Sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008 - 13h29
MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br
BRASÍLIA – A fronteira brasileira com o Peru e a Bolívia assume um compromisso definitivo para salvar o Rio Acre. Em atos previstos para hoje e amanhã, representantes do Instituto do Meio Ambiente, Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Acre e autoridades ambientais dos departamentos (províncias) de Iñapari (Peru) e Pando (Bolívia) lançarão em Assis Brasil, a 340 quilômetros de Rio Branco, o Projeto de Recuperação da Bacia Hidrográfica do Rio Acre, uma das mais agredidas no País.
A bacia sofre os efeitos da ocupação desordenada de áreas alagáveis. O rio também sente o impacto dos períodos de estiagem e teve suas matas ciliares derrubadas ao longo das derradeiras duas décadas. Até 2007, mais de 5 mil hectares foram desmatados em área de preservação permanente.
Avalia-se o significado do projeto, observando-se a lista de convidados, entre os quais, dois senadores acreanos, Tião Viana e Sibá Machado (ambos do PT). Eles próprios assinaram e distribuíram os convites para os atos festivos que serão presididos pelo prefeito de Assis Brasil, Manoel Batista de Araújo. Sete prefeitos vão assinar o Pacto Pela Recuperação do Rio Acre. Nesta sexta-feira, a partir das 18h, o lançamento do projeto ocorrerá no ginásio coberto da cidade. A festa será encerrada com um show de Verônica Padrão.
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Ribeirinho ganha comida de barqueiro /M.CRUZ |
O Rio Acre nasce no Peru, atravessa o estado no sentido Sul-Norte e deságua no Rio Purus, no município de Boca do Acre, no Estado do Amazonas, a 208 quilômetros de Rio Branco. Percorrendo um trajeto de cerca de 1.190 quilômetros. No Acre, banha os municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Capixaba, Rio Branco e Porto Acre.
Lixo e esgoto
De Porto Acre às cabeceiras, em Assis Brasil, o lixo e o esgoto despejados no Rio Acre são as maiores ameaças à bacia. O rio abastece a capital acreana. Nas suas águas já foram encontrados sofás, mesas, lataria, pneus, camas, fogões, geladeiras e até restos de carros usados. Em 2006, a pesquisadora da Universidade Federal do Acre, Mônica Rios, responsável pelo estudo para a gestão integrada da Bacia do Rio Acre pelo Brasil, Peru e Bolívia, alertou que o asfaltamento da Rodovia do Pacífico influiria diretamente nos desmatamentos da região por ela cortada.
Mônica também anteviu a poluição, caso não fossem tomadas providências em tempo hábil. As águas dessa bacia (cuenca, em espanhol) totalizam 7 mil quilômetros quadrados, dos quais 13% já haviam sido desmatados, há dois anos.
Sociedade deve participar
Na capital, o Rio Acre fotografado em janeiro, antes do período chuvoso de 2008 /M.CRUZ
Seus igapós, que mantêm o nível da água do rio no período de verão, estão secando. A erosão é iminente em diversas regiões, em conseqüência da derrubada das matas ciliares.
Períodos mais longos de estiagem ameaçam o abastecimento de água na capital acreana. Em 2005, o rio ficou reduzido a um fio de água, exigindo do governo a instalação emergencial de bombas flutuantes.
No ano passado, o documento denominado Sistematização do 1º Acre Ambiental, elaborado após um seminário com a participação de diversas autoridades, recomendou a urgente recuperação do rio, com o envolvimento da sociedade, prefeituras, órgãos ambientais, Exército, Marinha e outros.
Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião.
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