Quinta-feira, 7 de outubro de 2021 - 16h17
Começo com a frase muito difundida no mundo
cibernético: se você acha que é um cliente que recebe um produto de graça via
internet, acredite: você é o produto.
Frances Haugen ex-funcionária do Facebook num depoimento demolidor ao Senado
dos Estados Unidos trouxe um clarão de luz sobre as trevas das empresas que
compõem um conglomerado tecnológico, cuja função pelo menos em tese, seria
“tornar o mundo mais aberto e conectado” segundo a filosofia comercial do
criador Mark Zuckerberg, o que presume a valorização de relações pessoais e
laços sociais e óbvio deixando um troco para o grupo. Ninguém trabalha de
graça.
Quando tentei entender como funciona o “face”
deparei-me com o algoritmo, uma coisa antiga e conhecida e que nada mais é que a
montagem de uma sequência de raciocínios, instruções, operações ou passos que
levam a um objetivo. É tão simples como receita de bolo ou o manual de operação
de um eletrodoméstico. Segundo a Frances, porém, a receita de bolo do “face” é
criminosa. É como se você adicionasse um produto cancerígeno à receita e não
avisasse sobre o risco a quem você passou. Documentos da empresa mostrados pela
Frances revelam que há conteúdos muitas vezes nocivos à saúde e à democracia dentro
da armadilha do “face” e isso é tratado tão somente como um modelo de negócios.
Mas não fica só nisso, há muitos outros gatilhos para impulsionar a interação entre
pessoas e que fazem mal às crianças, alimentam a divisão e ódio e enfraquecem a
democracia. As suspeitas são antigas e Frances apenas as tornou públicas no
Senado. O problema maior é que o “face” e seus puxadinhos agregados como o
Instagram e o Whatsapp sabiam disso e nada fizeram para reduzir os riscos ou
corrigir as distorções.
O Facebook alega que remove conteúdos danosos, mas os
documentos mostraram que a empresa tomou medidas contra apenas uma pequena
fração – e não se sabe o quanto – das publicações contendo discursos de ódio e
de incitação à violência.
Em 2018, o Facebook disse que para mitigar a
radicalização, priorizaria publicações de amigos e família, mas isto não é
verdade nem sequer em parte. Nunca foi verdade. A desinformação, a toxicidade e
o conteúdo violento prevalecem nos compartilhamentos entre pessoas e como
sabemos nós todos no Brasil, o ódio e divisionismo campeiam na sociedade. No
Instagram, no Facebook e no Whatsapp os pesquisadores sugerem que há um
agravamento de ideações suicidas, de ansiedade, de depressão e até desordens
alimentares. Nos EUA, há estudos sobre expandir a lei de privacidade infantil
online, tornando ilegal computar informações pessoais de crianças. Outra
possibilidade interessante é limitar a prerrogativa das redes sociais de não
serem responsabilizadas por conteúdos publicados por seus usuários, mesmo
quando ou se moderados por elas.
Sejam quais forem as soluções encontradas e as
possibilidades são muitas, é certo que alguma forma de regulação é necessária.
Não se pode, a pretexto de preservar a livre-iniciativa, deixar que uma empresa
monte um gigantesco monopólio, estimule a disseminação de mentiras para ampliar
o seu lucro e concentre um poder quase infinito e assustador sem que seja
submetida aos limites democraticamente estabelecidos e não apenas nos EUA. O
problema é mundial e apocalíptico.
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