Segunda-feira, 5 de julho de 2010 - 18h48
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São Paulo? Não, é Manaus poluída e cada vez mais preocupada com a sua política urbana, que implica debater os rumos da produção energética, seu consumo, e o aquecimento global /MUSA |
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
BRASÍLIA – Treze termelétricas e muita fumaça. Tão problemática quanto o saneamento básico, a poluição urbana entra na ordem do dia em Manaus. Na próxima quinta-feira, o Museu da Amazônia (Musa) debaterá os impactos dos gases poluentes na atmosfera da cidade, cuja principal fonte de energia vem desse tipo de usina movida a óleo diesel.
Segundo a pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Energia, Meio Ambiente e Água (Niema), Ilsa Valois, serão abordados os fenômenos físicos e químicos que interferem no clima local e aceleram os efeitos do aumento da concentração de alguns componentes e de poluentes secundários.
Esses poluentes, conforme explica Valois, são produzidos em conseqüência das atividades antrópicas, a poluição térmica e as reações químicas responsáveis pela destruição da camada de ozônio na estratosfera.
No Amazonas, 80% da energia produzida são provenientes de termelétricas movidas a óleo diesel. A geração hidrelétrica na Usina de Balbina, em Presidente Figueiredo, a 170 quilômetros da capital, alcança 20%.
A Universidade Federal do Amazonas está pesquisando o setor e propõe um monitoramento efetivo da qualidade do ar da cidade. A palestra da pesquisadora do Niema é gratuita e aberta ao público em geral, o que já se torna uma tradição no Musa.
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Em 2006 o presidente Lula inaugurou a Usina Termelétrica Cristiano Rocha, que gera 85,38 megawatts em Manaus /RICARDO STUCKERT |
Termelétricas para todo lado
Atualmente, termelétricas movidas a óleo diesel são a principal forma de geração elétrica em Manaus. Atendem a 61 municípios do interior do estado, a maioria isolados na floresta e só atendidos pelo transporte fluvial.
Em todo o estado funcionam 115 termelétricas, produzindo eletricidade para os seus três milhões de habitantes – mais da metade na capital. Os geradores de Manaus consumem mais de 800 milhões de litros de óleo diesel e derivados de petróleo, a um custo aproximado de R$ 2 bilhões.
Segundo estatística do governo estadual, o interior do segundo estado mais populoso do norte brasileiro queimou há três anos mais de 250 milhões de litros de óleo diesel. Esse volume custou cerca de R$ 500 milhões à Companhia Energética do Amazonas. A discussão no Musa promete ser boa, já que muitos técnicos defendem o gasoduto Urucu-Manaus como solução “mais limpa e barata” para a matriz energética do Amazonas.
O gasoduto tem 662 km de extensão e é composto por três trechos: o primeiro ligará a bacia de Urucu até o município de Coari. O segundo levará o gás de Coari ao município de Anamã e o terceiro de Anamã até Manaus.
Palestra:Poluição do Ar e Energia
Palestrante:Ilsa Valois / UFAM-NIEMA
Data:8 de julho, quinta-feira, às 17h
Local:Avenida Constelação 16, Conjunto Morada do Sol, Aleixo
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