Quarta-feira, 10 de maio de 2017 - 08h03
A sociedade ainda não se convenceu da importância e, na maioria das vezes, se mantém desconfiada do êxito da reinserção social de ex-dependentes químicos. É o que constata a superintendente estadual de Política sobre Drogas, Isis Queiroz, afirmando que essa situação precisa mudar.
“Temos diversos exemplos de pessoas recuperadas, e nosso trabalho seria mais positivo se elas tivessem a chance de trabalhar”, disse a superintendente.
Exemplos de jovens e adultos recuperados são praticamente desconhecidos, conforme alerta Isis. A Sepoad quer torná-los visíveis, na expectativa de oferecer vagas no mercado de trabalho, em Porto Velho.
Jônatas Augusto Joaquim, 31 anos, tratou-se da dependência química há dois anos, no Refúgio Canaã [Km 13 da BR-364]. Antes, foi morador de rua, e nessa condição ouviu falar do Centro de Referência de Prevenção e Atenção à Dependência Química (Crepad).
“Eu estava na avenida Pinheiro Machado, em 2015, conversaram comigo e eu vim pra cá, onde estou muito bem até hoje”, relatou.
Numa pequena sala, Joaquim dedica-se à produção de flores de papel crepom, mas é também decorador de ambientes e de jardins, e conhece o ofício da panificação.
“Eu espero a oportunidade de conseguir um emprego, prosseguir o estudo e recuperar a dignidade”, reivindica.
Nascido em Espigão do Oeste, Joaquim não conheceu os pais biológicos. Aos 26 mudou-se para Porto Velho, e depois para Arraias (TO), onde concluiu o 2º grau no Colégio Joana Batista Cordeiro.
Filho adotivo de Cleusa dos Santos, 57, falecida há quatro anos, tem um irmão, Alessandro Augusto, 41, construtor na cidade tocantinense. Mas não teve mais notícias do pai de criação, que também estaria naquele estado, com aproximadamente 70 anos de idade.
Refeições no horário, terapia ocupacional, ambiente limpo nos alojamentos do Refúgio Canaã demoveram Joaquim da vida nas drogas. “Eu cozinhava e fazia pães. Aprendi desde menino com a família e, ali dentro, fui vencendo os momentos terríveis que passei”, contou.
“É possível sair do vício contando com a solidariedade das pessoas de instituições. Os lugares que procurei têm pessoas que acolheram tão bem, e me fortaleceram para o recomeço; eu renasci, sou grato e hoje sei que é possível o ser humano mudar”, revelou Joaquim.
Desde que frequentou o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Creaspop), no centro de Porto Velho, Joaquim participou de reuniões de grupos de adolescentes, adultos e de família. Sonha com o emprego, e no tocante ao estudo pretende cursar filosofia.
“Eu acredito que ele conseguirá trabalho porque é uma pessoa esforçada, constante nos deveres”, opina a gerente de Reinserção do Crepad, psicóloga Ludney Mendes.
Leia mais:
Ex-apenado comemora mais de um ano de tabalho no arquivo da Sepoad
Cinco casas de dependentes químicos recebem apoio do governo estadual
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Rânderson Santos
Secom - Governo de Rondônia
“Jovem advogado que sai da Faculdade quer apoio para enxergar a nova realidade”
Desde 2023, o presidente da Seccional OABRO, Márcio Nogueira ordena a visita a pequenos escritórios, a fim de amparar a categoria. “O jovem advogado
Casa da União busca voluntários para projetos sociais em 2025
A Associação Casa da União Novo Horizonte, braço da Beneficência do Centro Espírita União do Vegetal, espera mais voluntários e doadores em geral pa
PF apreendeu o jornal Barranco que mesmo assim circulou em Porto Velho
Mesmo tendo iniciado no Direito trabalhando no escritório do notável jurista Evandro Lins e Silva, no Rio de Janeiro, de postular uma imprensa livre
"Mandioca é o elixir da vida", proclama o apaixonado pesquisador Joselito Motta
Pequenos agricultores de 15 famílias assentadas em Joana D’Arc e na linha H27, na gleba Rio das Garças, ambas no município de Porto Velho, ouviram o v