Terça-feira, 10 de agosto de 2021 - 19h15
Uma mentira contada mil vezes acabaria em tese por se transformar em
verdade? Não. Não é bem assim. As Forças Armadas têm um calendário planejado de
ações que inclui manobras militares,
treinamento na selva, patrulhamento nas fronteiras, na Amazônia, nos rios,
bacias, vacinações, ou seja, a cada período predeterminado - militar tem essa
prática muito salutar de planejar o que fará - executam aquilo que foi
desenhado no papel. Em Formosa, região ao norte de Brasília há um campo de
treinamento que é utilizado pelas Forças Armadas desde 1988 e apenas para
reforçar, usado a partir do planejamento militar feito com antecedência. A Marinha no seu jargão, “levantou ferros”
saindo da água para o treinar seus Fuzileiros Navais em terra, no local
indicado e preparado para tal fim, lá em Formosa. Brasília está no caminho de
Formosa. É importante que se diga que para ir a Formosa não é preciso passar na
frente do Palácio do Planalto que fica de frente para o prédio do STF e próximo
ao prédio do Congresso Nacional. Nunca, desde 1988 um comboio militar
dirigindo-se a Formosa fez tal trajeto. Mas, desta feita fez e mais, o
comandante da força que se deslocava fez algo inédito: subiu a rampa e entregou
um convite ao presidente Bolsonaro para assistir as manobras militares.
Fosse o presidente um civil, sem qualquer formação militar, mesmo sendo
o chefe supremo das Forças Armadas e o fato não teria acontecido, mas Bolsonaro
é umbilicalmente ligado aos militares e, além de gostar, incentiva o estilo
“militares no governo”. Em tempos de paz seria esta a explicação e nenhuma
mentira, fake news, boataria ou qualquer outro nome que se queira dar, seria
agregada ao fato e a carroça continuaria seguindo e ajeitando as abóboras, mas
aí surgiu a história de que a Marinha havia desfeiteado os poderes constituídos.
Ocorre que há uma guerra de poder entre os Três Poderes, mas em especial
entre o STF, o TSE e Executivo encarnada nas figuras do Presidente Bolsonaro e do
Presidente do TSE, Ministro Barroso e, convenhamos que quem foi à rinha quer
ver um galo trucidando o outro com pé d’orêia, cangapé e rabo de arraia e se
não tem nada disso, é hora de “tacá fogo na zona” e foi o que aconteceu. A
tchurma que apaga fogo com gasolina adicionou à mentira da desfeita da marinha
ao TSE outra inverdade que seria a mentira de que a passagem do comboio militar
-e de novo repito - desnecessário, havia sido programado para ocorrer
justamente no dia em que a Câmara dos Deputados deve votar a pouco provável instituição
do voto impresso, que o TSE e em especial o Ministro Barroso que preside a
casa, não concorda.
Ora, a questão do voto impresso já foi julgada antes pelo STF, é matéria
pacificada e só está na pauta por conta do voluntarismo do Presidente Bolsonaro
que aliás foi eleito nove vezes pelo sistema de urna eletrônica. Dizer que há
fraude eleitoral porque não há voto impresso é uma balela, mentira, fake news,
boataria e ainda que dita mil vezes não irá se transformar em verdade. De igual forma dizer que a
passagem do comboio militar da Marinha pela frente do Palácio do Planalto é
atentar contra a democracia, é também uma balela, mentira, fake news, boataria
e ainda que dita mil vezes também não se transformaria em verdade.
Há ainda no Brasil o trauma por conta da divisão ocorrida em 1964 e que
continua incendiando alguns corações e mentes que torcem pelo quanto pior
melhor e que acreditam que existe uma luta sem tréguas do bem contra o mal, entre
o comunismo – hoje seria a ala de políticos ditos progressistas – e o
capitalismo a ala de políticos voltados ao agronegócio e ao mercado. Alijado
desta guerra, mas sofrendo as dores o povo paga caro por sua manutenção.
Vale lembrar que os pobres de Brasília vivem como pobres que são nas
cidades satélites e que não existem Chefe de Poder, Senador, Deputado Federal,
Presidente, vice e/ou autoridades ministeriais pobres, independentes de terem
ou não partido, ou de serem direita ou esquerda. No
fundo, todos são iguais. Ou como diz o povo, é “tudo farinha do mesmo saco” e
só querem o voto para se perpetuarem como seus representantes. E você se sente
representado por eles?
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