Domingo, 21 de agosto de 2011 - 15h48
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
A semente da Universidade Federal de Rondônia veio de 1975. Surgiu com a promulgação da Lei nº 108, de oito de julho daquele ano. Um de seus inspiradores foi o ex-prefeito Antonio Carlos Cabral Carpintero. Em 1979 o advogado Odacir Soares Rodrigues respaldou-se para comandar os primeiros passos da Fundação Centro de Ensino Superior de Rondônia (Fundacentro). As condições funcionais foram autorizadas pelo professor Sílvio de Marco, do extinto Departamento de Assuntos Universitários, depois Secretaria de Ensino Superior do MEC.
Alguns acontecimentos desafiavam os pioneiros. Em 1977, por exemplo, o governo federal havia decretado a suspensão de novos cursos superiores. Em 1978 a situação melhorou a partir da elaboração de uma carta-consulta, contava para este repórter a diretora administrativa da Fundacentro, professora Eva Albuquerque, primeira pró-reitora da Unir. A carta visava uma amostragem de dados estatísticos, a apresentação de documentos fiscais em dia e um quadro de pessoal administrativo.
A primeira carta foi aprovada no final de 1979. Logo depois veio o projeto propriamente dito, elaborado pela Fundacentro, com assessoria dos professores Edson Franco e Paulo Batista, ambos do Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará, Sílvio de Marco (MEC), e de uma equipe constituída por Euro Tourinho Filho, Eva Albuquerque, Francisco Onofre Matias, entre outros.
O professor José Valdir Pereira, membro do Conselho Diretor da Fundacentro foi o primeiro pró-Reitor Acadêmico da Unir. Anteriormente fora subsecretário de educação por duas vezes. Para dar condições de funcionamento à instituição universitária o MEC enviou a Porto Velho uma comissão verificadora. O trabalho durou uma semana. Constituíam essa comissão os professores Aldo da Costa e Silva, Antônio Manoel Henriques Pimenta, Joaquim Eduardo de Almeida Magalhães e Wilton de Queiroz Moreira.
Inicialmente a Unir teve outorgada a concessão de uso de um terreno situado entre o aeroporto e o Rio Madeira. A Universidade Federal de Mato Grosso também estreitou as relações com Rondônia, fruto do trabalho do diretor do campus avançado do Projeto Rondon em Porto Velho, Pedro Piloni e da diretora Ilze Maria Gonçalves.
Os mato-grossenses ofereceram assessoria técnica à antiga Fundacentro e a instalação da Coordenadoria de Ensino, Pesquisa e Extensão, que permitiu métodos de trabalho e política educacional; treinamento e estágio para pessoal técnico; e cursos de especialização para docentes.
Junho de 1980: o primeiro vestibular do Centro de Ensino Superior de Rondônia (Cesur) teria 1.434 inscritos, em junho de 1980, sob a supervisão do Centro de Estudos Superiores do Pará. Em três de agosto de 1980 o governador Jorge Teixeira de Oliveira proferiu a aula inaugural, no Colégio Maria Auxiliadora. Nessa ocasião o governo federal liberava dois milhões de cruzeiros para aquisição de livros técnicos, material permanente e equipamentos da biblioteca.
Com 3,4 mil títulos, o Cesur surpreendia a comissão verificadora. Lembram as primeiras bibliotecárias, Cleide Medeiros e Regina Ferreira, que os primeiros volumes de livros foram doados por embaixadas ou adquiridos em editoras do sul do País. Em pleno começo, mais de quatro mil títulos estavam devidamente catalogados.
A comissão número 1 de vestibulares ficou assim constituída: Tourinho Filho, Eva Albuquerque, Rosemeire Lima Costa, Maurílio Galvão, Edson Franco, Paulo Batista e Hilma Gusmão. Foram essas as preferências: Administração, 554 inscrições; Ciências Contábeis 434; e Ciências Econômicas 446.
Anteriormente o ensino universitário funcionava no antigo Colégio 21 de Abril, no Bairro da Liberdade. As primeiras instalações, que também deixaram saudades, ficavam na Rua José do Patrocínio, onde a Fundacentro ocupou uma casa residencial que havia sido sede local da Companhia Nacional da Merenda Escolar. Depois a administração se mudou para duas salas do Edifício Rio Madeira. A Unir foi ocupar definitivamente o espaço do antigo Palácio das Secretarias.
Agosto de 1982: antes de assumir, o agrônomo Tourinho Filho dizia que Rondônia “precisava de braços e cérebros para consolidar-se.” O prefeito Luiz Gonzaga Farias Ferreira; os médicos Jacob de Freitas Atallah e José Adelino da Silva; e os pedagogos Elói Chaves, Eleide Ribeiro de Lima, Eva Albuquerque, Lourival Chagas e Maurílio Rocha constituíam o primeiro Conselho da Unir.
O governo federal destinou 102 milhões de cruzeiros para a instalação da Unir.
“Unir, a grande realidade”. “O ensino universitário de Rondônia começa a ter vida própria”. A Fundacentro colocou faixas saudando entusiasticamente o projeto da Universidade Federal de Rondônia. Quatro conselheiros deixavam seus cargos antes da transformação: Fouad Darwich Zacharias, ex-procurador jurídico do governo; e os professores Abdias Bispo de Oliveira, Jerzy Badocha, Wilmen Tafner Pereira Lima.
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