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Montezuma Cruz

CPI tira o sono de Moro no caso do prejuízo milionário das empresas que supostamente “quebrou”


CPI tira o sono de Moro no caso do prejuízo milionário das empresas que supostamente “quebrou” - Gente de Opinião

É óbvia e ululante a motivação eleitoral na iniciativa do deputado federal Paulo Teixeira (do PT de São Paulo). Segundo Mônica Bérgamo, colunista da Folha de S. Paulo, ele vai começar a colher assinaturas na Câmara dos Deputados para a instalação de uma CPI “que investigue suposto ‘conflito de interesses’ na atuação de Sergio Moro na empresa Alvarez & Marsal. A base da investigação serão os relatórios do Tribunal de Contas da União, que investiga o caso.

Espero que a CPI seja instalada, suas sessões sejam públicas, toda documentação apresentada seja imediatamente aberta à consulta dos interessados e o ex-juiz Sérgio Moro se apresente voluntariamente, com ou sem CPI, para debater com os parlamentares em uma audiência pública para elucidar alguns tópicos além dos temas abordados pela jornalista e os petistas em geral.

Seria proveitoso para a opinião pública que ele crie um blog ou um site nele juntando todas as sentenças que deu nos processos da Lava-Jato, as transcrições dos depoimentos de todos os proprietários, dirigentes e técnicos das empresas do cartel das empreiteiras na Petrobrás, os relatórios das investigações feitas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a íntegra dos acordos de leniência e o levantamento das recursos recuperados (no Brasil e no exterior) que foram roubados da estatal do petróleo.

Reproduzo a matéria da jornalista a seguir.

O tribunal analisa se atos de Moro como juiz fragilizaram a situação econômica de empreiteiras e, alguns anos depois, ele foi trabalhar justamente na companhia responsável pela recuperação judicial da maioria delas.

A Alvarez & Marsal já recebeu R$ 42 milhões de companhias investigadas na Lava Jato. "Todas as empresas que Moro quebrou estão sendo recuperadas pela Alvarez & Marsal a peso de ouro. É preciso investigar o conflito de interesses", afirma Teixeira.

A CPI precisa de 171 assinaturas para ser instalada.
Apenas deputados de esquerda somariam mais de 140 apoios, segundo Teixeira. Faltariam cerca de 30 parlamentares para que a comissão fosse adiante.Moro tem hoje apoio reduzido na Câmara, já que a base do governo de Jair Bolsonaro também combate o ex-ministro da Justiça, considerado um traidor pelos apoiadores do presidente.

Os ganhos do ex-juiz na atividade privada permanecem em sigilo.
Em dezembro, como revelou a coluna, o ministro do TCU Bruno Dantas determinou que a Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-magistrado depois que ele deixou a empresa, em outubro, para se lançar na política.

Dantas acolheu um pedido feito pelo Ministério Público junto ao TCU. E determinou também o levantamento, no Judiciário, de todos os processos de recuperação judicial em que a Alvarez & Marsal atuou no período da Lava Jato.

O ministro afirmou em despacho que atos de Moro durante a Operação Lava Jato "naturalmente" contribuíram para a quebra de empresas como a Odebrecht – e quer saber se a Alvarez & Marsal  foi beneficiada por eles ao se envolver na recuperação da empreiteira e de outras organizações investigadas sob o comando do ex-juiz.

O subprocurador-geral junto ao TCU Lucas Furtado afirmou, ao pedir a investigação, ser necessário apurar os prejuízos ocasionados aos cofres públicos por "operações supostamente ilegais" de integrantes da Lava Jato e de Moro "mediante práticas ilegítimas de revolving door", ou "porta giratória" –quando servidores públicos assumem postos como lobistas ou consultores na área de sua atividade anterior no serviço público.

A consultoria Alvarez & Marsal já enviou documentos ao TCU informando que 75% de todos os honorários que recebe no Brasil são provenientes de empresas investigadas pela "Lava Jato".
Nos últimos anos, a consultoria recebeu quase R$ 42,5 milhões de empresas investigadas na operação: R$ 1 milhão por mês da Odebrecht e da Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial); R$ 150 mil da Galvão Engenharia; R$ 115 mil do Estaleiro Enseada (que tem como sócias Odebrecht, OAS e UTC); e R$ 97 mil da OAS.
Moro refuta as acusações de que lucrou com a atuação na Lava Jato e de que sua atuação no setor privado configura uma situação de conflito de interesses.

"O contrato com a Alvarez & Marshal foi assinado entre partes privadas, de forma regular, e com a cláusula expressa de que jamais atuaria em casos de potencial conflito de interesse. Portanto, jamais trabalhei ou prestei serviço, direta ou indiretamente, para a Odebretch", afirma ele.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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