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Leo Ladeia

Uma semana do barulho


 

Frase do dia

“É subestimar a inteligência de qualquer cidadão dizer que as cenas dantescas de violência e vandalismo na Usina de Jirau foram precedidas de uma briga entre um motorista de ônibus e um funcionário.” Jornalista Ivonete Gomes do site Rondoniagora

 

Uma semana do barulho - Gente de Opinião

01-Uma semana do barulho

A violência que explodiu no canteiro de obras de Jirau dominou o noticiário da semana em Rondônia. As imagens da selvageria, dos trabalhadores andando no meio da estrada com malas, sacolas e teréns são fortes. Imagens da destruição das instalações somam-se aos relatos aflitos e desesperados dos trabalhadores que perderam o pouco que tinham em alojamentos incendiados criminosamente. Até agora o que existe não permite a avaliação precisa para determinar a origem de tamanha violência. É hora de aliviar a pressão mas sem parar a investigação. (Clique AQUI e assista a entrevista do prefeito Roberto Sobrinho e do secretário de segurança, Dr. Bessa, no Via Sat da TV Candelária/Record).

Uma semana do barulho - Gente de Opinião02-Aliviando a pressão

Destampar a panela de pressão que já explodiu foi a tarefa a qual se dedicaram a empresa construtora da usina Jirau e autoridades que agiram tanto para conter a turba ensandecida quanto para viabilizar soluções emergenciais para abrigar, alimentar e providenciar a remoção dos milhares de trabalhadores para os locais de origem, numa verdadeira operação de guerra. Acionada, a justiça determinou a manutenção do emprego, remuneração durante a paralisação viagem ao local de origem e retorno ao canteiro de obras quando do reinício das atividades.

Gente de Opinião03-Boataria e pânico na capital

O impacto da violência em Jirau chegou a Porto Velho pela imprensa com as imagens e informações de que trabalhadores se dirigiam à capital. A associação foi imediata e o temor de que a violência voltasse a explodir gerou uma onda de boatos amplificada por notas e declarações. Com a chegada dos trabalhadores e a aglomeração em pontos acolhimento, a boataria extrapolou. Estabelecimentos fecharam as portas e a comunicação informal gerada pela falta da oficial, que seria de competência da construtora fez o resto. O caos parecia ser inevitável. (Clique AQUI e assista 2ª parte do debate no Via Sat da TV Candelária/Record).

  

Gente de Opinião04-Gerência de crise

Apesar do visível conflito de interesses políticos, com declarações inoportunas de algumas autoridades, a crise foi gerenciada com agilidade, competência e os interesses de trabalhadores e da população em geral ficaram em primeiro plano, ainda que os interesses da empresa construtora não tenham sido esquecidos e a presença da Força Nacional no canteiro de obras é a prova. A serenidade dos envolvidos e a decisão de fazer foram as duas marcas mais visíveis do grupo.          

Gente de Opinião05-Comunicação é essencial

Se é questão de estilo ou cultura empresarial é impossível avaliar. O certo é que a comunicação das empresas que compõem o complexo que atua na construção da usina de Jirau falhou feio, o que acaba por validar a idéia difundida de que a comunicação entre a empresa e seus empregados também era falha, o que teria contribuído de certa forma para os fatos lamentáveis de agora, salvo se alguém puder acreditar que uma revolta desse tipo se originou da briga entre um peão de obras e um motorista. E insistir nisso é subestimar medianas inteligências    

Gente de Opinião06-Jirau: the day after

Os números carecem de confirmação, porém a participação de empregados na usina de Jirau oriundos de outros estados é alta. Uma reportagem de caráter nacional fala da contratação da mão de obra por “gatos”, o que de certa forma comprometeria a escolha. A prática é bastante conhecida e difundida no Brasil e, se realmente existiu, trouxe as conseqüências conhecidas pelos órgãos que deveriam fiscalizar fraudes nas relações trabalhistas. Isso pode ser definitivo ao se investigar o fato mas há outro componente: o investimento na qualificação.    

Gente de Opinião07-O recomeço

No prazo de trinta dias o que foi destruído estará pronto e ocorrerá o reinício da obra. Depois de investir para qualificar e conseguir a adaptar homens que jamais pisaram num canteiro de obras desse porte, os construtores terão dois caminhos a seguir: trazer o pessoal qualificado à obra ou recomeçar do zero. Qualquer que seja o caminho, dois prejuízos serão contabilizados: a reconstrução do canteiro que é o menor e um possível atraso na construção. Superação será a palavra de ordem e isso exige ajustes na comunicação interna e externa. É a lição que fica.    

Gente de Opinião08-Relacionamentos

Sabe-se que muitas das compensações devidas pelo consórcio de Jirau ainda não foram cumpridas. Os números não são revelados nem dificuldades e razões do descumprimento. Sabe-se também que o sistema de segurança da obra tem falhas o que irá dificultar a investigação dos fatos e identificação de autores. No entanto, quando o construtor precisou do poder público, a atenção recebida foi até maior que a devida e recebida. Como as compensações estão hoje distantes da realidade, estará a empresa disposta a uma renegociação? Só o tempo dirá. As circunstâncias atuais entretanto parecem favorecer a desejável reavaliação. 

Gente de Opinião09-Jaci-Paraná: o patinho feio

Muito se fala sobre os impactos das usinas e de compensações. Pouco porém sobre um lugarejo que mais sofre com tais impactos. Situada no limite das áreas de influências das usinas, Jaci-Paraná assistiu impotente a explosão de tudo o que se possa imaginar no seu mundinho até então carente de serviços públicos e qualidade de vida. Para enxergar Jaci naquele momento era preciso uma lupa e hoje os vários tumores são visíveis. Resolver seus problemas não compete só aos consórcios já que o poder público é sim, o maior e principal responsável por sua redenção. Jaci Paraná tem e mantém o caldo necessário a novos conflitos.   

Gente de Opinião10-Papel da imprensa     

De maneira geral, a imprensa cumpriu bem o seu papel durante as ocorrências em Jirau. Acredito que nos cabe refletir sobre os fatos, entendendo o poder que a velocidade da internet proporciona aos sites de notícias que foram as estrelas durante o período de conflito e depois, como os multiplicadores da informação ao público. Mas não é só a velocidade que importa. A qualidade da informação é fundamental. A crítica é geral e nela me incluo. Somos força reconhecida pela sociedade e mostramos isso mais uma vez. Nós podemos fazer mais e melhor.    
 

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Fonte: Léo Ladeia - leoladeia@hotmail.com
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