Terça-feira, 14 de agosto de 2007 - 19h48
Amazônia abre negócios bilionários com energia - R$ 274,8 bilhões para o setor e muitos negócios à vista; indústria aguarda para fornecer às novas usinas.
BRASÍLIA — Cabos, torres, transformadores, reatores, disjuntores, isoladores e serviços diversos. O conjunto de itens essenciais à construção de três mil quilômetros de novas linhas de transmissão de energia elétrica por ano movimentará o mercado nacional, a partir de 2008. Até lá estarão surgindo o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Santo Antonio, no Rio Madeira. Junto com Jirau, a segunda usina e cujo leilão ocorrerá no próximo ano, ela vem sendo aguardada mais pela oportunidade de atenuar o desemprego em Rondônia, do que para abastecer um grande linhão de energia.
Equipamentos elétricos fabricados no Brasil serão usados nas usinas do Rio Madeira, em Rondônia — IPEA Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, somente a Alusa prevê, inicialmente, o fechamento de negócios de R$ 640 milhões a cada 12 meses. O governo federal anunciou investimentos no setor de R$ 274,8 bilhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Além de equipamentos, o PAC deve revolucionar também o mercado de trabalho para engenheiros, biólogos, medidores de campo, administradores e outros profissionais necessários nas hidrelétricas.
Com base nos números do PAC, o presidente da Alusa, Paulo Godoy, estima que até 2010 sejam construídos 85 mil quilômetros de linhas Segundo ele, a Alusa participará com 3,5 mil linhas. Para o vice-presidente de Energia e Recursos Hídricos da Engevix Engenharia S.A., José Antunes Sobrinho, a maior oportunidade no momento está nos projetos das usinas de Rondônia, que vão gerar 6 mil megawatts, e a de Belo Monte, no Xingu, que produzirá 11 mil megawatts.
Leilão cria expectativa de associações
Além da Furnas Centrais Elétricas, outras estatais poderão participar do leilão de concessão da usina de Santo Antonio, informou a Agência Reuters. Desta maneira, a Construtora Norberto Odebrecht cumpriria seu objetivo de se associar a Furnas no projeto dessa hidrelétrica. Segundo a assessoria de imprensa do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a Odebrecht deverá abrir mão de uma cláusula de seu contrato com Furnas que impede a participação de outras subsidiárias do sistema Eletrobrás no leilão.
Odebrecht e Furnas assinaram um contrato em 2005, pelo qual a estatal se comprometia a ser a única do sistema Eletrobrás a se associar a uma empresa privada. A Agência Nacional de Energia Elétrica está definindo a minuta do edital do leilão, que será encaminhado para audiência pública.
Fonte: MONTEZUMA CRUZ - O autor é nosso colaborador e um dos editores da Agência Amazônia de Notícias.
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