Sexta-feira, 24 de junho de 2016 - 14h07
O maranhense Edson Morais Moura, 59 anos, nascido em Pedreiras, pai de dois filhos, deixou o bairro Ulysses Guimarães em Porto Velho há 20 dias e agora vende peixes sobre um pequeno jirau, no Residencial Orgulho do Madeira, em Porto Velho.
Diariamente, ele adquire no bairro Cai n’Água 40 quilos de curimba, curimatã, pacu e tambaqui. “Eu trabalho um pouco na marra, mas quero colocar um balcão para oferecer qualidade de atendimento às pessoas”, disse Moura.
Inscritos ou não na maratona de empreendedorismo, da qual participam os Bancos do Povo e da Amazônia (Basa), Secretaria da Assistência Social e do Desenvolvimento Social (Seas) e o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), que mobiliza o residencial até este sábado (25), alguns deles já sabem que rumo tomar para quitar contas mensais e vislumbram a oportunidade de criar o próprio negócio.
Empregados, subempregados ou desempregados, titulares dos imóveis recém-inaugurados pelos Programas Minha Casa Minha Vida, do governo federal; e Morada Nova, do Governo de Rondônia, têm que se virar para pagar parcelas condominiais que variam entre R$ 25 e R$ 80, energia elétrica, água, alimentação, transporte e vestuário.
Moura adquire o peixe a R$ 6,50, e o revende a R$ 8 na porta do residencial, mas computa gastos com o saco de gelo, que custa R$ 10, e a gasolina, pelo menos outros R$ 10.
Antes da chegada dele, Maria Auleni Goes, 60, ia de ônibus para o Cai n’Água, a mais de dez quilômetros. Tem agora, o conforto de comprar no residencial, andando menos de duas quadras.
“Quem queria peixe mais perto, pedalava bicicleta também até o JK (bairro), lembra Moura.
“Os fregueses nunca ficam sem, quando falta dinheiro, eu corto, divido bem, e eles podem pagar depois”, informou o peixeiro.
O que planejar? Para que planejar? Quando planejar? – questionou o técnico do Sebrae, Francinelson dos Santos Nunes, a um grupo de aproximadamente 30 das 239 pessoas que compareciam à tenda, desde a segunda-feira para aprender a transformar ideias em negócios. “Estabelecemos troca de experiências, eu aqui também estou aprendendo”, assinalou.
Sílvia Rodrigues da Silva, 32, projetou o sonho de ampliar sua freguesia de cosméticos e lingerie. Mãe de duas meninas de 6 e 13 anos de idade e um menino de 10, todos estudando fora do residencial, essa vendedora conta que para cuidar deles e do lar abandonou o primeiro ano do Ensino Médio. O marido, Fernando Sousa, 34, é mecânico.
“Vamos de ônibus para a escola, e no tempo que me sobra vendo porta a porta em diferentes pontos da zona Leste da capital”, relata.
Edmildo Vieira da Costa, 37, dois filhos, mudou-se do Jardim Santana em janeiro. Depois de trabalhar cinco anos (2007-2011) em um supermercado, montou uma pequena panificadora que emprega um ajudante e três balconistas na fabricação de pães, bolos e salgados. “Quero abrir uma no Orgulho do Madeira, serei o primeiro padeiro daqui”, anunciou.
Edmildo fez curso de empreendedorismo e acredita ser possível vender até pizzas no residencial. Atualmente, faz entrega em domicílio com um carro utilitário.
Segundo ele, a fabricação de seus produtos consome 150 quilos de farinha por dia. “Começamos a trabalhar (ele e a mulher Tamires) às 3h, igual à cantiga do grilo”.
O problema são os aluguéis: no ponto da rua Itumbiara, paga R$ 3 mil. Tentou o segundo ponto, na rua Humaitá, perto da esquina das avenidas Amazonas e Caúla, e lá se foram mais R$ 600/mês, sem o resultado esperado.
Se não fosse o custo do aluguel e dos empregados, ele conta que já teria investido na compra de um balcão e de um forno novo. “Preciso melhorar o rendimento da equipe e o ambiente também.
Deodato Silva, 66, adquiriu área de 400 m² e brevemente venderá água mineral e gás de cozinha. Sua primeira avaliação de mercado identificou 4,5 mil unidades residenciais.
Mas ele não se limitará apenas a esse ramo. “Vou criar um padrão diferenciado para a venda de plano funerário (trabalha com esse negócio há mais de 30 anos) e oferecer aos moradores o Programa Social Consumindo com Lucro (Proscol)”.
O Proscol é administrado pela empresa Central Pax, que fica no bairro Embratel. Segundo Deodato, consumidores e fornecedores se unem na formação de grupos de consumo, fiéis aos compromissos estabelecidos entre si. “Na hora de comprar, o consumidor recebe bônus do fornecedor que, posteriormente, os troca por moeda corrente, propiciando entre as partes uma negociação solidária”, explicou.
Edileuza Jerônimo da Silva, 57, um filho e cinco netos, transferiu-se do bairro Nacional em fevereiro, na primeira leva de desalojados pelas enchentes do rio Madeira, em 2014. Lá, ela vendia secos e molhados. Agora quer se habilitar a fazer o mesmo no Orgulho do Madeira. “Farinha, arroz e feijão o povo compra todo dia”, comentou.
Fonte
Texto: Montezuma Cruz
Fotos: Maicon Lemes
Secom - Governo de Rondônia
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