Domingo, 24 de julho de 2011 - 15h40
MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias
O deputado Jerônimo Santana, o coronel Carlos Augusto Godoy e o médico Djair Prieto foram escolhidos na Convenção Regional do PMDB candidatos ao Senado Federal, em julho de 1982, ano das primeiras eleições do novo estado. Votaram 58 convencionais. Santana obteve 48 votos, Godoy 40 e Djair 34. O comerciante Mário Braga, que postulava uma sublegenda, será candidato à Assembléia Constituinte. Ele presidia o extinto Partido Popular, antes de sua incorporação ao PMDB.
Um obstáculo surgiu logo de cara: o PMDB teve que oficiar ao Exército Brasileiro para liberar Godoy. Pelo estatuto militar ele não poderia se filiar a nenhum partido político. A história, porém, expôs um contraditório: naquela fase transição entre o regime militar e o governo democrático Godoy seria o quarto militar a ingressar na política rondoniense. Anteriormente haviam disputado cadeiras na Câmara os coronéis Aluízio Ferreira – primeiro diretor da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré –, Paulo Leal, ex-governador do Território Federal; e Ênio Pinheiro, que também exerceu a chefia do Executivo
Preterido pela antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena) em 1978 quando tentava concorrer a uma vaga na Câmara, Godoy inquietou o Palácio Presidente Vargas. O governador Jorge Teixeira de Oliveira não gostou da candidatura dele e, indiretamente, criticou-o: “Muitas pessoas ficaram descontentes por não terem encontrado condições de disputa no PDS, por isso mudaram para a oposição”.
Na época, além da surpreendente presença de um militar candidato, ainda sob o regime ditatorial, Rondônia conheceu outra novidade: o recém-chegado empresário José Múcio Athayde Froes, mineiro com atividades na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, conquistava a secretaria geral do partido. Dali, trampolinava para ser um dos 11 candidatos à Câmara dos Deputados.
Múcio Athayde colocou um trio elétrico na rua, arrendou o jornal O Guaporé e se tornou conhecido por “Homem do chapéu”, por distribuir chapéus em comícios. Desistiu de concorrer ao Senado, mas não largou da disputa para a Câmara, elegendo-se com mais de 25 mil votos.
Oposição da cabeça aos pés, o PMDB lançaria à Assembléia Constituinte 36 candidatos da capital e do interior. Deles, uma única mulher, Alaíde Teixeira, de Ji-Paraná.
Lotada por quinhentas pessoas no plenário e demais dependências a Câmara Municipal de Porto Velho foi pequena para abrigar a festa peemedebista, regada a cafezinho, sanduíches, refrigerantes e 15 discursos.
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