Quinta-feira, 19 de novembro de 2009 - 10h58
Irregularidades denunciadas na prova de 18 de outubro devem ir para o Ministério Público. Primeiros colocados estavam na mesma sala. Contratações permanecem congeladas.
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
BRASÍLIA – O juiz federal William Douglas defendeu esta semana no Rio de Janeiro a anulação do concurso para o preenchimento de vagas de agentes no Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF). “A quantidade de denúncias, de suspeitas e de dúvidas sobre a lisura do concurso é suficiente para demonstrar que essa é a solução adequada”, afirmou. Há indícios de crimes de estelionato, violação de sigilo e até formação de quadrilha.
A não-contratação de excedentes do concurso de 2008 para o DPRF e os indícios de fraude no concurso do dia 18 de outubro de 2009 – aplicado pela Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) – adiam para 2010 o preenchimento de vagas de agentes nos estados de Mato Grosso, no Pará, e em outras regiões brasileiras cujas rodovias possuem trechos críticos sem fiscalização e são alvo de diversas ações de ladrões, contrabandistas e traficantes de drogas.
A prova foi fraudada por 27 pessoas, apontam as denúncias. Para o magistrado, muitos candidatos aprovados estavam de fato preparados e, se prestarem um novo exame “certamente serão novamente aprovados”. Ele lamentou o transtorno que os prejudicados vêm sofrendo, a partir das denúncias de fraude no exame, mas afirmou que as irregularidades tiram a credibilidade do concurso.
“Cartas marcadas”
“Um candidato reprovado está tentando melar o jogo”, ele indaga. E responde: “Olha, se ele traz provas de que o jogo realmente teve cartas marcadas, está com a razão. Mesmo que um candidato esteja fazendo isso porque não passou, ainda bem, porque está dando informações necessárias ao Estado”, disse.
Segundo William Douglas, “são secundários os eventuais danos aos candidatos aprovados honestamente, em relação à exigência de que o concurso seja honesto”. O juiz defende ação enérgica do DPRF: “Espero que diga: olhe, dona Funrio, a senhora não conseguiu fazer o concurso com as devidas garantias. Ou a gente troca essa senhora, numa solução razoável, pois as denúncias de fraude vêm se repetindo em concursos”.
Primeiros colocados
fizeram prova na mesma sala
Juiz federal William Douglas acata denúncias de prejudicados em concurso e sugere anulação /NEMESJURIDICO |
Fonte: Montezuma Cruz - A Agência Amazônia é parceira do Gentedeopinião
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