Quinta-feira, 1 de novembro de 2012 - 16h51
MONTEZUMA CRUZ
AMAZÔNIAS
Antigamente, no século passado, no Dia de Finados, a Associação dos Amigos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) reunia seus membros, convidadava as pessoas e visitava o Cemitério Inglês/Americano Banana Patch, onde a autoridade religiosa – padre ou bispo – celebrava uma missa campal. Com a maior parte da área entulhada, violada e transformada em área residencial, a entidade mudou a maneira de homenagear mortos de diversas nacionalidades: promoverá nesta sexta-feira (2/11) um ato público.
Em reportagem na revista "Momento Brasil", o jornalista Nelson Townes de Castro, que morreu em 2011, assim classificava o lugar: "É o único cemitério multinacional do mundo". Referia-se aos restos mortais de ferroviários e operários de diversas nacionalidades que ajudaram a construir a "Ferrovia do Diabo": gregos, espanhóis, barbadianos, italianos, portugueses, entre outros.
Para o arquiteto Luiz Leite de Oliveira, da Associação dos Amigos da EFMM, o cemitério sofreu as consequências de "tenebrosas transações fundiárias". Ele atribui o futuro desaparecimento desse imóvel às obras da Hidrelétrica de Santo Antonio, no Rio Madeira.
O ato de hoje está previsto para as 10h da manhã, com protesto contra a violação do lugar. "No século 19, antes da captação de água da Caerd, essa área também incorporava a Vila de Santo Antônio do Alto Madeira, nas proximidades do Porto dos Vapores, antes de sua primeira cachoeira", recorda Oliveira.
Lembra o arquiteto que a área era cercada de pântanos. "Os viajantes ficavam apavorados de adoecerem lá e ali fossem enterrados, pois o lugar era abandonado e distante. Antigamente, a vila estendia-se entre esse porto e outro, o de Canoas", ele explica. Pequenos vagonetes trafegavam numa extensão de aproximadamente mil metros na Vila de Santo Antônio, que ficava ligada por dentro do cemitério. Segundo ele, transportava-se até os portos "borracha, mercadorias e os próprios mortos". Os vagonetes foram deixados pela empresa P & T Collinhs, a partir de 1878, quando ocorreu a segunda tentativa da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Antes, por ocasião da primeira, a Public Works enterrou parte de sua expedição no Banana Patch.
Quando inteiro, o Cemitério da Candelária tinha aos fundos o Conjunto Residencial Cujubim e ficava próximo do clube dos sub-tenentes e sargentos do 5º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército. No outro extremo ficava próximo das residências do Bairro do Triângulo, também na beira da ferrovia.
Os 1.593 sepultamentos ali ocorridos foram confirmados por estatísticas necrológicas dos médicos do Complexo Hospitalar da Candelária. Não há registro de exumações. Conforme relatou um dia o jornalista Nalson Townes, a Candelária "recebeu heróis de uma das maiores obras da humanidade, nunca foram repatriados após a morte em terra estranha". "Seus nomes foram esquecidos. Seus túmulos começaram a ser violados após a desativação do cemitério em 1920. As lápides foram destruídas ou roubadas".
A noite era uma criança no trevo do Roque
Boêmios e demais criaturas que frequentavam a noite da Capital rondoniense desfrutavam de excelentes casas noturnas entre as décadas de 1960 e 1970. O
Portador de dupla cidadania (brasileira e estadunidense) Samuel Sales Saraiva, ex-suplente de deputado federal (PMDB-RO) e autor intelectual de impo
Reciclagem de vidros se impõe a Rondônia
Segundo o químico francês Antoine-Laurent de Lavoisier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Pensando nisso, podemos notar que
Jornalista Altino Machado alerta sobre o chá da folha de coca
Coca não é cocaína. Esta advertência está presente em um mural no centro de La Paz, Capital boliviana, constatou o jornalista Altino Machado, que deci