Sábado, 12 de agosto de 2023 - 10h15
Eles viraram, durante e após o período que
governaram o Brasil, camelôs, muambeiros, sacoleiros. Se papai vivo estivesse,
estaria assistindo aos telejornais e resmungando, tenho certeza: "esses
cabras são mais sujos do que pau de galinheiro", que ele não deixava por
menos.
O assunto é fácil de entender claramente, e só não o fará quem estiver
dopado, ensopado, enganado e contaminado pelas mentiras que nos últimos anos
nos cansaram, nos deixando esgotados a ponto de, pelo menos eu, rezar para que
esses nomes todos sejam esquecidos, mas parece mesmo impossível. Fatos
vergonhosos, que nos atingem como Nação e como um povo que de um tudo faz para
melhorar sua imagem no exterior, sempre estereotipada. Escândalos em cima de
escândalos e esse último que nos chega ao conhecimento, com provas, imagens e
detalhes, mostra o quanto esse grupo travestido de verde e amarelo pode ser
tão, tão, tão..._______________ (vou deixar para o (a) querido(a) leitor(a)
completar, porque agora, no calor, nada que me veio à cabeça para definir seria
publicável em veículos de respeito. Teríamos de tirar as crianças da sala).
Não bastou o avião cheio de drogas. As motociatas pagas com dinheiro
público, a ocupação, as fake news, o horror e ignorância. O negacionismo que
nos atrasou e deixou que a pandemia matasse mais e durante mais tempo até que
as vacinas chegassem. Não bastou os constantes e agressivos ataques às
mulheres, aos repórteres, aos gays e minorias, as frases de mau gosto, aquele
sorrisinho sarcástico com os olhos injetados. Aquelas continências e
incontinências militares, o cercadinho, os cortes de verbas para as áreas
sociais, o esquecimento de programas, a perseguição aos cientistas. Não bastou
serem de direita, e acharem isso lindo. A boiada passando, queimando, corroendo
nossas matas. As declarações de ministros e autoridades citando como suas
frases nazistas. Um negro contra a luta pelo fim do racismo. As poucas mulheres
do poder predominantemente masculino fazendo muxoxo das lutas femininas e
feministas. Uma primeira dama de joelhos, terrivelmente evangélicos, entoando
cantos incompreensíveis. O rosa e o azul definindo gêneros. Os planos de
ficarem grudados no poder. A lista é ainda maior.
Agora surgem os aspectos deles camelôs, muambeiros, sacoleiros, formando
um grupo de ação “entre amigos” ampliando em benefício próprio um gigantesco e
milionário butim, que pelo que vemos ainda tem apenas uma ponta do lençol
levantada. Não é igual quando a gente ganha um presentinho repetido ou que não
goste e que o repasse. Trata-se de joias, pedras, relógios, objetos de luxo,
esculturas folheadas que atraíram a cobiça deles a ponto de levá-los embora do
país na calada do fim do ano e de governo, nas sacolas que passavam livremente
nos corredores do poder. Postas à venda. Até em leilões. Embolsaram, isso, foi
pro bolso, em dólares. Mais um escândalo para a nossa coleção nacional, essa
sim, uma coleção que não para de crescer, governo após governo.
Daqui imagino os chefes árabes que ofertaram os presentes ao saber
dessas notícias nesse momento se reunindo em suas tendas para fumar um charuto
e dar boas risadas entre eles, por exemplo, no caso da palmeirinha que tentaram
vender achando que suas folhagens eram de ouro, e descobrindo que apenas eram
folhadas, de pouco valor. Tinha um barquinho também. Ouro de tolos. Sacudindo
as joias que usam, como sinhozinhos maltas, devem rir muito do olho que esses
brasileiros espicharam para os vistosos Rolex, canetas, colares, brincos que
presentearam jogando como se fossem amendoins, em troca do quê ainda bem
queremos saber. Ou por apenas serem esbanjadores generosos?
A polícia dirá. A história dirá. Se a Justiça punirá, e quando, e como,
serão outros quinhentos. Haja ozionoterapia, agora aprovada mesmo contra todas
as recomendações, e já que estávamos mesmo falando em escândalos.
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MARLI GONÇALVES – Jornalista, consultora de comunicação, editora do
Chumbo Gordo, autora de Feminismo no Cotidiano - Bom para mulheres. E para
homens também, pela Editora Contexto. (Na Editora e na Amazon).
marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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Com tantos sustos como os que todos estamos passando nesse fim de ano até o próprio Espírito de Natal, creio, chamou as renas pelo aplicativo e está
Cérebro. Duvidando até da sombra.
Em quem acreditar, sem duvidar? De um lado, estamos como ilhas cercadas de golpes por todos os lados. De outro, aí já bem esquisito, os cabeças-dura
Não chama a polícia. Ela pode apavorar, te matar, te ferir. Não sei se é um surto, se são ordens ou desordens, mas estes últimos dias fizeram lembra
Stress, o já aportuguesado estresse. Até a palavra parece um elástico que vai, estica e volta, uma agonia que, pelo que se vê, atinge meio mundo e n