Sexta-feira, 8 de março de 2024 - 15h10
A Comissão de Direitos Humanos da OABRO acompanhou e investigou aproximadamente duzentas suspeitas de violações, garantindo apoio e justiça às vítimas. Além disso, conduziu inspeções em instituições, entre as quais, o Centro de Correição da Polícia Militar e unidades prisionais, incluindo a Penitenciária Estadual Milton Soares de Carvalho, a Penitenciária Estadual Jorge Thiago Aguiar Afonso e o Centro de Ressocialização Suely Maria Mendonça.
Essas ações resultaram em projetos para melhorar as condições de reclusão social e promover a reabilitação.
As informações foram dadas pelo advogado Kelve Mendonça Lima ao encerrar seu mandato à frente da Comissão após uma gestão um ano e oito meses de liderança.
“Desempenhamos um papel ativo no Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, na promoção dos direitos dos povos indígenas e na celebração dos dez anos das jornadas de junho”, comentou Lima.
Além disso, a CDH acompanhou e ofereceu orientação institucional em conflitos de terras no estado, buscando proteger os direitos das comunidades envolvidas.
Durante quase dois anos, a CDH resolveu denúncias que infringiam os direitos humanos; melhorou as condições das instituições penais; participou de comitês e eventos de conscientização, e acompanhou conflitos agrários.
“Kelve deixa um legado de compromissos. (...) As conquistas alcançadas sob a liderança do agora ex-presidente representam um legado valioso, demonstrando a capacidade de efetuar mudanças na promoção da justiça e igualdade na sociedade”, afirmou o presidente da OABRO Márcio Nogueira.
Veja vídeo
Novo presidente
trabalha desde menino
Nascido
numa família sem recursos, o advogado Luiz Carlos Teodoro chega, agora, à
presidência da Comissão de Direitos Humanos. Recentemente ele obteve a carteira
de advogado. Filho mais velho, começou a trabalhar como engraxate aos oito anos
de idade para ajudar a mãe a cuidar dos quatro irmãos mais novos.
Essa
experiência moldou sua determinação e despertou o sonho de se tornar advogado.
Apesar das dificuldades, ele não desistiu, e conseguiu ingressar no ensino
superior.
“Para
estudar Direito, tive que trabalhar em dois empregos para pagar as mensalidades
e garantir minha sobrevivência, muitas vezes sacrificando meu sono. Houve
momentos de dificuldade, incluindo a necessidade de trancar a faculdade e
insucessos no FIES. No entanto, com fé e determinação, retomei os estudos,
concluí o curso de Direito e, após algumas tentativas, finalmente passei no
exame da Ordem, levando meu caixote de engraxate no dia do meu credenciamento.”
“A
Advocacia mudou”
Belo Horizonte, 29 de novembro de 2023.
Senhoras,
senhores
Vinte
e nove de novembro de 2023. A advocacia mudou. A advocacia seguirá em
transformação. Cada vez mais forte. Cada vez mais unida, valorizada e
protegida.
Advogadas
e advogados brasileiros se reuniram em Belo Horizonte, Minas Gerais, que se
transformou, por decisão do Conselho Federal da OAB, na capital nacional da
advocacia, para discutir assuntos relacionados ao tema central “Constituição,
Democracia e Liberdades”.
Esta
Conferência, o maior evento jurídico do mundo, foi pautada pelos valores
contidos no artigo 133 da Constituição, que consagra a nossa inviolabilidade,
essencialidade e indispensabilidade para o sistema de Justiça e para a
democracia. Um texto que completou 35 anos — um marco do mais longo período
democrático do País.
A
advocacia ratificou seu compromisso em defesa do Estado Democrático de Direito,
das garantias constitucionais e da defesa combativa das Prerrogativas da
profissão.
Após
a realização de cinquenta painéis, com debates profícuos, reunidos ao lado de
22 mil advogadas e advogados de todo o País, PROCLAMAMOS à sociedade:
I —
Democracia, constituição e liberdade são valores históricos da advocacia
brasileira. Repudiamos manifestações autoritárias e a violação de direitos por
parte de quaisquer dos Três Poderes, sobretudo a promoção da nefasta cultura do
arbítrio contra as prerrogativas de advogadas e advogados.
II —
A existência do Judiciário e do Ministério Público independentes é uma
conquista da OAB para o Brasil. Prosseguiremos atuando pela independência e sem
permitir o abuso de autoridade.
III —
O equilíbrio entre os Poderes e a sociedade civil é vital para o Estado
Democrático de Direito. A OAB manterá seu papel de mediação, na condição de
porta-voz da sociedade brasileira. Defendemos as instituições, mas nossa
prioridade é a classe, e não mediremos esforços para defendê-la.
IV —
Maior entidade civil do País e a voz do cidadão, a OAB tem obrigação de cobrar
das autoridades e dos órgãos do Judiciário o respeito às leis e à Constituição,
que não podem ser suplantadas por seus regimentos internos.
V — A
OAB defende os Direitos Humanos, e prima para que diferenças de gênero, raça,
etnia, idade, capacidade e sexualidade não interditem o pleno exercício da
dignidade e da cidadania. Democracia pressupõe a inclusão em todas suas
dimensões!
VI —
Responsável pela educação jurídica no Brasil, a OAB reprova a implementação do
curso de Direito à distância. Defendemos o fechamento dos cursos de direito que
já se demonstraram inaptos a formar bacharéis com a mínima qualificação.
VII —
Envidaremos esforços para unificar o sistema digital em todos os tribunais do País,
para descomplicar as atividades cotidianas da advocacia, sobretudo em seus
peticionamentos.
VIII
— Exigiremos a participação da OAB na implementação de ferramentas de
inteligência artificial pelos tribunais. Defendemos que a tecnologia não exclua
o jurisdicionado do sistema de justiça!
IX —
O que une as advogadas e os advogados do país é o clamor pelo respeito integral
e intransigente das prerrogativas.
X — A
dignidade profissional depende de remuneração adequada. Não abriremos mão do
cumprimento da decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, que
determina a aplicação literal do art. 85 do Código de Processo Civil (CPC) —
importante conquista desta gestão! Por isso, não admitiremos retrocessos!
XI —
A proteção das prerrogativas da advocacia é premissa fundamental da democracia.
A nossa indispensabilidade e inviolabilidade são vetores da concretização dos
princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do acesso à
justiça. As prerrogativas são condições indispensáveis para o pleno exercício
do direito de defesa. Sem as
prerrogativas, os cidadãos não têm suas garantias fundamentais efetivadas.
XII —
Por fim, exigiremos a efetivação do compromisso firmado nesta Conferência, de
que as ações penais originárias sejam julgadas presencialmente, assegurando a
sustentação oral em todos os tribunais — inclusive, no Supremo Tribunal Federal
—, pois a sustentação oral é a expressão máxima da soberania popular no espaço
judicial, assegurada pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Advocacia e
da OAB.
A OAB
é, permanentemente, a guardiã da Constituição, da Democracia e das Liberdades.
SIGAMOS JUNTOS! DE MÃOS
DADAS!
Viva a advocacia brasileira!
Edição de vídeo: Raissa
Dourado
Fotos: Assessoria OABRO
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