Quarta-feira, 25 de junho de 2008 - 07h20
Alta salarial para delegados
divide a polícia no País
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
BRASÍLIA – O risco de um desequilíbrio orçamentário nos estados é grande, caso a Câmara dos Deputados aprove a Proposta de Emenda Constitucional nº 549, que beneficia cerca de dois mil delegados da Polícia Federal (PF) cujos salários situam-se atualmente na faixa de R$ 11,6 mil a R$ 16,6 mil e passariam a receber R$ 21,9 mil mensais. A PEC equipara o salário inicial dos delegados de polícia ao dos integrantes do Ministério Público que tenham atribuição de participar de investigação criminal.
O alerta foi feito hoje à Agência Amazônia por agentes da PF que estão em Brasília numa mobilização contra essa medida. "Não há dúvida de que os melhores salários só irão contemplar 3% de toda a polícia e estaremos sujeitos a um enorme abismo", advertiu o presidente do Sindicato dos Agentes da PF no Estado do Amapá, Ricardo Carvalho. Exemplificou: "No Amapá, o Ministério Público é o mais bem pago do País: são R$ 24 mil, enquanto o delegado recebe R$ 4 mil".
Banners e moças bonitas
Uma vez mais, os corredores da Câmara estão bem visitados por manifestantes favoráveis e contrários à PEC proposta pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). O lobby favorável se exibe com banners e moças bonitas nas entradas nos anexos do Poder Legislativo. O lobby contrário visita gabinetes de parlamentares e não desgruda do Plenário.
O presidente do Sindicato dos Agentes da PF no Estado do Acre, Guilherme Delgado, apontou aspectos que considera negativos, o maior deles, conforme frisou, "a inconstitucionalidade da lei" (artigo 39, parágrafo 2º da Constituição Federal). "É impossível se vincular salários de uma carreira a outra. Como admitir que um chefe de equipe na Polícia Civil em nosso estado possa receber R$ 18 mil, enquanto seu agente não passa de R$ 1,5 mil? Isso desagrega completamente, já que vai originar um
PMs aguardam na Câmara o desfecho da PEC 549 /DIÓGENIS SANTOS |
Carvalho e Delgado: sindicato de agentes visita gabinetes /M.CRUZ |
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