Quinta-feira, 2 de abril de 2015 - 12h58
Montezuma Cruz
Em tempos de salvação da Biblioteca José Pontes Pinto e de boa frequência na Biblioteca Francisco Meireles, atrevo-me a algumas considerações. A idade deste repórter, atualmente no motor 6.2, talvez me torne um tanto avesso ao endiabrado uatisapi, embora cumpra estatutariamente o meu horário de trabalho e, diariamente, acompanhe o que ocorre nos quintais rondonienses e em algumas regiões do planeta.
Inegavelmente, adoro computador. Ingressei nas primeiras lições de informática em 1989, quando um professor uruguaio teimava que os jornalistas de A Gazeta, em Cuiabá, aprenderiam tudo “da noite para o dia”. Bobagem, o aprendizado é mesmo devagarinho, exceção para a meninada que dá impressão de ter nascido com tablets e celulares grudados na fralda.
Gosto mesmo de folhear jornal, documentos antigos, livros, tudo dentro da minha disponibilidade de tempo. Quando posso, visito bibliotecas. Se houver traças, mato-as na unha. Não creio no fim do papel, embora torça pela economia de árvores. Se já temos papel reciclado, será que teremos jornais e livros transgênicos?
Permitam-me lembrar-lhes uma de tantas agruras, ou decepções em relação a publicações impressas: em 2003, quando assessorava o então senador Amir Lando, ouvia o lamento de Geraldo Anízio de Medeiros, ali do Jaru, a respeito do descaso com a coisa pública.
Amir fazia publicar “Prestando contas”, cujas capas faziam pontificar obras magníficas dos artistas Julio Carvalho, Jair Gabriel da Costa, entre outros. E não é que descobrimos o desperdício? Andaram jogando fora centenas de exemplares. Triste, pois o Senado Federal tem um dos maiores parques gráficos sul-americanos, sustentado pelos centavos de cada brasileiro menos abastado.
Geraldo Anízio desabafava: “Por acaso, encontrei uma pilha de livros na cozinha da Câmara Municipal de Jaru, quando ali estive para tomar um cafezinho antes de ir ao Banco do Brasil. Indaguei à funcionária se podia ficar com um dos livros. Respondeu-me, dizendo que, caso quisesse, poderia levar tudo, porque iam para o lixo”.
Geraldo conversava com a sua mulher, professora de História, concluindo que poderiam utilizar publicações de Lando nas disciplinas de história e geografia de Rondônia. Quanta honra para nós, coautores daquelas cartilhas e livros. Em vez de ir completar o latão de lixo dos vereadores, serviriam para auxiliar as aulas da professora do Colégio Costa Júnior.
Outro dia entrei na Biblioteca Francisco Meireles e vi cadeiras e mesas lotadas de pessoas que estudam exaustivamente para concursos públicos. Ali existem mais de 50 mil exemplares de livros diversos, porém, a onda do momento deixa a reboque aqueles considerados imprescindíveis para a formação da juventude e para o agrado de gente mais vivida.
Terminada a fase de concurso, esses frequentadores voltariam à biblioteca?
No Jaru, Geraldo lamentava que a população deveria aproveitar melhor a oportunidade de conhecer os valores culturais de Rondônia e do País. “A meu ver, os livros seriam de muitíssima importância para os próprios vereadores”, dizia. “No entanto, eles pouco se preocuparam em evitar que livros fossem jogados no lixo”, acrescentava.
Ainda tenho esperança de consumir boas notícias a respeito das bibliotecas porto-velhenses. Que nas salas de leitura pontifique o interesse e o saber. Que se conheça mais Rondônia e a Amazônia. Que nos conheçamos mais, a nós mesmos e aos outros.
Apesar do tempo real e das facilidades da internet, nada melhor do que folhear um livro de grande utilidade. Parece redundante, mas é isso mesmo.
Assim, louvemos a Secretaria Municipal de Educação pelo início de nova etapa do Projeto “Mais leitura”, dedicado à formação continuada de monitores e coordenadores do Programa “Mais Educação”.
Nunca é demais repetir o poeta baiano Castro Alves, que tão jovem deixou este mundo:
Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!
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