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Montezuma Cruz

Desorganização e protesto na prova para PRF


  
Vaga estabelece jornada de 40 horas semanais e remuneração inicial de R$ 5.620,12. Excedentes do concurso de 2008 denunciaram a Funrio na Justiça

 

MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia 

RIO DE JANEIRO – Desorganização e tumulto marcaram a prova de seleção aplicada pela Fundação de Apoio à Pesquisa (Funrio), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, domingo, para 750 candidatos de várias regiões brasileiras a vagas na categoria de agente do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF). A Funrio denunciou a situação à Polícia Militar e ao Ministério Público. 

Quarenta candidatos saíram da escola sem fazer a prova. A Funrio atribuiu a confusão a esse grupo, alegando que os candidatos “chegaram aos locais de exames na Universidade Gama Filho (em Piedade, na Zona Norte do Rio) por portões diferentes dos registrados nos cartões de inscrição. A fundação ainda alega que o grupo se negou a ir para os locais corretos de prova e, mesmo após ter sido realocado em sala extra, se recusou a fazer os exames 

No domingo houve provas para a PRF em todos os estados, à exceção do Acre, Mato Grosso e Pará. A função exige nível superior em qualquer área e carteira de habilitação categoria “B” ou superior. Segundo a Funrio, 109.793 candidatos se inscreveram. 

A vaga inclui jornada de trabalho de 40 horas semanais, em regime de escala de revezamento e remuneração inicial de R$ 5.620,12, com direito a auxílio-alimentação mensal no valor de R$ 161,99. No concurso de 2008 para a função de policial rodoviário federal abriram-se 340 vagas destinadas aos estados do Mato Grosso e Pará, regido pelo Edital DPRF-01/2008. Esse certame já havia sido cancelado por fraude cometida pela, então, organizadora da prova, o Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ.
 
Foram considerados aprovados um total de 746 candidatos, dos quais, os primeiros 340 ficaram dentro das vagas e outros 406 considerados aprovados excedentes. 

A Funrio fora acionada pelo Ministério Público Federal a devolver o valor das taxas pagas por candidatos inscritos em mais de um estado. As imagens do tumulto de domingo estão postadas no Youtube 

Desorganização e protesto na prova para PRF - Gente de Opinião

No meio do tumulto, funcionário da Funrio procura solucionar o impasse, mas a prova só começou horas depois do anunciado /DIVULGAÇÃO

(indicadas no final desta matéria). A inscrição para o concurso de domingo custou R$ 100 por pessoa. 

Aviso por torpedo 

Um dia antes, o candidato Andrônico Meireles recebeu, às 10h36, mensagem no telefone celular indicando o local da prova. Segundo ele disse à Agência Amazônia, acessou a internet e verificou: Rua Manuel Vitorino nº 553, prédios SR e AR, e Rua Manuel Vitorino 379. Seu local era a sala número 403, carteira nove. “Ao chegar, notei que a carteira era de uma Vanessa e o meu nome, Kelly. Me direcionaram para outro prédio”, disse. 

Lá chegando, Meireles constatou que o lugar fora ocupado por outra pessoa. “Estive no local correto da prova, mas fiquei sem sala”. A prova já havia atrasado 25 minutos. Sentados na escada ou dispersos pelo pátio, outros candidatos passaram pela mesma situação. No ambiente confuso, os “sem sala” telefonaram para parentes e amigos. As portas fechadas e a ausência de funcionários devidamente identificados com crachá da Funrio evidenciaram a desorganização. 

“Palhaçada!” 

Numa pequena sala, candidatos acomodados também aguardavam o início da prova. Cadê a prova? Em outras salas, a prova já era aplicada, sem problemas. 

Às 13h27 ouviu-se um grito: “Palhaçada”. O inconformismo tomou conta dos candidatos lesados. Enfim, apareceu um fiscal vestido com uniforme azul com a inscrição Funrio no bolso, para informar que eles começariam a prova com o direito de terminá-la mais tarde, por volta de 19h. Mais tumulto. Um candidato de Florianópolis (SC) se queixa da situação, outros protestam. 

Minutos depois, a turma entra numa sala extra, onde se encontram outros candidatos quase amontoados. Um funcionário tenta culpá-los: “Vocês deveriam saber o local exato da prova, na internet”. Risos sarcásticos misturaram-se com a fisionomia de desalento. 

Desorganização e protesto na prova para PRF - Gente de Opinião

Para concorrer, cada candidato pagou R$ 100 de inscrição e gastou muito mais com o deslocamento de outros estados até o Rio de Janeiro /DIVULGAÇÃO


Relatório 

A sala existe? – indaga uma candidata. Cadê a prova lacrada? Cadê a ata? Lacra! O ambiente tornou-se ainda mais em clima de ebulição. 

Os candidatos saem, caminham para lá e para cá no pátio e nos corredores. Uma candidata lembra que não proibiram os celulares na sala. A concentração e o silêncio demoram, enquanto a prova foi aplicada duas horas antes, em outras salas. 

Segundo os organizadores, no dia anterior à prova, por meio do portal de internet receberam uma mensagem avisando que naquele local haveria uma “manifestação com objetivo de impedir a aplicação das provas”. Polícia Rodoviária Federal e Funrio elaboram um relatório com detalhes do ocorrido para auxiliar na investigação do caso. 

O concurso público tem duas fases. A primeira fase, aplicada domingo, contém quatro etapas: prova objetiva e redação, exame de capacidade física, avaliação psicológica, avaliação de saúde. A segunda fase é por meio de curso de formação profissional. 

Veja a confusão de domingo: 

Parte 1 

Parte 2 

MAIS 

● Caso tenha direito, peça seu reembolso de inscrição neste e-mail

PRF gasta R$ 800 mil com diárias, mas não contrata 

Fonte: Montezuma Cruz - A Agência Amazônia  é parceira do Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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