Quinta-feira, 1 de agosto de 2013 - 16h20
Projetos de catadores de materiais recicláveis recebem recursos em Brasília,
com a presença de representantes da classe /ANTÔNIO CRUZ-AGÊNCIA BRASIL
MONTEZUMA CRUZ
De Manaus (AM)
Experiências de sucesso na região norte do País, com a coleta e reciclagem de resíduos sólidos, podem ocorrer em cidades amazônicas, do centro-oeste ou de outras regiões, se houver empenho de prefeitos. Em Campo Grande (MS), por exemplo, o lixão foi interditado pela Justiça e o setor é totalmente desorganizado.
A porto-velhense Marcela Gonçalves é a comprovação dessa possibilidade de êxito na política do setor. Assistente técnica e articuladora do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), tem colhido bons resultados no Amazonas.
Convidados, representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar, Pastoral da Criança, e, claro, de catadores de lixo em Campo Grande, tomariam conhecimento que essa líder nacional mapeou 14 grupos de catadores em 12 municípios do Amazonas, dos quais, sete organizados em quatro associações e três em cooperativas.
Mulheres constituem 80% dos catadores em Manaus. Parintins, a 369 quilômetros da capital, convivia com resíduos espalhados com a subida das águas do Rio Amazonas.Anteontem, em Brasília, o programa Fortalecimento da Infraestrutura de Cooperativas de Catadores para Coleta, Transporte e Comercialização de Materiais Recicláveis – Logística Solidária Cataforte confirmou que pretende alcançar 35 redes, 250 empreendimentos solidários e mais de 10 mil catadores no País.
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Marcela Gonçalves participou da organização de catadoras e catadores no Amazonas, em São Paulo e noutros estados /FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL |
O Cataforte dá apoio à coleta seletiva para prefeituras, participa no mercado de logística reversa e promove, conjuntamente, a comercialização e o beneficiamento de produtos recicláveis. No 7º Encontro de Jornalistas promovido em Manaus pela Fundação Banco do Brasil (FBB), de 22 a 24 de maio, Marcela contou o sucesso, sem esconder as barreiras: “Ter grande volume de recicláveis e não contar com caminhão e galpão cria dificuldades”.
Na segunda fase do projeto, o Cataforte – Logística Solidária fortalece, desde 2010, a infraestrutura de cooperativas voltadas à logística: adquiriu 140 caminhões para uso compartilhado entre as redes de cooperativas em 20 estados da Federação, mais o Distrito Federal. Tudo isso foi possível graças à parceria entre a FBB, Petrobras, Secretaria Nacional de Economia Solidária e BNDES.
“Só havia urubus quando chegamos aos lixões; ninguém sabia ao certo quem trabalhava neles”, conta Marcela. “Hoje, eles têm como filosofia: trabalhar e despertar”, acrescenta.
O Amazonas, por exemplo, recebeu R$ 7 milhões para o projeto do aterro controlado. De 63 bairros em Manaus, 11 têm coleta organizada. No final de 2012 o ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho incentivou a criação da Cooperativa de Seleta Seletiva próxima à Cidade do Ônibus. Ela não prosperou. Se Marcela for convidada para visitar a capital sul-mato-grossense, possivelmente a situação se modifique.
R$ 200 milhões investidos
Cataforte – Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias prevê investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões para empreendimentos de catadores de materiais recicláveis. Isso possibilita a inserção de cooperativas no mercado da reciclagem e a agregação de valor na cadeia de resíduos sólidos.
Classe usa rádio na Internet
Contribuir para a construção de sociedades justas e sustentáveis a partir da organização social e produtiva, sob princípios que norteiam auto-gestão, ação direta, independência de classe, solidariedade, democracia direta e apoio mútuo.
Com esses propósitos, há dez anos o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) organiza a categoria no País. No 1º Encontro de Catadores de Recicláveis, em 2010, decidiu-se reconhecer a categoria por comitês.
A entidade privilegia a didática e a informação: na internet, a Rádio Catador divulga reportagens e entrevistas com o panorama do lixo no Brasil e no mundo.
prestação de serviços ambientais proporciona renda justa – diz o MNCR em sua rádio.
A entidade atua em lixões a céu aberto, nas ruas ou em fase de organização. Trabalha pela valorização de catadoras e catadores, garantindo-lhes o protagonismo popular. Por princípio, o MNCR garante a independência de classe. De que maneira? Dispensando a fala de partidos políticos, governos e empresários. Fala em seu próprio nome.
“Acreditamos na prática da ação direta popular, que é a participação efetiva do trabalhador em tudo que envolve sua vida, algo que rompe com a indiferença do povo e abre caminho para a transformação da sociedade”, diz o movimento em seu site: mncr.org.br
Alinha também o esforço pelo controle da cadeia produtiva de reciclagem: “Isso garante que o nosso serviço não seja utilizado em beneficio de alguns poucos (exploradores), mas que sirva a todos”.
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