Sábado, 1 de março de 2025 - 08h06
Mulheres, cada vez melhores,
mais mulheres em todos os lugares, mais firmes, mais fortes, mais livres e
independentes. Mas os desafios continuam, também cada vez mais, na busca por
respeito, segurança e participação política.
Lá vem o Dia Internacional da
Mulher, 8 de março, nossa data de festejar glórias e conquistas. Não nos
subestimem. Não venham com conversa fiada, nem gracinhas de “cadê o dia do
Homem?” que esta para nós é data séria, batalhada, e nessa batalha que, mais de
século depois de sua eclosão, parece ainda longa, árdua, interminável,
interposta de obstáculos. Respeito é bom e gostamos, muito. Segurança é
fundamental e ainda nos falta, ainda às centenas de mártires assassinadas por
aqueles que não suportam nossa caminhada. Na política o horror de ainda termos
de ver as imagens diárias daqueles aglomerados de homens e ternos, sorrindo
como se poderosos fossem, uma ou outra cabecinha feminina ali no meio, nem
todas certas de seu papel e responsabilidades de nossa representação. E, mesmo
quando representadas, somos ainda vergonhosamente quase sempre as primeiras
apontadas, depostas para ceder espaços, como se ali apenas esquentássemos as
cadeiras.
Brasil, se liga! Somos maioria,
somos mais. Estamos aí. Estamos aqui.
Mulheres, nós, mulheres.
Estamos em muitos lugares que antes não eram sequer imagináveis, mostrando em
condições iguais – e muitas vezes até melhores – a competência, o cuidado, o
carinho e a forma que só nós temos de lidar. Falo da raça e força com que
enfrentamos a realidade que há de mudar cada vez mais rapidamente. Falo da
particularidade de nossa linguagem e corpos. Que dizem não é não.
Mulheres: eu vejo vocês. Em
missões espaciais e especiais. Nas piruetas olímpicas de nossas meninas. Sobre
ondas altas, skates voadores, na direção de máquinas poderosas, fazendo gols.
No comando de empresas e equipes – e agora que já entendemos que não somos
inimigas umas das outras nos tornamos muito mais fortes. Quebramos paradigmas e
invadimos praias que antes eram desertas de nossa presença. Chegará o dia que
tudo isso será normal, talvez eu ainda não presencie, mas sinto que ultimamente
aceleramos, embora estranhamente ainda tenhamos de prestar atenção e apontar os
mesmos temas de exatos 50 anos atrás, justamente quando a Organização das
Nações Unidas instituiu nosso importante dia, o Dia Internacional da Mulher, a
data mundial que simboliza nossa luta pela igualdade de gênero, pela não
discriminação e contra a violência. Data que agora deveria estar sendo
comemorada com toda a pompa. Mas tudo bem, comemoramos nós.
Mulheres: eu vejo vocês. Cada
vez mais visíveis nos postos de trabalho, conseguindo assim manter, muitas
vezes sozinhas, suas famílias. As vejo mais confiantes, em busca do que sonham,
jovens, senhoras, brancas e negras, que conhecem tão bem a discriminação e
preconceito, a dupla e às vezes tripla jornada. Que agora sabem mais sobre seu
prazer sexual e suas escolhas, não se intimidam.
Que se mostram, e que agora
veremos radiantes nos blocos e desfiles, com seus gingados e sorrisos,
liderando as batucadas. E assim já começam as nossas comemorações.
Abram alas!
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MARLI GONÇALVES – Jornalista,
consultora de comunicação, editora do Chumbo Gordo, autora de Feminismo no
Cotidiano - Bom para mulheres. E para homens também, pela Editora Contexto. (Na
Editora e na Amazon). Vive em São Paulo. marligo@uol.com.br / marli@brickmann.com.br
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