Terça-feira, 10 de setembro de 2013 - 13h37
MONTEZUMA CRUZ
Diga com certeza: onde fica o coração da Amazônia, um dos mais repetidos clichês jornalísticos em jornais, na TV e na internet? Onde, exatamente, se esse território abrange sete milhões de quilômetros quadrados, dos quais cinco milhões e meio de quilômetros são cobertos pela floresta tropical?
“Perdido” no mapa colorido que engloba Brasil, Bolívia, Colômbia Equador, Guianas, Peru, Suriname e Venezuela, e cansado de ouvir e ler jornalistas encontrando coração para todos os lados no fechamento de suas reportagens, indaguei a dois amigos jornalistas: Luís Roberto da Cruz, de O Liberal, em Belém (PA), e Lúcio Flávio Pinto, editor do Jornal Pessoal naquela Capital amazônica.
“Lúcio Flávio, o tal coração estaria em Abaetetuba (PA)? Ou em Humaitá (AM)? Ou seria Manaus (AM)? Orinoco? Pimenta Bueno (RO)? Jordão (AC), Santarém (PA), Guajará-Mirim (RO), Apuí (AM), Caracaraí (RR)?” – perguntei ao sociólogo e jornalista filho de Santarém.
Antes da resposta de Lúcio, a palavra é de Luís Roberto, paulista de Presidente Prudente, apaixonado pelo Pará, com quem trabalhei alguns anos em Porto Velho (RO): “Se a Amazônia é eterna, por ter tantos corações, é fato também que possui ‘portais’ a dar com pau”, ele constata.
“Vilhena se arvora Portal da Amazônia, Belém também. Nos meus 30 anos de região Norte, a serem completados dia 11 de outubro, se Deus quiser, ouço que há outros portais amazônicos. É puro marketing, pois, na prática, nada significa, nem geográfica ou economicamente e nem demograficamente. Se fôssemos considerar geograficamente, toda a divisa da Amazônia com as regiões Centro-Oeste e Nordeste – e ainda a Pan-Amazônia, constituída por nossos irmãos fronteiriços – seria um portal de ingresso e saída. De bem e mal intencionados”, explica.
Luís Roberto lembra que o mais recente emprego da expressão coração amazônico ocorreu no Globo Repórter, do notável Sérgio Chapelin. Foi quando a pantaneira Claudia Gheigher, feliz por escapulir um pouco das piranhas e dos jacarés, penetrou no Parque do Tumucumaque (AP), no primeiro semestre deste ano. De lá, deslumbrada, tascou no Globo Repórter: coração da Amazônia.
A Amazônia – convém repetir o que nos ensinaram mestres da geografia– representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e compreende a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros.
Com sua sabedoria e paciência quase esgotada com o contingente de “especialistas” em Amazônia que, lamentavelmente, não arredam pé dos canteiros e das salas das universidades, Lúcio Flávio Pinto ensina: “Geograficamente, o centro do Brasil está no Parque Nacional do Xingu. Simbolicamente falando, o coração da Amazônia é Carajás. O golpe, lá, é mortal”.
De Carajás sai o minério de ferro amazônico, rumo aos mercados asiáticos. Repórteres e editores que quiserem conhecer esse coração leiam e assinem o Jornal Pessoal.
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