Quarta-feira, 26 de novembro de 2008 - 18h30
Mais três mortos em tocaia
contra camponeses, acusa LCP
EPAMINONDAS HENK
Agência Amazônia
PORTO VELHO, RO – A Liga dos Camponeses Pobres (LCP) denunciou nesta quarta-feira que três camponeses foram assassinados a tiros, numa emboscada, quinta-feira, dia 20, em União Bandeirantes, a 175 quilômetros de Porto Velho. Evandro Dutra Pinto, Edmilson Gomes de Oliveira e Adauto da Silva Filho teriam sido mortos supostamente por pistoleiros a serviço de latifundiários da região.
Segundo a LCP, testemunhas afirmam ter visto uma caminhonete Frontier preta rondando, à noite, a linha onde ocorreu a tocaia. No carro estariam Adailton Martins e na carroceria havia homens escondidos, relata um militante do movimento. "Eles pararam num restaurante em frente à rodoviária de Uni ão Bandeirantes poucas horas antes dos crimes. Adailton é conhecido por agenciar pistoleiros e agir em conjunto com policiais na expulsão dos camponeses do acampamento Nova Conquista e de outras tomadas de terra na região", diz a fonte.
Armas apreendidas em maio
Em maio deste ano a polícia prendeu três homens com um carregamento de armas na região de Jaci-Paraná. Eles trabalhavam para Adaílton e nenhum está preso. "Os policiais admitiram que uma caminhonete de mesmo modelo e cor da que foi vista no distrito teria sido usada pelos pistoleiros, mas até agora ninguém foi punido", conta a mesma fonte.
No mês passado agentes da Polícia Federal surpreenderam policiais trabalhando sede da Fazenda Mutum. Indagados, eles disseram que ali estavam "atendendo a um pedido do empresário Luiz da Dipar", cuja área em conflito com camponeses fora denunciada como devoluta à Justiça Federal.
O camponês conhecido por Zé Vêncio, preso no mesmo dia em sua casa, num sítio próximo ao local do crime, foi levado para o presídio Urso Branco. Ele teme ser assassinado. "Responsabilizamos o Incra e a Ouvidoria Agrária pelo que está acontecendo na região; mesmo sabendo que a terra pertence à União e que Luiz da Dipar é grileiro, nada fazem para retirá-lo das terras, encorajando desta forma esses assassinatos", diz a LCP.
Dutra: até agora, mandantes não responderam à Justiça / ARQUIVO |
MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br
BRASÍLIA – Sete meses depois do assassinato do motorista de caminhão Edson Dutra, 51 anos, também candidato a vereador pelo PT no pleito deste ano, falta à polícia de Rondônia apontar os culpados por sua morte. Dutra morreu na tarde do feriado de 1º de maio, no Hospital Municipal de Buritis, a 330 Km de Porto Velho, próximo à BR-421 (antiga Rodovia da Cassiterita). Levou um tiro na barriga que varou suas costas.
Internado no dia 29, às oito horas, constatou-se que fora vítima de um cerco feito por empregados da Fazenda Catâneo. Inquérirtos de mortes de camponeses e de pistoleiros acumulam-se naquele estado da Amazônia Ocidental.
Anteriormente, havia sido vereador em Alvorada do Oeste, iniciando o mandato em 1996. O PT pediu ao Governo de Rondônia segurança de vida para os sem-terra. O Arcebispo de Porto Velho, dom Moacir Grechi, pediu justiça "contra os crimes praticados contra líderes sem-terra no estado".
Momentos depois do conflito, soldados da Polícia Militar visitaram a casa de familiares de um acampado atingido. Não se identificaram, já que não usavam tarja com o nome", acusa. Lembra que na manhã do dia 29, seis homens armados atacaram o acampamento Conquista da União, lugar que fora vítima de outro atentado a balas, em abril. Dutra dirigia um caminhão, encontrou uma barreira numa estrada interna, na fazenda. Desceu e foi desimpedi-la, quando foi morto numa emboscada.
LCP aciona judicialmente
jornal que acusou-a de ser
financiada pelo narcotráfico
PORTO VELHO – Nilo Ibraim Hallack, de Jaru, a 228 Km da capital, moveu ação judicial por calúnia e difamação, contra o jornal "O Estadão do Norte". No dia 21 de setembro deste ano, o jornal publicou manchete com a notícia "Guerrilheiros da LCP compram armas com dinheiro da cocaína".
Hallak foi citado na matéria e reclama não ter sido ouvido. No primeiro semestre de 2008, Hallack já prestara informações em audiência pública na Câmara dos Deputados, quando autoridades da segurança pública de Rondônia acusaram o movimento de ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs).
Para Hallak, o jornal "infringiu dispositivos da Constituição Federal, do Código Penal, do Código Civil e da própria Lei de Imprensa". "Na citada notícia, encontramos claramente abusos no exercício da liberdade da manifestação do pensamento, que geraram graves danos materiais e morais ao peticionário. Encontramos também o crime previsto no art. 16 da Lei nº 5.250/67, posto que houve deturpação de fato que gerou abalo de crédito. Encontramos ainda o crime de calúnia previsto no art. 20 da Lei nº 5.250/67, posto que existe imputação falsa de fato definido como crime". Hallack pede direito de resposta. (M.C.)
Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião
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