Terça-feira, 28 de abril de 2020 - 13h51
Um grupo
armado e encapuzado atacou a tiros, na manhã de ontem (28), famílias de
camponeses que ocupam uma área de terras pertencente à União Federal, entre o
distrito de União Bandeirantes (município de Porto Velho) e a zona rural do
município de Nova Mamoré, a
Os disparos foram feitos com armas de grosso
calibre, por aproximadamente dez jagunços em caminhonetes, contra homens, mulheres
e crianças no Pré-Assentamento Dois Amigos, na Linha
Em 25 de julho de 2018, em conflito envolvendo jagunços e acampados, morreram os jovens Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, e o sargento PM João Batista da Costa, de Guajará-Mirim; outro posseiro ficou ferido.
“Um agricultor de nome de Domingos me informou que,
após o atentado, as famílias estão acuadas no local, muitas correram para dentro
da floresta para não sofrer danos em sua integridade física”, relatou o
advogado Manoel Rivaldo Araújo.
Nesta quarta-feira, ele denunciou o fato ao Ministério Público Federal, à Superintendência Regional do Incra, Secretaria de Justiça, Segurança e Cidadania, Ouvidoria Agrária, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Comissão Pastoral da Terra, entre outros órgãos. Suspeita-se da participação de policiais militares no guarnecimento ao ataque. Viaturas foram vistas rondando a área.
“Felizmente, desta vez não houve vítimas, mas as famílias estão angustiadas e temerosas com a iminência de outros ataques”, disse o advogado.
O advogado indicou a localização exata onde as
famílias foram vítimas do ataque: linha 9 , à direita, Km
TRÊS MORTOS NA ÁREA
Não se confirmou quem atirou contra o policial em 2018, mas é voz corrente em Nova Mamoré que ele “seria vingado”. Suspeita-se da participação de policiais militares no guarnecimento ao ataque da manhã de ontem. Viaturas foram vistas rondando a área.
Ao todo, são 113 famílias, todas elas aguardando decisão do Incra desde 2014. Segundo o advogado Manoel Rivaldo, a ocupação é “mansa, pacífica e direta; eles praticam a agricultura familiar nessa área”.
O advogado foi informado por agricultores que os disparos danificaram cercas e arames. O grupo armado também destruiu uma ponte e diversas benfeitorias existentes na área do pré-assentamento.
A área de terras vem sendo discutida nos autos do Processo n° 7008603-87.2016.8.22.0001, que tramita no Juízo da 9ª Vara Cível da Comarca de Porto Velho, e ainda, nos autos do Processo n° 7030120-85.2019.8.22.0001, no Juízo da 10ª Vara Cível, mais o Processo de n° 0005013-30.2016.8.22.0001 TJ/RO, que trata de Incidente de Conflito Agrário.
As famílias dos camponeses que residem no local pediram, mais uma vez, “a imediata interferência do Poder Público, através das autoridades constituídas para amenizar e afastar a pistolagem que vem agindo naquela região”.
Há seis anos, a Comissão Pastoral da Terra de Rondônia vem recebendo denúncias reiteradas dando conta da ação clandestina de um grupo de jagunços sediados na Fazenda de Jorge Bispo. Segundo o órgão, o fazendeiro já teria ameaçado até vizinhos que nada têm a ver com os conflitos de posse.
Ainda, conforme a CPT, tornou-se comum o desfile de jagunços caminhando com armas pesadas, alguns deles circulando na área e passando em frente às casas dos camponeses que ocupam essa área da União.
“Embriagados, eles atiçam animais, espantando o gado nos currais, embriagados, sempre gritando que têm autorização para matar, que são ex-presidiários e não têm medo de nada, nem de matar ninguém”, assinala a CPT.
Um dos jagunços disse, em 2016, ter destruído e incendiado casas de posseiros, e não se incomodou em “matar também aqueles que os apóiam”.
Ainda naquele ano, conforme revelaram membros do Acampamento Dois Amigos, o fazendeiro chamara algumas famílias para ocupar 120 lotes, a fim de justificar um projeto de manejo florestal de madeira, aprovado pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental.
Nessa ocasião, conforme a CPT, ele teria prometido que os lotes ficariam para os posseiros, para abertura de roças e construção de casas. No entanto, conflito com madeireiros – a região é foco de roubo de madeira até em terras indígenas – impossibilitaram o acordo. Resultado disso foi que o fazendeiro quis as terras de volta, mesmo depois da formação dos lotes.
Como não foi fácil a desocupação, Bispo apelou à polícia
para bater em trabalhadores e, conforme o relato da CPT utilizava um drone para
filmar as pessoas e a situação da área. “Muitas famílias já tinham casa e
trabalhavam em seus lotes; todas foram expulsos e proibidas de entrar
novamente, depois de três anos de investimentos e de serviços ali executados”.
“Jovem advogado que sai da Faculdade quer apoio para enxergar a nova realidade”
Desde 2023, o presidente da Seccional OABRO, Márcio Nogueira ordena a visita a pequenos escritórios, a fim de amparar a categoria. “O jovem advogado
Casa da União busca voluntários para projetos sociais em 2025
A Associação Casa da União Novo Horizonte, braço da Beneficência do Centro Espírita União do Vegetal, espera mais voluntários e doadores em geral pa
PF apreendeu o jornal Barranco que mesmo assim circulou em Porto Velho
Mesmo tendo iniciado no Direito trabalhando no escritório do notável jurista Evandro Lins e Silva, no Rio de Janeiro, de postular uma imprensa livre
"Mandioca é o elixir da vida", proclama o apaixonado pesquisador Joselito Motta
Pequenos agricultores de 15 famílias assentadas em Joana D’Arc e na linha H27, na gleba Rio das Garças, ambas no município de Porto Velho, ouviram o v