Quinta-feira, 23 de dezembro de 2021 - 18h23
2022, Dois mil e vinte e dois, dois patinhos na lagoa, como a gente
chama o desenho bonito do número. Um ano que chega se arrumando, tentando se
reorganizar, mas por mais otimistas que possamos ser, traz também tantas
incertezas que os patinhos da lagoa estarão nadando em círculos
2021 foi realmente um dos mais difíceis anos, e acredito
que também deve ter sido o mais difícil de muita gente. O esgotamento geral
após dois anos de pandemia; a sobrevivência física e financeira. O equilíbrio
emocional perdido nos frangalhos, nos baques de perdas irreparáveis e notícias
esquisitas todos os dias.
Difícil mesmo se situar em um planeta bolinha que parece
ter sido sacudido por um chute tão certeiro que tantas coisas ficaram sem pé
nem cabeça geral, e que já vamos para mais de dois anos de vidas modificadas.
Estamos fazendo um rescaldo e quando já estávamos até mais
alegrinhos, boom, chega essa nova cepa ômicron – daqui a pouco, nesta toada,
logo se esgotará o alfabeto onde se busca seus nomes para batismo. O fim de ano
de todos está balançado, ainda inseguro com suas festas limitadas e o receio do
que virá por aí.
Na verdade, já estamos sentindo muito claramente o que
tanto temíamos, que essa coisa toda, e põe coisa nisso, não vai passar assim de
uma hora para outra. Que as tais ondas ainda podem nos dar um caldo.
Outro dia, até fiz silêncio ao ouvir de um amigo que
entende dessas coisas de medicina fazer uma observação pertinente, e que
lembrou até de forma bem humorada: se nem os dinossauros resistiram aos
primeiros seres da criação, as tais bactérias e vírus!
Com o tempo até desenvolvemos formas de lutar essa batalha,
as vacinas entre elas. Mas ainda, infelizmente, não desenvolvemos formas de
combater a ignorância que parece agora se alastrar de forma avassaladora
sugando a energia de todos nós e, como nos mais terríveis filmes de ficção/
terror, tomando o corpo e a mente de alguns habitantes por ela contaminados e
que passaram a circular no planeta disseminando não só a própria ignorância,
como o ódio, aumentando todos os perigos enfrentados. Pior, alguns desses seres
governam. Chegaram ao poder e nele efetivam como podem seu rastro de
destruição.
O Brasil está contaminado, aqui aconteceu, e pelo pior
tipo, o malvado, cínico, que se diverte enquanto a natureza queima, as pessoas
passam fome, a violência se alastra. Agora, quer dizer, na verdade não só
agora, porque as crianças sempre são as primeiras vitimas de tempos obscuros,
até elas estão no alvo deste enredo fantástico, quando se pretende negar de
todas as formas que possam ser imunizadas.
2022 bate à porta, e parece que não chega com roupa nova.
Vem novamente acelerado, cheio de datas para as quais precisaremos estar bem
preparados e, embora esgotados, buscarmos forças para o combate. Chega cheio de
perguntas: vai ter Carnaval, vai ter Copa? – as mais inocentes delas.
Aqui teremos eleições, e cheias do dinheiro que tiraram do
que nos seria mais importante, desviado para campanhas e partidos. Um país que
já começa o ano num buraco danado, com crises institucionais, com uma inflação
que corrói, ricos ficando mais ricos, pobres mais pobres, e os do meio
achatados como sardinhas.
Um redemoinho que já faz com que aqueles dois patinhos na
lagoa batam suas perninhas patinhas bem firmes para tentar parar de rodar e
conseguir chegar em alguma margem segura. E que ninguém sabe onde está.
Até 2022!
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação,
editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres.
E para homens também, pela Editora Contexto. Nas livrarias e online, pela
Editora e pela Amazon.
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Com tantos sustos como os que todos estamos passando nesse fim de ano até o próprio Espírito de Natal, creio, chamou as renas pelo aplicativo e está
Cérebro. Duvidando até da sombra.
Em quem acreditar, sem duvidar? De um lado, estamos como ilhas cercadas de golpes por todos os lados. De outro, aí já bem esquisito, os cabeças-dura
Não chama a polícia. Ela pode apavorar, te matar, te ferir. Não sei se é um surto, se são ordens ou desordens, mas estes últimos dias fizeram lembra
Stress, o já aportuguesado estresse. Até a palavra parece um elástico que vai, estica e volta, uma agonia que, pelo que se vê, atinge meio mundo e n