Terça-feira, 8 de junho de 2010 - 13h25
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
BRASÍLIA — O coordenador do Movimento Democracia Direta (MDD), Acilino Ribeiro, informou nesta terça-feira que o Núcleo de Advogados do Fórum Brasileiro de Organizações Populares em Defesa das Eleições do Parlasul estuda uma denúncia “por omissão”, contra a representação brasileira nesse Parlamento.
O documento deverá ser enviado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, recomendando ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que regulamente as eleições para que elas possam ocorrer regularmente.
— Queremos impedir a farsa de sua realização, por meio do Congresso Nacional, por via indireta — disse Ribeiro. O MDD tem sede em Brasília.
Em entrevista à imprensa internacional, o coordenador lembrou estar em curso a Operação Rio da Prata. De acordo sindicalistas argentinos e uruguaios, ela facilitaria ações coordenada pelos serviços secretos dos EUA (CIA) e de Israel (Mossad).
— É preciso que as autoridades brasileiras dêem atenção a essas manobras ilegítimas, perigosas. Lamentavelmente, até o momento, fazem vista grossa. Quem sabe, estejam a serviço deles.
Unanimidade
Por unanimidade, o Fórum elaborou um projeto, posteriormente juntado a outro, de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que ainda tramita na Câmara em regime de urgência urgentíssima. Zarattini propôs para o mesmo dia das eleições gerais de 2010, três de outubro, a indicação de representantes brasileiros no Parlasul.
Ribeiro acredita na existência de boicote, do qual já suspeitara no final do ano passado. E o atribui a parlamentares “de todos os partidos”:
— A maioria não quer as eleições, em razão da expectativa em serem eleitos pelo voto indireto. Isso é imoral e não traduz o sentimento do eleitorado mais simples e dos legítimos representantes populares em associações e organizações sindicais. O Congresso que aí está, com certeza, teme uma derrota.
Fórum funciona desde 2009
O MDD foi constituído em março de 2009 por representantes de entidades sindicais e movimentos populares, entre os quais, a União Nacional dos Estudantes, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores, a Confederação Nacional dos Trabalhadores
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Um debate sobre o Parlasul na Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu /JIE |
na Agricultura (Contag), Movimento dos Sem-Teto e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas. Ao todo se somam cerca de 50 entidades.
Contraditoriamente, algumas delas, entre as quais a CUT, silenciam diante das sucessivas mobilizações feitas pelo MDD em Brasília. A CUT e outras centrais sindicais estão “fechadas” com a candidatura da ex-ministra Dilma Roussef à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Zarattini, entre outros se destacam na mobilização por eleições no Parlasul na mesma data do pleito direto este ano, os ex-deputados Roberto Freire (PPS-PE), Moema Santiago (PSDB) Frank Aguiar, o ex-presidente do Incra, Oswaldo Russo, o ex-presidente da Contag, Francisco Urbano, o Bispo de Goiás (GO) e dom Tomás Balduíno (da Comissão Pastoral da Terra).
“Narcotráfico financia campanhas políticas”
BRASÍLIA — O clima ferve em Buenos Aires. Na semana passada, o sindicalista argentino, Arturo Echeverria, e seu colega uruguaio, Henrique Jarrim, reforçaram denúncias de espionagem e lobbies estranhos entre parlamentares sul-americanos. Da mesma forma, Acilino Ribeiro queixou-se de Washington, capital americana, pela “tentativa de impedir as eleições no Parlasul”.
— É a capital do imperialismo. Eles querem impedir as eleições e os políticos brasileiros fazem esse jogo na condição de agentes vende-pátria, porque os EUA não querem que se debatam assuntos, entre os quais o Pré-Sal, as bases militares na Colômbia que ameaçam a soberania brasileira, a Quarta Frota que cerca as águas brasileiras, e o combate ao narcotráfico internacional — afirmou Ribeiro.
O MDD lamenta que o narcotráfico “financie campanhas de políticos brasileiros, estadunidenses e colombianos”. A entidade entende que a denominada Operação Presunto, sucedânea da Operação Condor (que torturou e matou durante as ditaduras sul-americanas, entre os anos 1970 1980), hoje reprime os movimentos sociais “com respaldo internacional”.
— É uma perigosa articulação entre os serviços secretos de Inteligência dos EUA, Colômbia, Israel, e setores paralelos que alcançam os próprios governos do continente — analisa Ribeiro. Ele acredita que as eleições no Parlasul não interessam ao Estado de Israel “porque este teme a revogação do Tratado de Livre Comércio, assinado recentemente aquela nação e o Mercosul. O debate que ocorreria nas eleições deste ano despertariam a população brasileira para os temas mencionados. (M.C.)
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