Sábado, 20 de junho de 2009 - 13h33
XICO NERY
Agência Amazônia
GUAJARÁ-MIRIM, RO – Para garantir um fluxo maior de turistas, tanto na baixa quanto na alta temporada deste município da Amazônia Ocidental, segundo manifestações de turistas que vêm à fronteira Brasil-Bolívia, é preciso o envolvimento de todos os segmentos representativos locais e do Estado. A repetição de um velho apelo foi feita esta semana pelo professor e turista profissional Michelângelo Araújo, 30 anos, um cuiabano que viajou pelo Chile, com escalas em cidades peruanas e bolivianas. Aqui chegou procedente de Guayaramerin (Beni), na Bolívia. Foi também a Porto Velho, de onde seguiu para Manaus (AM).
Nas 48 horas em que permaneceu nesta cidade do noroeste de Rondônia, ele visitou alguns pontos turísticos. Esteve no antigo Museu Ferroviário, no largo da Estação de Trem da extinta Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ainda fechado à visitação pública), nos prédios dos ex-cines-teatro Guarany e Melhén, na Biblioteca, no Mercado Municipal, na Rádio Educadora, no Seminário São José e na Igreja Nossa Senhora dos Seringueiros. Todos são considerados cartões-postais do centro histórico de Guajará-Mirim.
O Pacífico fica próximo, mas falta divulgação
A discussão sobre os rumos do turismo neste município a 362 quilômetros de Porto Velho são agora retomadas, por causa da próxima abertura da Rodovia Interoceânica, ligando Assis Brasil (AC) aos portos peruanos de Ilo e Matarani, ambos no Oceano Pacífico. A estrada abrirá o comércio exterior e encurtará distâncias importações e exportações dos estados amazônicos, principalmente Rondônia e Acre.
Michelangelo não se deixou fotografar. Guiado pelo repórter, Michelângelo degustou pratos típicos da gastronomia regional e "estacionou" em um barzinho próximo ao Mirante dos Pescadores, à beira do rio Mamoré. Experimentou peixe-frito e escabeche de jatuarana, regado a um refrigerante local.
O turista comentou a visita feita a países andinos, para pesquisas sobre rotas turísticas até o Oceano Pacífico e ao Caribe. Centrando-se na região fronteiriça à Bolívia, Michelangelo se deixou levar pela volta ao passado. Lamentou que, Guajará-Mirim "continue sem divulgação de suas potencialidades, lá fora". Ele acredita que a cidade tem potencial reconhecido nos ministérios do Governo Lula, especialmente, Cultura e Turismo, no entanto, observou: "Ser quiser inovar e evoluir, precisará de mão-de-obra qualificada para descrever ao público externo as suas belezas naturais.
Mencionou, por exemplo, o centro histórico e cultural, o boi-bumbá que a cada ano se apresenta numa animada festa popular, o duelo da fronteira, as lendas das cobras grandes, dos caçadores de onças, pescadores de piraíba-cabeluda e o folclore caboclo e indígena. Fica no município a Reserva Extrativista do Rio Ouro Preto, um dos maiores paraísos ecológicos do Estado e cujo plano de manejo comportaria excursões fiscalizadas.
Produtos da floresta permanecem na floresta
Depois de se percorrer igarapés no meio da floresta, o turista teria, por exemplo, a oportunidade de adquirir produtos regionais: encauchados, farinha e óleo de babaçu, e sabonetes e perfumes naturais - tudo originário da Resex. Não há notícia de qualquer tentativa de exploração desse filão, que demandaria ações conjuntas do município, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, da Secretaria Estadual de Turismo e do Ministério do Meio Ambiente.
Até então, esses produtos são vendidos apenas na Resex ou em feiras da agricultura familiar e de turismo, bem longe dali. Em Cuiabá e Brasília, por exemplo. Por que não uma boa vitrine em Guajará-Mirim? Que se manifestem prefeito, vereadores, Associação Comercial, Sebrae, enfim, quem tem boa vontade e enxerga além do umbigo. Ou, pelo menos, que se encontra na obrigação de enxergar.
Da parte do poder público, Michelangelo classificou de lamentável "a falta de políticas públicas com sentido efetivo para reaquecer a economia local". Condenou a "apatia de parte dos gestores municipais": "Precisam acordar para a importância que tem para o mundo a indústria do turismo amazônico".
Advertiu que, "para que a cidade alcance o ranking da "indústria sem-chaminé" (o turismo), é preciso investir em setores estratégicos da cidade: saneamento, obras infra-estruturais, telecomunicações, qualificação de mão-de-obra, revitalização do centro histórico e a melhoria da rede hoteleira e de serviços.
(*) O jornalista é correspondente da Agência Amazônia na fronteira Brasil-Bolívia, em Guajará-Mirim (RO).
Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopiniao e do Opiniãotv.
O cidadão Samuel Sales Saraiva propôs nesta quarta-feira ao presidente dos Estados Unidos, estudos técnicos legislativos ou medidas executivas feder
Quando o nível do rio permitia, o transbordo obedecia à correnteza nas cachoeiras Jirau, Ribeirão e Teotônio, no Rio Madeira. Santo Antônio, via circu
Em carta enviada ao Presidente Donald Trump, com cópia para a direção da Polícia de Imigração e Alfândega (ICE), o cidadão americano Samuel Saraiva
Novo livro de Lúcio Flávio revela paixão pela floresta
Jornalista mais premiado da história na Região Norte, de acordo com o Ranking + Premiados da Imprensa Brasileira 2024, Lúcio Flávio Pinto acaba de lan