Quinta-feira, 25 de setembro de 2008 - 14h10
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
Retoma-se o debate sobre o plantio de cana-de-açúcar em alguns estados do Norte Brasileiro e a construção de uma ferrovia, em vez da recuperação da BR-319 (Manaus-Porto Velho). Tão importante e estratégico quanto a escolha de quem vai explorar as reservas do pré-sal. Paralisado pelas eleições municipais a um custo superior a R$ 85 milhões o Congresso vê, mas só opina pela imprensa. A mesma imprensa que o Sr. Nelson Jobim, a Casa Civil e os próprios parlamentares estudam amordaçar, mudando a lei do sigilo por causa da epidemia de grampo telefônico.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, considera a liberação de empreendimentos sucroalcooleiros no Amazonas e no Pará um dos pilares do novo zoneamento agrícola, em fase de atualização.
O Amazonas tem uma usina em operação e pequena área cultivada com cana, cuja produção foi estimada em 370 mil toneladas para este ano, pela Companhia Nacional do Abastecimento. O Pará possui mais usinas e ali o plantio poderá render 804,2 mil toneladas este ano. Já o Acre conta com uma destilaria inteira desativada e ainda adquire álcool no Estado de São Paulo, a mais de 3,5 mil quilômetros de distância.
No Acre as lavouras de cana estão concentradas no município de Capixaba. Em Roraima fala-se na utilização de campos degradados para o plantio de cana. O governo federal não pretende estimular mais no Amazonas e no Pará, comprometendo-se, no entanto, a apoiar a ampliação das atuais usinas. De sua parte, o governo paulista está rígido em relação a novas usinas no estado.
Enfim, conforme cálculos do ministro, anunciados aos jornalistas Fernando Lopes e Mauro Zanatta, do Valor Econômico, também está em curso um programa de financiamento ao cultivo de palma, cujo óleo é o mais consumido do mundo. Querem destinar 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas para as lavouras, com o aval do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Pra onde vou?
Minc está às voltas com a reconstrução da rodovia BR-319, cujos recursos alcançam R$ 697 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento, até 2010.
O ministro suspendeu por dois meses o licenciamento ambiental da estrada que até hoje tem o trajeto interrompido por rios, cuja travessia é feita em balsas controladas por um monopólio no setor. "Não somos nem seremos carimbadores de irresponsabilidades. É preciso analisar direito o impacto dessa obra. Pode representar uma tragédia ambiental sem precedentes". Discurso feito apenas para a ligação rodoviária. Cana-de-açúcar pode.
Minc vem exigir que o Departamento Nacional de Infra-estrutura do Transporte garanta sete florestas nacionais e reservas extrativistas federais para região. Elas foram criadas com área de 6,5 milhões de hectares ao longo da rodovia, mas não saíram do papel. Os governadores de Rondônia, Ivo Cassol (Sem partido) e Eduardo Braga (PMDB) querem uma ferrovia no velho traçado da BR-319.
No século passado, a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi uma epopéia. Estaríamos diante de outra, agora com moderna tecnologia e mesmo com o ataque da malária na floresta. De todo modo, aí está um novo e bom motivo para a mobilização geral de ministros, diretores de autarquias, governadores, organizações não-governamentais e prefeitos. Rodovia ou ferrovia?
Fonte: Montezuma cruz - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopiniao.
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