Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018 - 12h24
Na programação do Janeiro roxo deste ano, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) mostrará a outra face dos pacientes em cuidados com hanseníase, informou a enfermeira Albanete Araújo de Almeida Mendonça, pós-graduada em Saúde Pública e Doenças Tropicais, técnica da Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase.
O trabalho de grupos de autocuidado na produção de alimentos já é importante para a redução do estigma e do preconceito contra pessoas vítimas dessa doença curável, desde que diagnosticada preventivamente.
Dois anos atrás, Rondônia ocupou o 6º lugar no coeficiente de detecção de hanseníase, atrás dos estados do Piauí, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins. Números de 2017 estão em fechamento.
Dados parciais do ano passado revelam a existência de 493 novos casos de hanseníase em Rondônia, dos quais, 24 em menores de 15 anos. No ano anterior eles totalizaram 471.
Em Porto Velho e no interior grupos de autocuidado começam a conquistar mercado para venda de bolo de banana, brigadeiros de mandioca, sanduíches naturais, sucos detox, pães e roscas. Esse empreendedorismo assemelha-se a outros promovidos pela Emater-RO e por fundações.
Os grupos funcionam em Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Jaru, Ji-Paraná, Ministro Mário Andreazza, Rolim de Moura, São Miguel do Guaporé, Vilhena, e na Policlínica Oswaldo Cruz e no Hospital Santa Marcelina, em Porto Velho.
“As pessoas obtêm renda e todo paciente assíduo no grupo tem direito a participar de oficinas”, anunciou Albanete Araújo Mendonça.
Em 2017, oficinas de doces, panificação e sucos obtiveram bom resultado. Uma participante da capital, atendida na Policlínica Oswaldo Cruz, conseguiu clientela em diversas faculdades.
No final do ano, o grupo de Porto Velho vendeu centenas de panetones e roscas no período que antecedeu o natal.
Desde 1990, parcerias firmadas com a organização NHR Brasil [entidade sem fins lucrativos de Direito Privado com sede em Amsterdã, Holanda] permitem aos estados cuidar melhor de pacientes hansenianos.
Se, no ano passado, grupos de autocuidado se dedicaram com êxito à gastronomia em algumas cidades de Rondônia, neste ano elegeram a fabricação de biojoias com sementes regionais, cujo projeto está em andamento. A oficina específica será realizada em abril.
Segundo a enfermeira, a NHR custeou o trabalho de uma nutricionista para orientar os grupos e ela atendeu à clientela de todo o estado. Durante o curso, pacientes também se dedicaram à fabricação de aventais, tocas e livro de receitas.
ALTA INCIDÊNCIA
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, os 27,58 casos por 100 mil habitantes, e de 5,55 casos/100 mil em crianças abaixo de 15 anos ocorridos no ano passado exigirão mais ações do Programa Estadual de Controle.
A Organização Mundial de Saúde considera Rondônia alerta para a magnitude da doença na Amazônia. Áreas sob controle têm dez ou menos casos por 100 mil habitantes, porém, em 2016, Rondônia chegava a 26,35/100 mil, “muito alta” para os parâmetros do Ministério da Saúde.
O Programa de Controle mobiliza municípios na capacitação de equipes de saúde da família; atualiza profissionais em fóruns e seminários; supervisiona e oferece apoio técnico e logístico; e promove mutirões de atendimento em municípios com problemas operacionais e de importância epidemiológica.
PRIORIDADE
Seguindo metas da Coordenação Nacional de Hanseníase, a Agevisa pretende alcançar a faixa etária de 20 a 49 anos, considerando-se o alto risco de adoecimento. Ao mesmo tempo, dará atenção ao público masculino, com 60 anos ou acima disso, mais exposto.
Sintomas de hanseníase incluem: sensação de formigamento ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo; diminuição da força muscular, com dificuldade para segurar objetos.
O QUE É
►Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável suscetível. Embora tenha cura, ela pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.
►As pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de caroços, manchas avermelhadas e esbranquiçadas, geralmente dormentes, em qualquer parte do corpo, principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente.
► Desde 1954, o último domingo de janeiro é o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, criado pelo jornalista francês Raoul Follereau. O tema da campanha nacional de 2018, escolhido pela Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) é Todos contra a Hanseníase.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Agevisa
Secom - Governo de Rondônia
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