Sábado, 8 de dezembro de 2012 - 07h08
Frase do Dia:
“Aquilo que o povo falar,
ou foi, ou é ou será”.
Do povo, pelo povo, para o povo.
I-A surpresa
As surpresas ficaram restritas a impensáveis nomes envolvidos nas duas operações e ao fato de serem duas concomitantes. Quando os jatos da FAB chegam aqui, é ministro de segunda linha com diária de primeira, bandido para a “Tristeza”, ou a PF em mais uma operação. Na quarta jatinho da FAB, na quinta “ninjas” madrugando na porta dos malinos ainda no sono dos justos. Não é fácil. Barulho à porta e o medo de assalto se transforma em desespero. A vergonha vem com a algema e o camburão, mas a ficha só cai após a primeira noite na cela quando o choro vem forte e o malino fica mais abandonado que açougue na semana santa.
II-A caçada
Primeiro são as roupas caras, carro novo, apê e lipo na “cumadi”. Passada esta fase a mão vai com gosto e o “cabôco” se junta em bando – “o gambá cheira o outro”, diz Zé de Nana e passa a “fazer negócios”. Aí o bicho pega. Os sinais de riqueza ficam evidentes e a sensação de impunidade aumenta. Uma denúncia aqui, outra ali, uma olhada apurada nos processos e os “ninjas de gravata” armam o bote e saem como cabas. Por ora dezoito malinos sentiram o aço frio do bracelete. Outro tanto está na trilha com a certeza de que sua hora chegará, tão certa quanto a morte. “Cateto fora do bando vira comida de onça”, filosofa Zé de Nana.
III-O rombo
Ainda que a constituição diga que só há culpa com sentença transitada, o simples fato de um dezoito pessoas irem para o xilindró numa mega-operação afasta qualquer possibilidade de inocência, salvo um ou outro e olhe lá. Já de há muito tempo, nas conversas de amigos, correligionários e, claro dos inimigos, pintavam informações sobre falcatruas. Provar que é bom era quase impossível, pois o esquema montado pela gandaia foi coisa bem articulada, bem pensada e que por um período deu certo. Coisa de quem é do ramo de patifaria no atacado. De qualquer forma, denúncias no futuro do pretérito, para evitar ações judiciais no presente, sempre existiram. E isso reforça a opinião de quem estava de olho na patifaria. Convenhamos: promover um rombo de mais R$ 120 milhões não é coisa para amadores.
IV-O bote
Mais do que em qualquer uma das operações anteriores, o cuidado no fazer, o sigilo mantido por um longo período e partilhado por muitos são as marcas das duas operações deflagradas pelos órgãos de combate à corrupção. Para avivar a memória, há poucos dias tivemos também a operação Olimpo. Claro que a imagem dos policiais fazendo prisões e carregando documentos é a parte mais visível, mas não mais importante que as outras que não serão vistas e que integram a investigação com servidores de 14 órgãos que compõem o Cercco-Comitê Rondônia Contra a Corrupção. Não por acaso, o procurador Reginaldo Trindade fez durante a entrevista coletiva, um emocionado discurso de agradecimento a esses anônimos. A cada operação a “tchurma do bem” se esmera e se qualifica como pau de dar em doido.
V-A tranca
Dois pontos a considerar. Quem acompanha a pilantragem no poder público sabe que a hora ideal para acertos, queima de provas e acochambrar números é a última, mas os “ninjas de gravata” também sabem. A gente acha que os pilantras são o ”O” do borogodó, mas “quando a sabedoria é demais, vira bicho e come o dono”. As “organizações criminosas” são antes de tudo criminosas. Basta seguir o rastilho mal cheiroso que se chega à origem do malfeito. Foi assim que “deu-se o causo e aconteceu”. A partir dos indícios as ações apriorísticas de órgãos de fiscalização integrada como TCU, TCE, MP e MP de Contas barraram as investidas do bando contra os cofres e o cerco se fechou. A corrupção vicia e os corruptos sentindo que a “boca” iria fechar se desesperaram e só viam isso. A cidade abandonada é a prova.
VI-O desmantelo
Esqueçam por enquanto os números da roubalheira pois só a justiça tem o poder de fazer com o dinheiro faça o caminho de volta, saindo do bolso dos ladrões para os cofres e vamos deixar combinado: é difícil p’ra dedéu. Pensemos no estrago político. A estrela mais brilhante da constelação petista se ferrou de vez e complicou a vida do seu partido. O obscuro Roberto da ALE ganhou o cargo de prefeito, foi reeleito e quando pensávamos que era uma estrela, virou um cometa e sumiu. Aliás parece ser esta a sina dos prefeitos de Porto Velho. Afastado do cargo pela justiça, creio – ele ainda não falou nisso – que irá recorrer, mas o tempo é curto, o mandato está a poucos dias do final e tudo conspira contra ele. Roberto está frito, avalia Zé de Nana para quem, “desmantelo é que nem bunda: só presta se for grande”.
VII-O natal
Considerando as festas de fim de ano, o ”animus”, feriados, o elevado número de envolvidos que provocará um enorme acúmulo de trabalho, a necessidade de dar curso às investigações e é possível traçar um quadro pouco animador para os presos por conta das operações Endemia e Vórtice. Dos dezoito presos, nem todos têm “bala na agulha” para contratar um caro advogado e que terá um trabalho sobre-humano para por o malino em casa comendo um indigesto peru de natal. Quem fica na prisão vai receber a proposta para fazer a delação premiada, com direito a sinos, neve, Papai Noel e presentes. Do lado de fora haja desgaste, Rivotril, novena, trezena e promessa aos santos para segurar a língua dos “boca aberta”.
VIII-A obstinação
O que leva pessoas que viram sucessivas operações envolvendo grupos políticos a continuar no constante afã de pilhar o erário? Certeza da impunidade, desprezo pela justiça, espécie de casta a quem tudo é permitido, desprezo pela sociedade, contumácia no delinquir, cultura da pilhagem, descrédito na fiscalização oficial, conivência, leniência, ausência de parâmetros de legalidade, falência da sociedade partícipe, desconhecimento dos direitos pelo cidadão ou tudo isso? Sem se preocupar com as respostas a justiça faz sua parte e luta o bom combate. Mas nessa quadra, quando assistimos ao julgamento do mensalão e aplicação das penas, parece que até nossa própria justiça e, no caso, a mais alta corte do país, se não rejeita, pelo menos enrubesce e se desculpa por aplicar uma sanção num “Genoíno” criminoso.
IX-A legalidade
Não creio em inocentes. Entre os presos nas operações Endemia e Vórtice, existem pessoas que conheço, pelas quais tive e tenho apreço. Desejo que todas sejam investigadas, que possam ter e sei que terão, seus direitos à ampla defesa assegurados. Que paguem todos, na medida dos seus erros, o que a lei prevê, sejam penas restritivas de liberdade, suspensão de direitos ou de pecúnia, mas e principalmente, que se busque o ressarcimento aos cofres do governo de todo o dinheiro que foi desviado. Politicamente espero que a sociedade os considere mortos para cargos eletivos, mesmo depois de pagarem suas penas. E para não dizer que não falei das flores, a primavera está só começando em Rondônia. Vem mais aí.
X-Papo com Zé de Nana
X1-Não há nada tão ruim que não possa ser piorado. Sempre pode. Sempre, sempre.
X2-Depois da chuva, a enchente. Depois da enchente, a lama. Depois da lama, a cana.
X3-Nada como a casa do vizinho em chamas para a gente vazar de fininho.
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