Sexta-feira, 16 de outubro de 2009 - 21h05
O que seria uma obrigação legal passa a ser exigido como moeda de troca. Haverá preservação, mas ela tem custos. A esperada definição de um novo acordo climático global deverá ficar para a última hora.
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
BRASÍLIA – O pagamento por serviços ambientais é fundamental para financiar investimentos em infra-estrutura, ciência e tecnologia, capacitação e apoio à produção. Assim decidiram nesta sexta-feira os governadores dos estados amazônicos, reunidos em Macapá, capital do Amapá, durante o 6º Fórum de Governadores da Amazônia Legal. Eles esperam promover a transição do atual modelo econômico regional para uma economia sustentável, de baixo carbono e alto conteúdo tecnológico.
(N.R.: percebem os leitores que a palavra sustentável pegou mesmo e já é repetida à exaustão. Não duvidem se a Copa do Mundo e as Olimpíadas também abraçarem o termo.
Na Carta de Macapá, os governadores se comprometeram a promover ações que serão levadas à 15ª Conferência do Clima (COP-15), marcada para dezembro próximo em Copenhague (Dinamarca). Destaca-se a redução de emissões provenientes de desflorestamento e degradação. No entanto, os governadores querem aprovar mecanismos de compensação financeira para, conforme dizem, sustentar o Bioma Amazônico.
Pá de cal no passado
Pelas derrubadas de floresta feitas na derradeira década, ninguém será punido. Ninguém vai pagar pelas derrubadas não permitidas. Dois desses governadores – o de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) e o de Rondônia, Ivo Narciso Cassol (Sem partido) são conhecidos por permitirem a devastação em larga escala.
Eis o discurso do governador do Amapá, Waldez Goes (PDT): “A comunidade amazônica tem se esforçado, mas temos consciência de que o Brasil tem uma dívida ambiental centenária com a região e que começa a mudar com as políticas públicas ambientais”.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc amenizou o discurso. Frente a frente com eles, afirmou terem todos os governadores obtido um consenso sobre a necessidade de promover mais ações de preservação da Floresta Amazônica. Entre 2008 e 2009 Minc teve alguns atritos com Cassol e Maggi, por conta da Operação Arco de Fogo e outras movimentações dos fiscais do Ibama sobre áreas com madeireiras em nome de “laranjas”, contrabando de madeira e invasão de reservas indígenas.
Minc disse que vê “governadores empenhados em mobilizar o Congresso Nacional para aprovar a decisão sobre a remuneração por serviços ambientais e a criação do Fundo Verde de Participação dos Estados (FPE Verde). “Selamos uma aliança entre o governo federal e os governos da Amazônia e vamos unidos e fortes para a COP-15, em Copenhague”, disse. O ministro está confiante em que as motosserras tirem férias. É pagar para ver.
Como reduzir impactos ambientais? Ana Julia levou essa preocupação ao Fórum. Fossem os pesquisadores da Embrapa, diriam, com todas as letras, que o agroextratvismo evita devastação em alta escala /LUCIVALDO SENA |
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