Domingo, 29 de junho de 2008 - 16h29
Pesquisa revela que médicos não
querem atender municípios carentes
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
BRASÍLIA – Pesquisa feita pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) revela: 63% dos estudantes do internato de 13 cursos de medicina no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Tocantins, Goiás e Alagoas pretendem se especializar após a formatura e somente 5% manifestaram o desejo de trabalhar em municípios carentes. Enquanto isso, prefeituras amazônicas anunciam o pagamento de salários iniciais acima de R$ 5 mil, com bônus de moradia e passagens aéreas. Alguns prefeitos vão procurar médicos em outros estados.
A pesquisa mostrou ainda que apenas 12% dos entrevistados acreditam que suas faculdades consideram as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no momento de estruturar o currículo do curso de medicina. O interior concentra 70% dos problemas de saúde da população. A falta de médicos para o atendimento ao SUS e as vistas grossas da fiscalização do Conselho Nacional de
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Atendimento médico em mutirão de saúde no município de Várzea Grande(MT) /DIVULGAÇÃO |
Cada instituição federal se julga no direito de cobrar um preço, sempre acima de R$ 6 mil, pela inscrição para o exame de revalidação. Sobre essas instituições o Procon não age. No ano passado, a Universidade Federal do Amazonas respondeu a uma ação judicial no processo de revalidação de diplomas expedidos por uma universidade boliviana.
Disparidade desanima
Alguns e-mails enviados por estudantes de medicina em Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, pedem informações a respeito da prática da medicina na região amazônica e a respeito das principais carências. Entre os que se formam há um desalento em relação às dificuldades encontradas para o pagamento dessas taxas.
De acordo com o autor da pesquisa, o médico Neilton Oliveira, a maior parte das faculdades de medicina "restringe a prática aos hospitais associados às universidades". Ele advertiu: "Os alunos precisam vivenciar a realidade das unidades básicas de saúde. Precisamos trazer o conhecimento científico e acadêmico para o dia-a-dia da população".
Em 2001, quando senador, Roberto Freire (PPS-PE) apresentou projeto de lei para que os profissionais formados no País passassem um ano em município carente e só depois recebessem a certificação do respectivo Conselho Regional de Medicina, para exercerem a profissão. O projeto foi arquivado. Em consulta recente o Conselho Federal de Medicina constatou que os profissionais são desestimulados pela falta de estrutura em pequenas cidades.
A pesquisa de Oliveira repercutiu rapidamente. O Ministério da Saúde, por exemplo, defende que se enxerguem as práticas assistenciais não apenas nos hospitais, mas sobretudo nas unidades básicas. Segundo a diretora de gestão da Educação na Saúde do ministério, Ana Estela Haddad, algumas faculdades vêm adotando modelos apoiados pelo Programa Pró-Saúde, que garante o financiamento a instituições dispostas a aproximar seus estudantes dos centros de saúde.
Região quer ciência e
Janete Capiberibe
tecnologia fortalecidas
BELÉM – Representantes de instituições científicas, entre as quais o Museu Goeldi, a Universidade Federal do Amazonas e o Instituto de Pesquisa do Amazonas se reuniram no dia 17 de junho e reclamaram da falta de médicos, durante audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, da Câmara dos Deputados.
O reitor da Universidade Federal do Pará, Alex Bolonha Fiúza de Mello, debateu a falta de investimentos nas instituições e reclamou um projeto nacional para a região. Houve um consenso: a ciência e tecnologia na região amazônica não tem recebido prioridade do governo federal de forma necessária para o desenvolvimento.
Para a presidente da omissão, deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), a pesquisa "é determinante para o futuro da soberania brasileira". Conforme apurou a parlamentar, apenas 30% dos trabalhos científicos produzidos sobre a Amazônia são de autoria de instituições brasileiras, e apenas 9% das pesquisas são feitas por pesquisadores que moram na região. Os participantes concluíram ainda que não há defesa nem preservação possíveis sem aplicação de conhecimento e "ciência de ponta". (M.C.)
Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião.
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