Terça-feira, 17 de agosto de 2021 - 14h57
Quem
não aprende com a história repete o erro. Ontem, o grande xerife do mundo viu a
repetição da saída atabalhoada de Saigon no Vietnã em 1975. Naquela época, o
poderoso exército americano saiu desmoralizado daquele pequeno país mas a
repulsa do povo americano já havia sido cantada dentro dos Estados Unidos em
1969 no Festival de Woodstock e nomes da contracultura como Jimi Hendrix, Mohammed
Ali, Bob Dylan e Martin Luther king, se tornaram a cara e a voz da revolta do
povo contra a guerra no outro lado do mundo, mas os Estados Unidos continuam
com a política de armar um contra o outro e criando os monstros como Osama Bin Laden
que depois eliminam. De novo o xerife e seu exército vão deixar uma terra
arrasada e os seus aliados locais entregues à própria sorte, nas mãos do Talibã
que retomou em poucos dias o poder no Afeganistão. A história revelava antes o
erro previsível.
Aqui
na “terra brazilis”, as refregas entre os três poderes nunca harmônicos pois
são dependentes, chegaram ao nível do absurdo. São mais de 100 pedidos de
impeachment contra Bolsonaro na câmara e 17 no senado contra Ministros do Supremo,
sem contar os pedidos do cantor Sérgio Reis que por não ter coração de papel
quer o pescoço dos onze e o do Bolsonaro que sonha atravessar a praça montado num
“fumacê” da Marinha e entregar mais um pedido contra os seus dois desafetos Alexandre
Moraes e Barroso do stf. São tempos estranhos em que vaca não reconhece
bezerro, mas, antes do ponto parágrafo um aviso aos navegantes: a possibilidade
de prosperar qualquer um pedido de impeachment contra quaisquer pessoas destas
aí, é zero.
Sabemos
que no “Sanatório Brasil” existem vários tipos de doidos. Nos extremos estão o
Capitão Jair que pôs fogo no próprio roçado e não encontra a saída e o Luiz Inácio
que foi ao nordeste juntar galho seco e gasolina para aumentar o fogaréu na
roça do capitão. Mas existem aqueles que tomaram o remedinho milagroso como Rodrigo
Pacheco, Presidente do Senado que tenta o salto com vara de olho numa vaga como
terceira via à Presidência e Artur Lira, mais imexível que o finado Ministro
Magri, por conta de uma espada suspensa e apontada para sua cabeça lá no STF.
São doidos ajuizados e doido que não rasga dinheiro, convenhamos, não é doido.
No STF
a coisa está rachada. Depois de incendiar o plenário o sempre político Gilmar
tirou o time de campo e só aparece para dar pitaco. É que para levantar as
paredes e bater a laje que é o serviço mais pesado na construção do puxadinho bastam
dois ministros de capa e espada, bem ao estilo Zorro ou Errol Flynn: um para
queimar a biografia e rasgar seus livros e o outro para reafirmar a sua auto
divergência e queimar seu passado. Mas
estão todos na mesma nau e não me refiro àquela aventada por Bob Jefferson que
aliás continua preso, como preso está o deputado Silveira, ambos sem o devido
processo formal antes de cumprirem penas. E a OAB rindo dos dois. E provavelmente
também de nós, of course.
Quem
viveu o Brasil dos anos 60 sabe que a maior diferença para o momento atual é a
inapetência dos militares para o golpe. Depois de tantos anos eles descobriram
que para ter o poder basta ter voto. É mais fácil. Então a probabilidade de um
golpe estilo “república de bananas” ou algo no estilo Talibã, é zero.
Quem
não aprende com a história repete o erro. O resto é fumaça de queimadas, de
maconha ou dos tanques desregulados da Marinha lá em Formosa.
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