Quinta-feira, 24 de dezembro de 2015 - 08h06
Pirarucu à casaca a R$ 1, acompanhado de alface, chuchu refogado, arroz branco, feijão carioca, macarrão ao molho branco foi o prato proteico natalino desta quarta-feira (23) do Restaurante Prato Cheio, no Bairro JK (zona leste), em Porto Velho.
Para preparar os 150 quilos do cardápio desta quarta, a equipe de 19 pessoas começou a trabalhar às 6h30. Normalmente, o expediente dos funcionários começa às 7h. Às 9h58, mais de 1.480 pessoas haviam adquirido senha.
Uma camada de pirarucu, uma de batata e cenoura cozida, uma de farofa de banana, outra camada desse peixe, e concluindo, molho branco. Eis o prato principal que marcou o primeiro Natal da equipe.
O restaurante que atende a 1,5 mil pessoas/dia funcionará também nesta quinta-feira (24), servindo: alface, beterraba ralada, salpicão, farofa colorida, arroz branco e feijão carioca. Não haverá expediente na sexta-feira (25) de Natal, mas a equipe atenderá normalmente até o dia 31 de dezembro.
Logo após o cafezinho servido às 6h30, a nutricionista Taís Souto abriu as portas da cozinha para mostrar a rotina dos trabalhadores: “Bom dia!”, saudou o cozinheiro Ademar Dias, ao lado do colega Átila Corrêa e do auxiliar Alexandre Rodrigues Chagas. O clima harmonioso chamou a atenção. Taís Souto lembrou-lhes que no dia 21 deste mês o restaurante inteirou quatro meses de atividades.
Cada qual assumiu o seu posto, iniciando o prato de antevéspera do natal, concluído em menos de três horas.
7h05 – “Sobe” a panela com cenoura picada. Rosângela Gonzaga, estudante de nutrição na Fimca observa o movimento.
7h12 – Mantas de pirarucu procedentes de Lábrea (AM) são colocadas num dos dois panelões de 500 litros cada. Em 15 minutos, a temperatura alcança a marca de 180 graus C, registra o auxiliar de cozinha Orlando Dourado.
7h15 – Maria Eliana de Souza e Fabíola Rodrigues Brandão cortam banana prata e couve para a farofa. À direita, no corredor, Daniel de Campos Ferraz conduz para o salão o barulhento carro com pratos de louça. Faz três viagens dos armários até lá.
7h20 – Quatro das seis bocas do primeiro fogão são acesas. O cozinheiro Ademar Dias manuseia a cenoura e a fumaça branca começa a subir.
7h40 – Rute Cerlene Raposo Pereira lava uma quantidade de pimentão verde e cebola.
7h30 – “Sobem” as panela de batatinha e de macarrão. O chuchu começa a ser cortado.
7h40 – O tempero com cebolinha e pimentão refogados está pronto. Nesse mesmo tempo, “sobem” as panelas de feijão e termina o preparo do alho.
8h20 – O peixe desfiado por uma pá de polietileno recebe em seguida o tempero.
8h45 – Coberto por molho branco, o pirarucu está pronto para ser distribuído nas cubas dos dois bufês.
9h – A cozinha é limpa e os alimentos são transportados aos bufês. A sorridente Ellen Regina Teles Pimentel limpa o piso. Suas colegas também asseiam o ambiente.
11h30 – Nesse horário já tem louças, copos e talheres para Sérgio Santos Rodrigues lavar. Ele cuida dessa tarefa, acionando uma máquina de lavar e secar a quente.
DUAS SEMANAS SEM FEIJOADA
Prato inaugural do restaurante, a feijoada tem agradado os frequentadores. O calendário de Natal e Ano Novo tirou-a do cardápio por duas semanas. “Na sexta-feira [dia de servir esse prato], a gente abre o portão e a fila se forma lá fora e aqui dentro; dá volta no restaurante até ali nas caixas-d’água”, relatou Jorge Luiz Rodrigues das Neves, um dos encarregados de atendimento.
“Tem outra fila, bem organizada também, para idosos, gestantes e portadores de necessidades especiais”, ele disse.
Jorge e Valdenil Ferreira são responsáveis pela contagem diária das senhas que a maioria dos frequentadores compra pelo menos duas horas antes da abertura. A partir de 11h, de 15 em 15 minutos, o público entra e sai, até 13h45.
Uma cumbuca colocada próxima ao bebedouro guarda opiniões das pessoas a respeito do atendimento. A Secretaria Estadual de Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas) vem fazendo pesquisa permanente para receber críticas, sugestões, e elaborar o perfil dos frequentadores. Além da zona leste, trabalhadores e aposentados de outros bairros têm ido ao restaurante.
PRODUTOS DA TERRA
Atualmente, comerciantes de peixes de Porto Velho não dispõem de estoques para atender ao programa alimentar do restaurante. Por isso, o carregamento desta quarta-feira veio de Lábrea (AM).
Todos os produtos consumidos são adquiridos em Rondônia: de Cacoal chegam diariamente 180 quilos de carne sem osso e 270 Kg com osso.
Feijão e arroz, cem quilos de cada um, vêm de Jaru, e os produtos folhosos [alface, couve, rúcula e outros], 30 quilos/dia, são adquiridos de pequenos produtores da zona leste da Capital.
O restaurante mantido pela Seas atende às políticas da Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional e do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Daiane Mendonça
Secom - Governo de Rondônia
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