Domingo, 23 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Montezuma Cruz

Juiz assina liminar de despejo de camponeses em Rondônia


 
Famílias do Acampamento Raio de Sol já haviam preparado venda de alimentos para a merenda escolar em Ariquemes. 

AGÊNCIA AMAZÔNIA
contato@agenciaamazonia.com.br 

  

ARIQUEMES, RO – Nova liminar de despejo ameaça cerca de 40 famílias de camponeses do Acampamento Raio de Sol, na linha C-19, travessão 1 da linha 45, em Ariquemes, a cerca de 200 quilômetros de Porto Velho. Assinada pelo juiz Danilo Augusto Kantack Paccini, ela interrompe o ciclo de conquistas de 130 homens, mulheres e crianças que formaram seus lotes há quatro anos, iniciando por conta e risco a reforma agrária nessa área do município. Sem reconhecer o conflito agrário, desde 2005 a Justiça autorizou quatro despejos das famílias. Ao longo desses quatro anos houve apreensão de pertences em barracos e queima de bicicletas, colchões, sacas de milho e arroz. 

Os camponeses elaborado um plano para vender parte da produção ao programa de merenda escolar da Prefeitura de Ariquemes. De acordo com a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e da Amazônia Ocidental (LCP), a safra nas terras ocupadas totalizou dois mil sacos de arroz e 1,2 mil sacos de milho. Há também 25 hectares plantados de banana, 30 ha de café, 35 ha de mandioca, 4 ha de cacau, e 18 ha de cana-de-açúcar e cultivos de abóbora, limão, laranja, caju, goiaba, coco, cupuaçu, acerola, jaca siriguela, manga e inhame. 

Em maio deste ano a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) analisou o cadastro das famílias, vistoriou os lotes e apurou o volume da safra camponesa, com o objetivo de regularizá-las. Depois disso, não mais enviou funcionários ao local. 

Juiz assina liminar de despejo de camponeses em Rondônia  - Gente de Opinião

No último cadastramento das famílias, em maio, o Incra prometeu regularizar as terras, mas adiou o anúncio oficial; no meio do caminho, a Justiça expediu liminar de despejo /DIVULGAÇÃO



As 55 cabeças de gado foram cadastradas no Instituto de Desenvolvimento Agrário de Rondônia. Na inspeção à área do Raio de Sol, o Incra constatou 14 casas de madeira, 11 quilômetros de cerca e duas pontes. Conforme a LCP, “tudo foi pago com o próprio bolso”. “O aluguel de hora/máquina para abrir a estrada custou R$ 5 mil e a empreitada contou com a força das famílias e com o apoio de proprietários vizinhos”. 

A LCP atribui à fazendeira Diana Maria Galhardi o uso de documento irregular para defender a posse da área. Segundo a Liga, o marido dela havia retirado a madeira e derrubado cerca de 400 alqueires. “Quando chegamos, restavam apenas nove alqueires de mata e apareceram logo pistoleiros para nos ameaçar e perseguir”. 

Afirmam ainda que o empresário o ex-presidente da Cooperativa dos Agricultores de Jaru, Lúcio Mosquini, está apoiando Diana Maria na negociação das terras e nas ações de despejo. 

“Se hoje temos produção e casas, é porque não esperamos a reforma agrária falida do governo. Cortamos as terras com nossas próprias mãos e entregamos aos camponeses. Numa celebração junto com a área Canaã, que reuniu mais de 200 pessoas, entregamos aos camponeses certificados de posse da Revolução Agrária”, lembram os camponeses do Raio de Sol. 

Regularização no Pará 

BELÉM, PA – Quarta-feira passada, o Diário Oficial do Estado publicou a Lei nº 7.289, que dispõe sobre a alienação, legitimação de ocupação e concessão de direito real e permissão de passagem das terras públicas pertencentes ao Estado. Proposta pelo Executivo, ela foi aprovada pela Assembléia Legislativa no final do semestre passado, para proporcionar segurança jurídica à posse da terra a quem a ocupa há mais de cinco anos. 

Agora, o Pará possui uma legislação própria e atualizada para tratar das terras públicas. A legislação vigente nessa área data de 1969. Em nota, o governo estadual afirma que o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) poderá trabalhar de forma ampla a regularização fundiária, tanto para o pequeno como para médio e o grande produtor rural, desde que não ultrapasse o limite constitucional. 

O Iterpa regularizará terras de até 2,5 mil ha, que sejam produtivas. O pré-requisito para regularização é o cadastro ambiental rural e nele deverá ser proposta a recuperação do passivo ambiental, a reserva legal e a área de preservação permanente.

Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciaamazôniai é parceira do Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 23 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Taxa de 30% sobre remessas internacionais enviadas desde os EUA, acima de US$ 200, auxiliaria política imigratória, sugere Samuel Saraiva ao Governo Norte-Americano

Taxa de 30% sobre remessas internacionais enviadas desde os EUA, acima de US$ 200, auxiliaria política imigratória, sugere Samuel Saraiva ao Governo Norte-Americano

O cidadão Samuel Sales Saraiva propôs nesta quarta-feira ao presidente dos Estados Unidos, estudos técnicos legislativos ou medidas executivas feder

De cada 60 homens que partiam, dez morriam e 20 ficavam doentes; libras de ouro circulavam em Santo Antônio (2)

De cada 60 homens que partiam, dez morriam e 20 ficavam doentes; libras de ouro circulavam em Santo Antônio (2)

Quando o nível do rio permitia, o transbordo obedecia à correnteza nas cachoeiras Jirau, Ribeirão e Teotônio, no Rio Madeira. Santo Antônio, via circu

Saraiva sugere a Trump conclamar cidadãos a ajudar Polícia Federal de Imigração com informações que permitam a prisão e deportação de criminosos e fugitivos

Saraiva sugere a Trump conclamar cidadãos a ajudar Polícia Federal de Imigração com informações que permitam a prisão e deportação de criminosos e fugitivos

Em carta enviada ao Presidente Donald Trump, com cópia para a direção da Polícia de Imigração e Alfândega (ICE), o cidadão americano Samuel Saraiva

Novo livro de Lúcio Flávio revela paixão pela floresta

Novo livro de Lúcio Flávio revela paixão pela floresta

Jornalista mais premiado da história na Região Norte, de acordo com o Ranking + Premiados da Imprensa Brasileira 2024, Lúcio Flávio Pinto acaba de lan

Gente de Opinião Domingo, 23 de fevereiro de 2025 | Porto Velho (RO)