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Montezuma Cruz

Está cheio de Bandeira de Rondônia errada por aí: branco da estrela não deve invadir o verde, alerta autor


Foto: Daiane Mendonça - Gente de Opinião
Foto: Daiane Mendonça
Aos 17 anos, Sílvio Carvajal Feitosa, hoje arquiteto e servidor público municipal, vencia o concurso que escolheu o projeto da Bandeira do Estado de Rondônia. Com o dinheiro do prêmio, pagou parte dos estudos na faculdade.   Desde menino, Sílvio sempre teve aptidão para trabalhos manuais e desenho geométrico. Estudou inicialmente no Centro Educacional Dr. Granjeiro, depois no Colégio Diocesano em Uberaba (MG), em seguida cursou o científico no Colégio Objetivo em Brasília e, mais tarde, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Silva e Souza, no Rio de Janeiro .


Ainda em Brasília, quando fazia laboratório de arquitetura, soube pelo pai, o empresário e acadêmico de letras Cláudio Feitosa, que o governo estadual abrira concurso público para a escolha de seus símbolos. “Ele fez minha inscrição, eu vim de ônibus, cheguei num fim de tarde e no dia seguinte fiz minha sugestão, conforme as exigências do edital: a bandeira do novo estado teria que ter as cores do Pavilhão Nacional”, lembra-se.

Segundo relata, o arquiteto procurou dar sentido à forma para torná-la “a mais bonita bandeira do Brasil”. Aprovada em 31 de dezembro de 1981, a bandeira a própria criação do novo estado.

 

“Todo símbolo tem que ter identidade. É uma honra saber que o meu trabalho foi reconhecido pela população do estado”, diz Sílvio.

 

Recentemente, ele recebeu convite da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (Glomaron) para fazer palestras em municípios do interior, para explicar a concepção do seu projeto.

O autor levou em consideração a maneira como ocorreu a ocupação do estado desde o período territorial: pelo Rio Madeira (maior afluente da margem direita do Rio Amazonas) e a partir das terras que margeavam a rodovia BR-364. Ou seja, vias fluvial e terrestre.

“Pela longa estrada entram e saem nossas riquezas de terras férteis, o que está acontecendo desde a forte migração dos anos 1970”, explica Sílvio. “O verde é a estrada em perspectiva, encontrando a linha do horizonte, e o céu que nos cobre é a estrela de prata (de 5 pontas) significando o ápice, a esperança, justamente no ponto de intersecção do final da estrada. O amarelo representa as riquezas do nosso Estado”.

EM MÓDULOS

Na parte técnica, a bandeira é dividida em módulos baseados no número áureo, ou secção áurea. Segundo a arquitetura, trata-se da proporção de ouro, uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega (PHI), em homenagem ao escultor Phideas (Fídias), que a teria utilizado para conceber o Parthenon, em Atenas (Grécia), e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618.

“São 14 módulos na vertical e 20 módulos na horizontal, mesmo que a bandeira varie em tamanho, até chegar ao retângulo áureo”, explica. “Abaixo da linha, a cor branca não deve invadir o verde”, alerta.

Sílvio sugere ao governo estadual a construção de um grande mastro à beira do rio, e abaixo dele, uma sala com a história antiga de Rondônia.

O poeta Cláudio Feitosa fez este poema em homenagem à bandeira estadual:

Sou a estrada evidente
pavimentada de esperança
traçada na magnificência;

Sou a a nova estrela, estanhada,
filha da fertilidade, que surge no horizonte do solo pátrio
e se projeta no céu azul da União;
sou o Estado de Rondônia

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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