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Montezuma Cruz

Amazônia exige novo método para medir o gás carbônico


 


Em Manaus, pesquisadores discutem técnicas para detectar trocas gasosas entre atmosfera e biosfera 


JANE DANTAS (*) 
Agência Amazônia 


MANAUS, AM – Estudo conduzido pelo pesquisador Julio Tota, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), demonstra que a medição da quantidade de gás carbônico CO₂ absorvido e emitido pela floresta amazônica requer uma metodologia diferente da utilizada desde a década de 1950. Para falar sobre o assunto, o Museu da Amazônia (Musa) recebe nesta quarta-feira, às 16h, os pesquisadores Antonio Ocimar Manzi e Júlio Tota, do Inpa e do LBA. 

A constatação é resultado da análise de dados obtidos com monitoramento das trocas gasosas entre a biosfera e a atmosfera na região Amazônica feitas em duas torres do Programa LBA, em Manaus e Santarém (PA) juntamente com um monitoramento complementar, feito pelo pesquisador ao longo de seis anos. 

Inicialmente, Tota fez experimentos com a liberação de fumaça colorida para observar o deslocamento das camadas de ar entre as árvores. “Em muitos casos, o deslocamento desceu até os vales, em uma trajetória que fugia completamente do alcance do monitoramento da torre do LBA, que analisa, principalmente, o deslocamento vertical e as camadas mais superiores”, diz. 

Segundo ele, por essa razão os resultados estimados pelas torres passariam a ser considerados incompletos. A medição desse transporte horizontal de CO₂ poderia ajustar 70% do déficit da respiração noturna entre as medidas ecológicas (respiração total do ecossistema) e aquelas oriundas somente das torres. 

Armadilhas para caçar macaco 

Já na quinta-feira, 12 de novembro, às 17h, também no Musa, o antropólogo suíço-peruano, Jurg Gasche, ministra palestra sobre as armadilhas utilizadas pelos índios Bora, Huitoto e Cocama do Peru para capturar micos. Gasche antecipa que a partir do exemplo, abordará o método de articulação de conteúdos indígenas e científicos. 

As palestras são abertas ao público, na sede administrativa do Musa (Rua da Constelação n16, Conjunto Morada do Sol, Aleixo - próximo à Casa da Sopa).

Mais informações pelo telefone: (92) 8128 5070
E-mail:
jane@museudaamazonia.org.br    
dantas.jane@gmail.com 


No Pará, protesto contra vandalismo 


MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia 

Amazônia exige novo método para medir o gás carbônico  - Gente de Opinião

Deslocamento das camadas de ar entre as árvores. Esta foi uma das experiências monitoradas pela torre do LBA na floresta amazônica /MONTEZUMA CRUZ



BELÉM, PA – O setor florestal protestou hoje no Pará contra o incêndio de madeira retirada de manejo florestal legal, na região do Rio Arapiuns, no município de Santarém, terça-feira. Os manifestantes moram em glebas administradas pelo Instituto Estadual de Terras do Pará (Iterpa). 

O presidente da União das Entidades Florestais do Estado do Pará (Uniflor), Luiz Carlos Tremonte, classificou o incêndio às balsas e à madeira “um ato criminoso, covarde, que atenta contra os direitos fundamentais garantidos na Constituição do Brasil”. 

Tremonte, repudiou “o seqüestro e incêndio à madeira que estava sendo transportava em duas balsas, feitos por manifestantes ligados do Sindicato dos Trabalhadores de Santarém (STR) e comunidades supostamente indígenas”. “Esta ação feriu de morte o direito constitucional a propriedade privada, o direito de ir e vir e o direito ao desenvolvimento, além de causar prejuízos econômicos irreparáveis aos proprietários das balsas e da madeira transportada” 

A Uniflor pediu às autoridades policiais a identificação dos responsáveis individuais pelo incêndio criminoso e a prisão dos envolvidos, e ainda, a responsabilização das entidades responsáveis pela manifestação. Também pretende reparos aos prejuízos causados às empresas proprietárias das balsas queimadas e da madeira destruída. 

Apatia 

Para a Uniflor, o governo paraense foi apático: “Em nenhum momento usou do seu poder de força garantido pela Constituição para restituir os direitos vilipendiados por um grupo de manifestantes, permitindo que as balsas e a madeira ficassem em poder dos criminosos desde o dia 12 de outubro, portanto, mais de 15 dias, sem que houvesse qualquer ação significativa para impedir o incêndio”. 

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Pará, a madeira é legal. “O estado não é irresponsável”, afirmou o secretário-adjunto do Meio Ambiente, Miro Canto. Ele disse que funcionários da secretaria verificaram que os aproximadamente 1.500 metros cúbicos de madeira em toras são originários de áreas de manejo autorizadas pelo governo. 

A Uniflor também queixou-se da atuação do Ministério Público Federal no episódio: “Desde o início o MPF funcionou como aliado incondicional dos manifestantes, fazendo acusações sem provas e ilações sobre suposta atividade ilegal, comprando sem qualquer investigação consistente a versão dos manifestantes”. Conforme a entidade, essa atitude colaborou de forma direta com uma ação criminosa que seqüestrou bens particulares e manteve pessoas reféns, “sem qualquer condenação aos atos ilegais e criminosos realizados pelos manifestantes”.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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