Sábado, 1 de agosto de 2009 - 17h51
Famílias do Acampamento Raio de Sol já haviam preparado venda de alimentos para a merenda escolar em Ariquemes.
AGÊNCIA AMAZÔNIA
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ARIQUEMES, RO – Nova liminar de despejo ameaça cerca de 40 famílias de camponeses do Acampamento Raio de Sol, na linha C-19, travessão 1 da linha 45, em Ariquemes, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. Assinada pelo juiz Danilo Augusto Kantack Paccini, ela interrompe o ciclo de conquistas de 130 homens, mulheres e crianças que formaram seus lotes há quatro anos, iniciando por conta e risco a reforma agrária nessa área do município. Sem reconhecer o conflito agrário, desde 2005 a Justiça autorizou quatro despejos das famílias. Ao longo desses quatro anos houve apreensão de pertences em barracos e queima de bicicletas, colchões, sacas de milho e arroz.
Os camponeses elaborado um plano para vender parte da produção ao programa de merenda escolar da Prefeitura de Ariquemes. De acordo com a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e da Amazônia Ocidental (LCP), a safra nas terras ocupadas totalizou dois mil sacos de arroz e 1,2 mil sacos de milho. Há também 25 hectares plantados de banana, 30 ha de café, 35 ha de mandioca, 4 ha de cacau, e 18 ha de cana-de-açúcar e cultivos de abóbora, limão, laranja, caju, goiaba, coco, cupuaçu, acerola, jaca siriguela, manga e inhame.
Em maio deste ano a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) analisou o cadastro das famílias, vistoriou os lotes e apurou o volume da safra camponesa, com o objetivo de regularizá-las. Depois disso, não mais enviou funcionários ao local.
No último cadastramento das famílias, em maio, o Incra prometeu regularizar as terras, mas adiou o anúncio oficial; no meio do caminho, a Justiça expediu liminar de despejo /DIVULGAÇÃO |
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