Quinta-feira, 15 de junho de 2023 - 11h17
Rondônia tem mais de 296 mil hectares cultivados com grãos. Não há necessidade de derrubar mais a floresta para aumentar lavouras. É possível criar mais gado e colher mais em menor espaço, ensina a ciência não consumida como deveria ser. Ao lançar o Plano Safra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não haver incompatibilidade entre o pequeno, o médio e o grande produtor. "Isso está na cabeça de quem não quer pensar direito. O Brasil precisa de todos. São complementares”, disse.
É tão movido pelo motor da desinformação televisivo e ao ódio instalado Waths App adentro desde a campanha eleitoral de 2018, que a realidade está oculta. Pelo menos aqui em Rondônia, algumas mazelas são jogadas debaixo do sujo tapete das mentiras nocivas e repetitivas. Isso causaria vergonha, mas já não se põe esse ingrediente no bolo.
Há situações incríveis: 1) por incompetência governamental (leia-se: Secretaria Estadual de Agricultura), a região chamada de Cone Sul perdeu R$ 4 milhões para iniciar a construção do seu frigorífico de suínos; 2) A mesma região, conforme comentei meses atrás neste espaço, perdeu sua primeira usina de nitrogênio indicada ainda pelo ex-senador Amir Lando, que atenderia do pequeno ao médio e ao grande criador de gado leiteiro; 3) até a dupla cará-inhame, reconhecidamente bons para a saúde humana, não conseguem entrar nas estatísticas que divulgam por conveniências esquisitas apenas a soja, o milho e a carne bovina.
Destes, soja e milho são commodities, ninguém come esses produtos. Já o cará e o inhame, ricos em carboidratos, abastecem estados nordestinos, que por sua vez exportam ao mercado europeu. E nós deixamos de comê-los da mesma maneira que não desfrutamos do milho, tampouco da soja. As cargas vão embora durante a entressafra do nordeste.
Lula disse: “Nós vamos anunciar o Plano Safra agora, tanto para a agricultura familiar quanto para o agronegócio, e eles vão perceber que da parte do governo federal não há objeção." Referia-se ao viés ideológico capaz de misturar alhos com bugalhos na atual conjuntura do agro brasileiro.
Apurei com o próprio Governo de Rondônia que no primeiro quadrimestre de 2022 o estado obteve aumento de 45% nas exportações de carne e soja, ou seja, US$ 903,3 milhões. Isso eleva o Vapor Básico da Produção (VBP) rondoniense que, de uns tempos para cá, supera o próprio índice nacional. Bom motivo para comemorar.
O cará é riqueza do agro, mas o orgulho dos que se acham "cocada preta" esconde essa cultura[/caption]
Levantamento feito em 2017 revelou que o estado possuía 270 mil propriedades rurais que adotaram a soja como principal commoditie, carro chefe da produção. E, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o total da área plantada com grãos no estado superava 296 mil hectares.
Estimava-se que o espaço para expansão totalizava aproximadamente 4,5 milhões de hectares de pastos degradados, vistos como oportunidade para a transição para a agricultura.
Rondônia aumentou a área plantada para 663,5 mil hectares para a safra 2020/21, totalizando 10,1% a mais comparado à safra anterior, o que resultou na colheita superior a 2,5 milhões de toneladas, 4,6% superior à da safra 2019/20.
Existe há anos no País, o conhecido sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uma estratégia de produção criada pela Embrapa que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Perguntem à Secretaria de Agricultura se pelo menos cem plantadores de soja ou criadores de gado experimentaram utilizá-lo, ou se, ao menos, têm alguma objeção a tão fantástico sistema.
Trata-se do cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Esse sistema apresenta grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. Ele é multifuncional, porque intensifica a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais.
Se essa área estiver no entorno de uma unidade de conservação, por exemplo, põe a salvo de uma desenfreada e desnecessária expansão do plantio que atende apenas à ganância e à teimosia.
Digamos que o ILPF seja cada vez mais apropriado às necessidades rondonienses pós-Polonoroeste, o Programa de Desenvolvimento Integrado para o Noroeste do Brasil financiado pelo Banco Mundial em 1981 para o assentamento de migrantes, pavimentação e asfaltamento da BR-364, num território de 400 mil quilômetros quadrados entre os estados de Mato Grosso e Rondônia.
Diferente dos resultados da ganância desenfreada que leva ao desastre, como ocorreu ao largo da BR-163 (rodovia Cuiabá-Santarém).
Há tempo para refletir. Não se espantem, senhores do agro: o dinheiro não vai embora.
Um pouco de paciência e menos bate-bocas improdutivos são a receita do sucesso com fígado e rins preservados. Vamos a ele?
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