Sábado, 9 de julho de 2016 - 16h53
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
Em Porto Velho
Em Rondônia é assim: quem quer, faz. Na educação, nem se fala, há programas que deveriam funcionar “para ontem”, porém, vivem à mercê do despertar de consciências. E esse despertar demora demais, pois parece que alguns não sonham, mas vivem constantes pesadelos.
No interior do estado, ainda falta sintonia entre representantes da saúde, da educação e de possíveis fortes voluntários para levar a sério o Programa Saúde na Escola.
Meses atrás, no meu vaivém de repórter conheci a valorosa equipe do Programa Saúde na Escola (PSE), da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), e na terceira matéria que apurei por lá me deparei com um triunvirato deplorável, o qual impede resultados positivos em 17 municípios: 1) Não sei se colaboro; 2) Não sei se isso vai dar certo; 3) Não sei se isso tem rendimento político.
O não, quando empregado dessa forma, fecha todas as portas de quem quer colaborar com causas nobres, entre elas, o PSE.
Ouvi recentemente da coordenadora do programa, Maria Inês Alves Fernandes: “Buscar soluções que atendam aos direitos de crianças, jovens, adultos e idosos exige, não apenas a nossa colaboração, mas o esforço de todos, e o trabalho precisa ser feito em união”.
Essa união pressupõe amor ao próximo: prefeitos, vereadores, médicos, enfermeiros, educadores, pais de alunos, precisam enxergar “por dentro” seus filhos e os filhos de amigos. Se apenas arranjarem desculpas para a evasão escolar [60 mil estão fora da sala de aula em Rondônia] e lamentarem o flagelo do isolamento causado pelo consumo de drogas, estarão regredindo e perdendo a oportunidade de viajar na carruagem do Tempo.
Tempo, senhor da razão. No mês passado, encontrei a equipe do PSE se preparando para visitar Cabixi, Corumbiara, Cerejeiras, Pimenteiras do Oeste e Vilhena, a fim de constatar o momento vivido pelas escolas e pais de alunos.
Dos 52 municípios rondonienses, 17 ainda não aderiram ao PSE, escrevi em matérias anteriores. Desta vez, relembro palavras da coordenadora Maria Inês: “A saúde pública precisa se integrar mais a este programa educacional. Comerciantes, igrejas, conselhos tutelares, entidades diversas, todos devem participar do debate”.
Outra frase dela resumiu o desalento em relação à participação maior no apoio aos alunos: “Comentei com a Gerência de Projetos Especiais da Sesau: precisamos que vistam a camisa”.
Pagamento de diárias de servidores, corte de gastos, cautela exagerada do Governo do Estado em relação a deslocamento de servidores essenciais à saúde e à educação não se nivela a outros gastos. Por uma razão óbvia: estudante doente e com fome é presa fácil da oficina do diabo. Pronto.
Há diárias e diárias, todos sabemos. Há servidores graduadíssimos que viajam de avião, Brasil adentro e América do Sul afora, e não prestam contas do que fizeram de útil para Rondônia. Já no PSE, sinto um cheiro de cegueira que se traduz em interpretação errônea dos gestores. A equipe necessita viajar e se vê impedida do cumprimento do calendário previamente estipulado.
Em sentido figurado, o ato de “vestir camisa” implica perceber o quanto a pessoa se doa para determinada situação, apoiando um projeto de corpo, mente e coração.
Estimadas e estimados: cada prefeito pode muito bem criar e fazer funcionar o grupo de trabalho intersetorial municipal (GTIM) estabelecido pelo PSE, para identificar que ações são mais urgentes na escola pública.
No ano passado, a equipe formou diversos multiplicadores para detectar problemas, entretanto, ainda carece de maior mobilização e compromissos para garantir melhoria no atendimento escolar.
A técnica Joceli Santos apontou-me as prioridades do PSE do ponto de vista epidemiológico:
►Avaliação antropométrica;
►Atualização do calendário vacinal;
►Detecção precoce de agravos de saúde negligenciados;
►Detecção precoce de hipertensão arterial sistêmica;
►Avaliação oftalmológica;
►Avaliação auditiva; avaliação nutricional;
►Avaliação da saúde bucal;
►Avaliação psicossocial;
►Distribuição de suplementos do NutriSUS [Estratégia de fortificação da alimentação infantil com micronutrientes em pó].
O NutriSUS consiste na adição direta de nutrientes à alimentação oferecida em creches às crianças de seis meses a três anos e 11 meses.
Ninguém sozinho dá conta de tudo isso. Resultados bons virão se o pastor, o padre, o maçom, o espírita, o vereador e o prefeito se juntarem aos seus poucos médicos e enfermeiros locais, a fim de gerir o valioso PSE.
A avaliação antropométrica, por exemplo, pode resultar na identificação de educandos com sinais de obesidade ou sobrepeso, desnutrição, deficiência física, e acompanhamento para a unidade básica de saúde de referência e/ou equipe de saúde de referência.
Municípios que já aderiram: Alto Alegre dos Parecis, Alto Paraíso, Ariquemes, Cabixi, Cacoal, Castanheiras, Cerejeiras, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Costa Marques, Cujubim, Espigão do Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Ministro Andreazza, Mirante da Serra, Nova Mamoré, Nova União, Novo Horizonte do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Pimenteiras do Oeste, Porto Velho, Presidente Médici, Primavera de Rondônia, Rolim de Moura, São Francisco do Guaporé, São Miguel do Guaporé, Seringueiras, Teixeirópolis, Theobroma, Urupá, Vale do Anari e Vilhena.
Vergonhoso dizer que autoridades municipais ausentes e mesmo algumas presentes ignorem o benefício que pode ser proporcionado pelo PSE.
A esses podemos, pelo menos, rogar um pouco mais do que a parte do beija-flor, aludindo-me aqui ao incêndio na floresta, no qual esse pequeno bípede despejava pingos d’água e, ao ser indagado por outros bichos a respeito da impossibilidade de apagar o fogo, respondeu: “Estou fazendo a minha parte”.
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