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Montezuma Cruz

Escolas indígenas de Rondônia terão mediação tecnológica via satélite


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Instalação de antena V-Sat em terra indígena no município de Guajará-Mirim, na fronteira Brasil-Bolívia

A internet chegará a todas as aldeias e com isso a mediação tecnológica fará avançar o aprendizado do Ensino Fundamental entre povos indígenas de Rondônia.

Ao anunciar essa medida da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o coordenador do Ensino Indígena Antonio Puruborá lembrou que o ensino com mediação tecnológica para indígenas já funciona nos municípios de Alta Floresta, Pimenta Bueno e Vilhena.

Via satélite, em Guajará-Mirim, na fronteira Brasil-Bolívia, em áreas distantes mais de 360 quilômetros de Porto Velho, a mediação atende a recomendação do Ministério Público Federal.

Antonio lembrou que modernas antenas e demais equipamentos tecnológicos necessários funcionarão nas aldeias.

Entusiasmado, ele afirmou saber avaliar “muito bem” a importância dessa conquista do governo estadual: “O meu povo mesmo fica longe de tudo e de todos, imagine os mais distantes, lá no Vale do Guaporé, no Aripuanã e noutras regiões que há tempos reivindicavam escolas e melhor educação”.

Os Puruborá habitam a Aldeia Aperoy, terra não demarcada, na rodovia BR-429 [Presidente Médici-Costa Marques], próxima ao Rio Manuel Corrêia, no município de Seringueiras, a 532 quilômetros de Porto Velho.

Nascido na cabeceira desse rio, Antonio é neto de pajé, teve pai cacique e a mãe dele criou-o por um período no meio de uma epidemia de sarampo na localidade de Limoeiro. “Saí ileso dessa doença, depois fui morar na Colônia Sagarana, ali cresci e aprendi com meu povo a resistir ainda mais”, conta feliz.

A colônia à qual ele se refere ficou com apenas 3,7 mil hectares da área original de 30 mil ha, administrada longos anos pela Diocese de Guajará-Mirim, que alfabetizava indígenas.

“VISÃO DIFERENTE”

“Dado o difícil acesso em regiões isoladas, a mediação tecnológica no Ensino Médio caminha para os povos indígenas como luz no fim do túnel”, observou Antonio.

Ele destacou o apoio da secretária Fátima Gavioli e do governador Confúcio Moura: “Eles têm visão diferente, porque atendem a especificidades de cada povo indígena”.

Considerado bom receptor, o aluno indígena tem boa caligrafia e dos artísticos e, a exemplo de alunos brancos de áreas isoladas no estado, tirará dúvidas com o tutor presencial, que interage com ele na sala ou no local das aulas, e com o tutor eletrônico, no estúdio em Porto Velho.

Em setembro de 2015, o diretor-executivo da Seduc, Flávio Cioffi, informava que o custo do projeto do Ensino Médio com Mediação Tecnológica em Rondônia baixou para a metade do previsto em 2013. “A aquisição de kits computadores, nobreaks, impressoras, telefone IP, que chegaria a R$ 30 milhões, agora está avaliada em R$ 15 milhões”, disse na ocasião.

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Treinamento do Projeto Açaí na fase II

AÇAÍ, FASE TRÊS

Paralelamente e um pouco antes, entre 27 e 30 de julho, o Projeto Açaí iniciará na Capital rondoniense a sua fase III, oferecendo curso normal de nível médio para formação de professores indígenas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

O encontro preparatório de professores indígenas e coordenadores regionais será realizado no Hotel Minuano.

Ao todo, deve inteirar dez módulos. O módulo V do Açaí é formado pelas seguintes disciplinas: Identidade Étnica e Histórica, Física, Inglês, História da Educação, Sociologia, Língua Portuguesa, Conhecimentos pedagógicos do Ensino Infantil, História, Geografia Geral, Arte, Educação Física, e Conhecimentos Didáticos e Pedagógicos no Educação de Jovens e Adultos (EJA), a mais recente.

Leia mais:

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Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Seduc e Esio Mendes
Secom - Governo de Rondônia

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