de organizações sociais para gestão de hospitais
públicos, somente no Pará. É tão óbvio
que não entendo como é que os donos da CPI da COVID não imaginaram que isso
pudesse estar ocorrendo, apesar de avisos dados a altos berros e o
encagaçamento geral que levou os governadores a pedirem e conseguirem abrigo no
STF para fulminar os depoimentos. Mas, como não há o que fique oculto para
sempre, os ninjas descobriram. É que com eles não existe conto da carochinha e
toda mentira tem perna curta. O tirambaço varou a blindagem.
O foco - algo que faz falta
à CPI da COVID - nesta fase da operação Reditus é buscar as provas e as evidências
sobre crimes de ORCRIM - organização criminosa como a lavagem de capitais e já
existem os contratos com quatro OS’s - Organizações Sociais, cinco hospitais regionais
e quatro hospitais de campanha. Mas, o fim do buraco está níveis abaixo e não
só nestes oito estados. O que se viu até agora pode ser a ponta de um iceberg
perdido nas terras quentes do Pará. As investigações revelam que o governo do Pará
repassava as verbas às Organizações Sociais e elas subcontratavam outras
empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde do estado geridas pelo
grupo criminoso, uma prática conhecida como quarteirização. O serviço era subcontratado
por preço maior e a diferença ficava com os ladinos, “in pocket”, no bolso, na
mão grande, que caracteriza o crime de lavagem de dinheiro.
Contudo, para a desagradável
surpresa não ficar restrita à visita dos ninjas da Polícia Federal às seis da
matina ou nas prisões determinadas, houve o aperto do cinto. Foram suspensas as
atividades de duas empresas, na verdade duas lavanderias de dinheiro, o sequestro
de bens móveis e imóveis do principal operador financeiro da mutreta cujo valor
ultrapassa R$ 150 milhões e o bloqueio de contas de pessoas físicas e jurídicas
que passam dos R$ 800 milhões.
Os governadores farão o seu dever
de casa dando uma nota de “apoio as investigações para que a verdade seja
esclarecida” como consta da cartilha dos corruptos. É a praxe. E devo dizer que
eu acredito nessas notas oficiais, como aliás, acredito em quase tudo. Só não acredito
em Papai Noel porque ele entra e sai da chaminé sem sujar a roupa, mas sei que as
suas renas voam e eu mesmo já vi lá na Bahia umas dez vezes na noite do Natal.
E como vivemos no meio desse
mundo de águas na Amazônia, deixo um aviso aos navegantes: as investigações dos
órgãos de controle, CGU, Tribunais de Contas e claro, Polícia Federal irão
buscar mais estados e municípios. Se alguém meteu a mão na verba destinada a
combater a COVID cometeu um pecado mortal e se está com medo da visita dos
ninjas às seis da manhã, procure um padre e conte o seu pecado. Mas deixe um advogado
criminalista de sobreaviso.
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