Quarta-feira, 23 de novembro de 2011 - 13h06
Frase do Dia:
"A vontade de ganhar tira o medo de perder." – De um cidadão sobre a Operação Termópilas
01-Treme-treme
Um abalo sísmico provavelmente ocorrido na Bolívia foi sentido no prédio do MP de Rondônia. Segundo informações o sismo teve intensidade de 6,2 graus na escala Ricther e subseqüentes ondas sísmicas leves chegaram a Porto Veho mas, ainda assim assustaram funcionários e pessoas que moram ao redor. Funcionários do MP realizaram a vistoria do local e aguardaram a chegada a polícia para realizar a interdição das vias próximas ao local. Segundo informações de testemunhas o prédio literalmente tremeu, várias pessoas passaram mal e por instantes houve tumulto na evacuação do prédio. Ali próximo, no prédio da ALE, nada foi sentido. Vai ver que o pessoal já se acostumou com o treme-treme ocorrido nos últimos dias
02-Nem uma nem outra
A avaliação de alguns setores do governo é que as lideranças médicas estão pegando pesado com o governador do estado e com a área de saúde do governo. O que incendeia as relações e os discursos de lado a lado é o conflito – pelo menos em tese – de idéias entre a terceirização e a gestão compartilhada de saúde, defendida pelo governo e a resistência da classe médica e do Conselho Estadual de Saúde, que preferem a gestão do próprio governo. Entre uma e outra valem o debate e os estudos para se tentar uma terceira via. Não sou partidário de nenhuma das soluções. Por não conhecer a tal gestão compartilhada ou por conhecer demais a outra.
03-Uma coisa puxa a outra
Lembrei de uma providência do governo federal com relação à prestação de contas de verbas públicas e em especial da saúde. Quem olha a papelada, regra, leis, etc. logo percebe que tudo é perfeito e bem arrumado. Só que tudo funciona no “piloto automático”. Dinheiro recebido, gasto, relatório entregue e arquivo morto. Ninguém analisa nada depois que o dinheiro aporta numa secretaria, hospital, etc. A coisa é rápida: dinheiro em caixa, licitação na mão, compra na outra, material chegando – nem sempre o licitado –, nota assinada, grana paga, relatório feito e pode crer que tudo isso pode ter sido feito de forma errada e que o dinheiro que salvaria vidas, pode ter ido parar no bolso de uns poucos que conhecem e mexem no processo. Mas...
04-E outra coisa aparece
Andei provocando o Conselho Estadual de Saúde e acabei descobrindo que se não fazem mais é por absoluta falta de apoio. A última do Conselho de Saúde foi descobrir que a “pilantropia” é uma atividade em plena ascensão na ALE. Um levantamento da “Tchurma do Raimundinho” anotou quase R$ 2 milhões de emendas para associações de benemerências de parlamentares preocupados com a dificuldade que tem o estado em atender o povo. Para o Conselho a grana pode ter sido até bem usada, mas para finalidade diversa como criar gado, comprar um apê. Para consertar, o Conselho quer manter as emendas dando destinação correta e específica.
05-Batendo o bumbo
Para quem queria só uma “peinha de nada” para desancar seu adversário, Cassol encontrou o “bi-trem carregado” e da tribuna do Senado foi só abrir as bandas da carroceria e deixar que as melancias se espalhassem. Cassol tem um estilo próprio que nem precisa de argumentos, mas se os encontra, sai de baixo que o desmantelo é grande. Só tem uma coisa estranha na fala do Cassol. Foi quando ele disse: “Essas prisões foram só o começo, outras mais irão acontecer. O problema não está só na Assembléia e sim no Governo do Estado, podem esperar que vem mais por aí”. Só para lembrar, tem gente ligada ao Cassol que está caindo nas garras da justiça.
06-Por falar nisso...
O Conselho Estadual de Saúde deliberou na reunião desta semana que além da posição contra a gestão compartilhada da saúde, quer que o total dos R$620 milhões contratados pelo estado sejam destinados ao município de Guajará Mirim onde a saúde chegou ao fundo do poço e que se faça uma auditoria completa no Fundo Estadual de Saúde do SUS num período que abrange os últimos 5 anos. Se isso tudo vai ou não acinecer é uma história ainda sem final, mas se pelo menos essa auditoria for feita, o chão vai tremer sem que haja terremoto e os estoques de fluoxetina, rivotril, etc terão que ser revistos para atender a alta demanda dos encagaçados.
07-E agora José?
A política normalmente não dá uma segunda chance mas o Dr Confúcio Moura está recebendo a sua oportunidade para virar o jogo, redesenhar o seu governo, reorganizar o secretariado e, se tiver apetite político e estômago para tanto, recompor a Mesa da Assembléia Legislativa de Rondônia, deixando-a – aproveitando o clima de orações presente esses dias no seu blog – à sua imagem e semelhança. Não é difícil mas é preciso urgência, competência e credibilidade. Dele ou de quem ele venha a indicar. Como sou bocudo, creio que é hora de chamar o Senador Raupp e pedir refresco. Ora, quem quer governar com coalizão e transparência faz às claras.
08-Vai começar tudo de novo?
Como essa Operação Termópilas parece a anterior... Até um esquema de folha paralela dentro da ALE está sendo investigado. Só falta pintar alguma mágica daquelas que o Mandrake fazia com o Diário Oficial. Por enquanto a folha paralela é um indício levantado a partir de escutas telefônicas e envolvendo três deputados que passaram longe da Operação Termópilas: Neodi, Maurão de Carvalho e Donadon. O problema é que a ALE funciona como um condomínio onde o que um morador faz, seu vizinho segue. Se a PF conseguir provar essa história com os três, a chance de que muito mais gente esteja envolvida é grande. E aí vai feder carbureto
09-Mas... e como é que fica depois ?
Não tenho pesquisa, enquete ou qualquer ferramenta para aferir o sentimento do povo com a Operação Termópilas mas ando na rua, falo com pessoas e recebo mensagens dando conta de que o povo gostou. Junto com tais manifestações de agrado, há sempre o comentário de que não vai dar em nada. É a percepção da impunidade. Esta semana o presidente da OAB nacional soltou os cachorros e criticou as associações de juízes, afirmando que elas têm tentado impedir que haja transparência no Poder Judiciário com atitudes como o recente pedido para que nem ao menos as iniciais dos nomes dos que respondem a processos disciplinares sejam divulgadas. Para o presidente da OAB Ophir Cavalcante, "a transparência é fundamental na República e o Estado não é mais importante que o cidadão". O povão sabe e vê as coisas.
10-Três perguntas cretinas
Será que dessa vez não vai ter nenhuma delação premiada? Por aqui Termópilas, em SP um conselheiro é afastado por enriquecimento ilícito, na Bahia uma deputada conta segredos de alcova e de chifraria em plenário, em Brasília ministros caem como moscas depois do Detefon no mar o óleo vaza a rodo e aqui eu me quedo: alguém sabe dizer quantos quilômetros faltam para chegar ao fundo do poço? E se o fundo do poço for falso? Não precisa responder nada.