Sábado, 5 de abril de 2025 - 08h00
Tem tanta coisa “na moda” que a gente
fica até atordoado, principalmente se tem uma invocação pessoal quanto ao termo
que parece sugerir a obrigação de seguir o que ditam, seja por alguém, ou por
alguéns, e esse mundo agora tá cheio deles: especialmente os que ganham com
isso para lançá-las e depois mudar, trocar, tudo no tilintar de moedas.
Quando a gente fala em moda rapidamente se
pensa mais em roupas, no vestir, mas abrange muito mais do que isso e se refere
a algo que está acontecendo bastante, sendo comentado, se tornando um costume.
Daí essa miríade de influenciadores, batalhões de toda sorte e temas nas redes
sociais, com dancinha e sem dancinha, buscarem moldar coisas, hábitos, até
decisões, como se testassem a sanidade geral.
A próxima semana começa a São Paulo Fashion
Week, Outono/Inverno 2026; na moda tudo se adianta. A cidade vira um desfile, e
os locais de desfiles, desfiles de pessoas “na moda”, seja o que entendem por
isso. É até divertido ver a imaginação brotando, e também nas passarelas, cada
dia mais tomadas pelos tais conceitos, alguns bem estranhos e muitos que nunca
chegarão às ruas, até para o bem de nossos olhos. Os estilistas e produtores
investem em shows, convites para famosos vestirem suas criações, estarem nas
primeiras filas, e cada vez mais diversidade. Diversidade de tudo, mas de tudo
mesmo, gêneros, sexual, corpos, idade, raças, tamanhos, alturas, medidas,
cabelos, posturas. Acabou a exclusividade das e dos modelos profissionais. A
coisa está a cada ano numa velocidade impressionante. Gostaria muito que toda
essa coragem realmente existisse aqui fora, traria variedade e, enfim,
liberdade.
Mas qualquer passeio batendo pernas para ver
vitrines revela que ainda não é bem assim nem na vida nem no comércio, e que no
geral a mesmice e caretice impera, o que é aceito, social, e claro, o que é
mais barato, popular, acessível, porque os preços das roupas-conceito são para
poucos, bem poucos, mais ainda nas grifes de luxo, e estas apresentam
verdadeiras obras de arte em criações únicas. A moda precisa ser entendida como
libertação, como mostra de personalidade, e será a mistura do possível para
cada um o que acabará vingando, com todos se sentindo únicos, sem essa de
seguir manadas. Já está acontecendo, de alguma forma.
Minha previsão. Como dizia, muita coisa “tá na
moda”, além de estilos pessoais. Uma que inclusive pode aumentar a ansiedade
geral além de divertir é essa: as previsões. As do tempo, nesse momento quase
neurótico que passamos a viver com as crises climáticas, tomam a frente. Vai
chover, cuidado. Faz Sol. Nada de chuva - e na tarde tempestades deixam a todos
encharcados, paralisados, afundados.
Previsões econômicas parecem jogos de futebol
de tantos chutes, já que dependem de tantos referenciais absurdamente
intangíveis. Previsões políticas, especialmente inseguras em um país como
nosso. Está até engraçado acompanhar as previsões mundiais, quanto tempo o
Trump nos infernizará a todos, por exemplo, quanto resistirá.
Prever, tudo, esse poder que todos adoraríamos
ter, mas que depende de tantos dons e fatores. E o que faz com que todos os
temas – dos mais bobos aos mais sérios – acabem virando debates, discussões,
apostas, nas conversas, ou que logo acabarão nas bolsas do mundo inteiro e
nessas empresas, as bets, que infestam o mercado.
Pode apostar. Tá na moda. Aliás, como tudo é
moda, faça a sua. Aposta e moda.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de
comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom
para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na
Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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