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Montezuma Cruz

A cada dia equipes do Samd cuidam e se surpreendem com a resistência de pacientes na periferia


Na cabeceira da cama, a esposa e cuidadora Bernardina; à esquerda, a enfermeira Dayse, à direita, a médica Fernanda - Gente de Opinião
Na cabeceira da cama, a esposa e cuidadora Bernardina; à esquerda, a enfermeira Dayse, à direita, a médica Fernanda
O menino Antony, de três anos de idade corre ao portão: "Vó, o SAMD chegou!", ele diz à avó Bernardino Anazário, 63. É o contentamento dele pela rotina diária de visitas da equipe do Serviço de Atendimento Médico Domiciliar (SAMD). Nessa casa do bairro Aeroporto, em Porto Velho, Antony é o torcedor número 1 pela saúde do caminhoneiro Jordel Gulla, 62, que resiste à quebra do fêmur, às sequelas de pneumonia e à covid-19 contraídas de dois anos para cá. c
A essas dores se somam a surdez e a diabetes controlada. 

Ele e tantos outros pacientes em situações semelhantes na Capital fazem parte do slogan “Transformando vidas”, pronunciado com satisfação pelo diretor do Samd, Célio Goes.

Em 2020, seu Jordel levou uma queda em casa e foi internado no Hospital de Base Dr. Ari Pinheiro, em Porto Velho,após esta internação passou a ser acompanhado pelo Samd; depois de um tempo, pegou covid-19 e, em dezembro do ano passado teve insuficiência respiratória, habilmente atendido pela equipe médica do Samd, que o deixou na UTI, de onde ele teve alta em janeiro, retornando para casa, no bairro Aeroclube.


     “Depois da fratura do fêmur, ele teve rejeição da prótese, e com a pneumonia, os cuidados foram redobrados”, conta a médica Fernanda Simão.


A reportagem acompanhou Fernanda, gerente de desospitalização no Samd, e a enfermeira Dayse Medeiros, na verificação do estado de saúde dele, junto de Bernardina Anazário, 63, esposa e cuidadora de Jordel.

Pai de três filhas, com seis netos, esse mineiro nascido em Uberlândia transportou óleo diesel para alimentar máquinas nos canteiros de obras das usinas Jirau e Santo Antônio. A esposa fala alto no ouvido dele, e a receptividade às perguntas é boa. Jordel gostou da visita e disse: “Até outra vez”.

Na chegada e na saída da equipe, o netinho Antony, três anos, disse “boa tarde” e “até logo”. Orgulhosa do menino bem educado, a avó contou que ele já frequenta o ensino infantil e quase o tempo todo está presente em casa. “Logo cedo ele vem me avisar: o Samd já tá no portão”.

“Ai de mim se não fosse essa equipe maravilhosa; eu sou leiga, as filhas são estudadas, mas quem faz por ele é o Samd”, comentou Bernardina.

Na visita de terça, ela relatou um inchamento da área dos testículos de Jordel, o que foi prontamente anotado para exames e imediato tratamento.

CRESCENDO

A pandemia não parou o Samd em seu périplo diário, de segunda a sexta-feira, por diversos bairros de Porto Velho. O revezamento das equipes permite o plantão dos fins de semana, feriados e pontos facultativos. O serviço é administrado e supervisionado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Horários dos remédios na parede do quarto: uma prática rigorosa do Samd

O otimismo do diretor Célio Goes e a sua expectativa com a disposição do governador Marcos Rocha em programar brevemente o Samd pediátrico [voltado para a população infantil] dão o ritmo deste início de ano.

“Certamente, nossa equipe poderá ser ampliada”, comentou.

O Samd prossegue com o trabalho das equipes Açaí, Buritis, Castanheiras e Jatobá, mobilizando 130 profissionais – enfermeiros, fisoterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, motoristas, nutricionistas e técnicos.

Serviços médicos e assistenciais prestados a 193 pacientes, número atual, implicam rigorosos horários e atenção a cada um deles. “Acamados que não conseguem receber alimentação via oral, logo são atendidos via interal, e a nutricionista acompanha todo dia”, explicou o diretor.

A pontualidade das equipes e o carinho dispensado a todos já levou diversas vezes pacientes e cuidadores a rejeitar altas. Tudo pela simples razão de que, a saúde tratada em casa se apresenta bem mais confortável.

“Vivemos essa fase boa, que exige de nós maior dedicação ainda, para que o SUS reconheça o esforço da Sesau e do Governo em praticar o melhor”, acrescentou Célio Goes.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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