Sexta-feira, 1 de abril de 2022 - 18h02
Retorno à lide justo no dia que o povo consagrou
como dia da mentira e por razões relevantes. Uma ordem da diretoria do Diário
da Amazônia e outra ordem da minha mulher que possivelmente pressionada pela
inflação exige um reforço nos meus caraminguás. Entre escrever e carpir optei
pelo menor serviço braçal e a partir de hoje, todas as sextas feiras, estarei com
uma hebdomadária coluna (ops! vá ao dicionário ver que bicho é esse) sobre o
tema que me der na telha. A escolha de hoje é uma tentativa de antemão frustrada
de falar a verdade sobre a mentira.
Vamos lá atrás. Foi em 1500 que surgiu nossa
primeira mentira genuinamente brazuca: Pedro Álvares Cabral descobriu a Ilha de
Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz e por fim Brasil. Nossa história ocultou
os irmãos Pinzon e Vasco da Gama dentre outros navegadores que conheciam estas
plagas. Com esta primeira mentira pegamos gosto pela coisa e de imediato
adotamos a mentira, a desfaçatez e a corrupção, como um estilo político
nacional. As capitanias hereditárias, o escravagismo, o butim de nossas riquezas
para a Coroa, a corrupção grassando na corte, a Inconfidência Mineira, a Independência
do Brasil com Dom Pedro montado num garboso ginete branco com a espada em riste
gritando (pela dor de barriga?), depois a Proclamação da República pelo Marechal
Deodoro que acamado quase atrasa a data do evento, tudo isso são exemplos de
como a mentira se entranhou. Quem se der ao trabalho de ler livros escolares da
história do Brasil verá outros exemplos como a guerra do Paraguai, a revolta da
chibata, a criação do carnaval e muitos mitos.
Mas há uma mentira especial tida e havida como
verdade absoluta na data de hoje. A revolução de 31 de março de 1964 – para alguns,
revolução e para outros, golpe militar – ocorreu no dia de hoje, primeiro de
abril. Serei contestado, mas ocorre que eu era ginasiano do Colégio Duque de
Caxias em Salvador na Bahia e pela manhã fui parado no portão do colégio e mandado
de volta para casa por dois soldados do exército com a seguinte explicação: “vá
pra casa que hoje é dia de revolução”. Tremi nas bases, mas antes de ir para
casa porque era dia da mentira, pulei o muro e constatei que sim, era verdade.
A revolução ou golpe atingiu em cheio a educação e o mandrião aqui voltou para
casa para jogar bola sem culpa. Ordens são ordens!
Revolução ou golpe? Qualquer que seja o nome, a
verdade é que o fato se deu com o apoio da elite política, classe média,
igreja, empresários e com o beneplácito da imprensa que viam em João Goulart o
símbolo do satanás excomungado comedor de criancinhas. Os militares assumiram o
poder jurando de coturnos juntos que ficariam apenas por um breve período para
democratizar o país e explico: “revolução
é uma mudança abrupta no poder político ou na organização estrutural de uma
sociedade que ocorre em um período relativamente curto de tempo”. Insisto: um
período relativamente curto de tempo é o cerne do conceito, mas no caso o que
ocorreu? A revolução presa entre duas potências da Guerra Fria resolveu encarar
uma guerra suja nacional. Mas o que poderiam fazer um bando de malucos
despreparados contra o poder do estado que mais se agigantava censurando,
prendendo, fechando o Congresso e tocando um “barata voou” nunca dantes visto?
O “período relativamente curto” foi relativizado e a democracia com todas as
garantias sumiu por 21 anos e está voltando aos trancos e barrancos. Claro que os
militares pagam até hoje um alto preço pela ousadia do golpe e pela
constrangedora permanência no poder por 21 anos muito em razão de que os fatos
da história podem ser omitidos, ocultados, surrupiados, mas continuam sendo
fatos.
Voltando ao dia de hoje, a verdade é que a mentira
ganhou um status mundial de aceitação entre as pessoas e até um verniz de
verdade com sotaque americanizado, of course. A “Fake News”, popularizada pelo
pavão Trump transformou o mundo todo. Nas redes sociais o que se vê é gente
sorridente, rica e saudável, vendendo falsa felicidade e fazendo escola. Dos
EUA para a Rússia de Putin, o nono rei das “Fakes News”.
Em inglês ou português, nós os descoberto de Cabral mantemos
desde 1500 a procissão com falsos santos em ricos andores e acólitos rezando
contritos: “em verdade em verdade eu vos digo: nem tudo que vos digo é
verdade”. E a procissão segue com a alternância dos santos de barro nos ricos
andores apenas com novos nomes. Não é mesmo Lula, Bolsonaro, Dória, Moro,
Gilmar, Pacheco, Calheiros, Collor, FHC, etc, etc. e etc?
NB1: Apenas por amor à verdade, confesso que esta
coluna não foi escrita hoje e sim ontem 31 de março.
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